Bom dia!
Bem a frente desse momento, outra situação obrigou a Jesus ter “um mesmo
peso”. Todos devem lembrar quando dois dos seus discípulos pediram para
sentar-se um a sua direita e outro a sua esquerda e o Senhor pacientemente os
exortou a respeitar a divina escolha e ao divino tempo.
“(…) Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e
prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica. Perguntou-lhe ele: Que
queres? Ela respondeu: Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu
Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. Jesus disse: Não sabeis o que
pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Sim, disseram-lhe. De fato,
bebereis meu cálice. QUANTO, PORÉM, AO SENTAR-VOS À MINHA DIREITA OU À MINHA
ESQUERDA, ISTO NÃO DEPENDE DE MIM VO-LO CONCEDER. ESSES LUGARES CABEM ÀQUELES
AOS QUAIS MEU PAI OS RESERVOU”. (Mateus 20, 20-23)
Humano e ao mesmo divino, Jesus poderia privilegiar os seus, mas deixava
claro que sociedade esperava que nascesse após a divulgação pública da Boa
Nova: Uma sociedade justa e longe das prevaricações. Essa talvez tenha sido uma
das “bandeiras” defendidas por Jesus que mais incomodavam aos doutores da lei:
OS PRIVILÉGIOS!
Sem dúvida que o maior dos privilégios (ou quereres) a ser enfrentado
era o individual, pois por instinto, precisamos antes de tudo pensar primeiro
em nós e em seguida nos outros.
Esse ato humano e natural vem à tona no sofrimento do Senhor no horto
das oliveiras, mas a Sua missão divina o move a continuar focado no caminho.
Quem de nós pensaria primeiro nos outros em detrimento ao meu querer? Jesus
descarta o seu privilégio divino e se oferece por sua criatura. Estudiosos,
inclusive os mais céticos, afirmam que Jesus era divino visto que andava na
“contramão” do raciocínio lógico, fisiológico e psicológico que
possuímos.
“(…) O olhar de Cristo esconde nas entrelinhas complexos fenômenos
intelectuais e uma delicadeza emocional. Mesmo no extremo da sua dor ele se
preocupava com a angústia dos outros, sendo capaz de romper o instinto de
preservação da vida e acolher e encorajar as pessoas, ainda que fosse com um
olhar… Quem é capaz de se preocupar com a dor dos outros no ápice da sua
própria dor? Se muitas vezes queremos que o mundo gravite em torno de nossas
necessidades quando estamos emocionalmente tranqüilos, imagine quando estamos
sofrendo, ameaçados, desesperados”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
Nosso raciocínio lógico também se mostra convincente quando ao sermos
perseguidos optamos por desistir. Sim! Ninguém é obrigado a sofrer, mas de que
vale desistir sem lutar? Quais são os verdadeiros motivos que me fazem
continuar? Será que os motivos são tão pequenos que os tornam pequenos ao ponto
de serem descartáveis?
Evidente que existem coisas que superam nossas forças mas muitos dos que
desistem de algo foi por que entrou na luta pelos motivos errados ou não
acreditavam muito no que queriam. Por exemplo quando luto pra ser chefe, por
uma promoção E NÃO TENHO TER LASTRO, COMPETENCIA OU CONHECIMENTO PARA TAL
FUNÇÃO; quando quero ser reconhecido numa função que fica por “trás das
cortinas” e não no palco; quando quero aplausos pelo meu lindo canto ou
tapinhas nas costas por minha linda pregação, será que estou maduro para
entender que na verdade minha verdadeira função era passar desapercebido para
deixar que as pessoas vissem o Cristo e não a mim?
Motivos justos nos motivam a perseverar, os “quereres” são descartáveis.
É claro e repito, que existe aquilo que esta além das nossas forças, mas isso é
um tema para outra reflexão
Quem por ventura exerce uma liderança profissional, social ou
comunitária, quais os motivos que o levaram a assumir essa função? Quem há
muitos anos “NÃO LARGA O OSSO” e não treina substitutos, o que desejas com
isso? Perpetuar-se? Isso se chama tirania e não democracia.
Em meio ao sofrimento do horto, das confusões, dos desentendimentos,
optaríamos em continuar? Jesus certa altura falou do peso dos “fardos” e hoje a
reflexão que ninguém terá tratamento diferenciado ou privilegiado perante os
olhos de Deus.
E por falar em diferenças…
Outra coisa que precisamos repensar é o tratamento desigual que damos as
pessoas em troca de interesses. Por que temos a triste mania de tratar bem
aqueles que tenho algum interesse e passar desapercebido o simples? Será que a
copeira não deve ter o mesmo tratamento do diretor?
Por estarmos num ambiente chamado igreja, deveríamos entender que lá
seria um dos poucos lugares no mundo onde não deveriam ter diferenças de
tratamento, pois para Deus somos todos iguais. O que doou cerveja e
refrigerante para a festa do padroeiro deveria ter o mesmo tratamento gentil
daquele que doa suas duas moedinhas no ofertório, pois o motivo que trouxe o
simples de coração a aquele local foi idêntico a mulher que enxugava os pés de
Jesus com os cabelos
“(…) Meus irmãos, na vossa fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo,
guardai-vos de toda consideração de pessoas. Supondo que entre na vossa reunião
um homem com anel de ouro e ricos trajes, e entre também um pobre com trajes
gastos; se atenderdes ao que está magnificamente trajado, e lhe disserdes:
Senta-te aqui, neste lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica ali de pé, ou:
Senta-te aqui junto ao estrado dos meus pés, não é verdade que fazeis distinção
entre vós, e que sois juízes de pensamentos iníquos? Ouvi, meus caríssimos
irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem
ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam? Mas vós
desprezastes o pobre! Não são porventura os ricos os que vos oprimem e vos
arrastam aos tribunais? “. (Tiago 2, 1-6)
Deixo ao fim a reflexão proposta pelo site da CNBB
“(…) Jesus não quer que nós sejamos seus servos, pois o amor que ele tem
por nós não permite isso. O apóstolo São João nos diz no seu Evangelho que
Jesus não chama os seus seguidores de servos, mas de amigos, porque lhes
revelou tudo o que o Pai lhe deu a conhecer. Mas no Evangelho de hoje, Jesus
vai mais além, ele nos mostra que quer que todos os que ele ama e o amam sejam
membros da sua família, participem da sua vida divina. Para demonstrar o amor
que temos por Jesus, não basta apenas afirmar o amor que se sente por ele, é
preciso ir além, é preciso conhecer e realizar a vontade do Pai. Somente quem
faz a vontade do Pai ama verdadeiramente a Jesus, torna-se membro da sua
família e participa da sua vida”.
Hoje é dia de nossa Senhora do Carmo. Dia legal para reavivar as bênçãos
sobre os escapulários. Um abraço fraterno todo especial ao pessoal do nordeste
que usa esse texto toda segunda feira no terço dos homens.
Viva Maria! Modelo de pessoa que pouco se importou em ter um local de
destaque, mas foi até o fim. Do anuncio do anjo até a ressurreição passando
pela dor do calvário e cruz ao ver seu filho sofrer, morrer e ser glorificado.
Que pena que não entendem a nossa admiração por essa mulher fantástica.
Um imenso abraço fraterno.
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