SEXTA FEIRA da 19ª SEMANA DO TC 17/08/2013
1ª Leitura Josué 24, 1-13
Salmo 135(136), 1 “Louvai o Senhor, porque ele é bom, porque sua
misericórdia é eterna”
Evangelho Mateus 19, 3-12
Eis aqui um evangelho que seria melhor tirar do Novo Testamento,
pois falar sobre ele e a verdade que proclama, é arranjar encrenca até em
família. Como é que vamos falar desse evangelho em família se temos um filho ou
uma filha, um sobrinho ou neto, que está nesta situação? Na própria comunidade,
já vi pregadores da Palavra tentar amenizar a pregação, para não ofender casais
em segunda união, levando estes ao desanimo na Fé. Para a pós modernidade esse
ensinamento evangélico é uma velharia do passado, pois hoje em dia não dá mais
para se falar em adultério.
Prestemos atenção nessa palavra tão pesada “Adultério”, que
significa “Falsa” ou que foi adulterada, mudada, como os ladrões de veículos
fazem com o número do chassis, tentam assim, fazer com que o veículo roubado passe
por outro e não mais aquele original em sua numeração saída da fábrica.
Com dinheiro falso é também essa atitude, não ficamos
escandalizados quando compramos algo e o caixa examina a nota de cem ou
cinquenta á nossa frente, para certificar-se de que ela não é falsa.. Também na
compra de peças para veículos ou outro equipamento, exigimos originais, porque sabemos que têm qualidade,
não são imitação, não foram adulteradas.
Mas quando tratamos das coisas de Deus, e principalmente desse
ensinamento sobre a vida Conjugal dos que
se uniram um dia na Igreja, deixamos de lado nosso rigorismo e
exigências, e começamos a achar que tanto faz casar-se na igreja ou não, e uma
vez casados, a separação é sempre uma possibilidade, e a união com outra pessoa
também é coisa normalíssima em nossos dias. A confusão e o desconhecimento é
tão grande nessa área, ( com certeza culpa da nossa própria igreja) que
amasiados ou divorciados procuram os Ministros Ordinários do Matrimônio, para
pedir uma bênção, ás vezes em um salão durante a festa. E tem mais ainda,
quando o caso acontece com a filha ou o filho da vizinha, logo alardeamos que
se trata de um adultério, quando, porém, é com o nosso filho ou filha, daí não
é adultério pois temos uma justificativa.
Claro que Bênção também significa compromisso, mas para a maioria é
um modo de envolver o Divino em nossos interesses humanos, e se ter dele a
necessária proteção ou ter “sorte” no casamento, como me dizia um amigo, nessa
situação, e que queria que eu fosse ministrar a bênção para ele e a sua
Terceira esposa...Esse descompromisso total que têm marcado a vida conjugal de
tantos casais, mesmo os cristãos, nada mais é do que influência do Néo-ateísmo
que impera em nossa sociedade, onde se crê em Deus, mas Ele não tem nada a ver
com minha vida da qual faço o que quiser....
Sacramento do matrimonio é uma Graça Santificante e Operante, que
eleva o amor humano dando a este a mesma força e grandeza do amor Divino. No
altar, homem e mulher dizem o SIM não para um amor sentimental ou somente do
Eros, mas trata-se de uma decisão sagrada, manifestada naquele sim e que
significa “Sei das minhas fraquezas, mas diante de Deus e da Igreja, tomo a
decisão de amar para sempre, até a morte esta pessoa que Deus colocou na minha
vida, confiando que só conseguirei isso com a Graça de Deus que vou agora
receber”.
O SIM dos noivos supõe exatamente isso, daí que neste evangelho,
Jesus manifesta o desejo e a vontade, de que este projeto original, iniciado
para o casal precisamente no dia do casamento, seja mantido até o fim. Quando
ocorre o contrário, e a união com uma segunda pessoa quebra e rompe este
vínculo, esta união foi adulterada, falsificada e nem por isso Deus manda do
céu a sua Ira na vida do casal. E então, perante a Santa Igreja, que acolheu a
decisão dos nubentes no dia do casamento, a comunhão de vida do casal já não
existe, e como a Igreja não pode voltar atrás em sua decisão, ela precisa
sinalizar que a ruptura aconteceu e por isso, casais em segunda união são
orientados a não receberem a Eucaristia, que é a expressão mais alta e por
Excelência, da nossa comunhão com Deus, uma vez que, recebendo-a, não podem
vivê-la na vida conjugal de maneira autêntica, já que a pessoa com quem se
vive, não é aquela que diante de Deus e da Igreja decidiu amar para sempre.
E se foi um casamento errado, celebrado diante de Deus em cima de
mentiras e falsidades, compete ao Tribunal Eclesiástico verificar cada caso,
dando as pessoas envolvidas o direito de recomeçar a sua vida conjugal.
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