Bom dia!
Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós:
Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por
barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou
ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para
ouvir um conselho?
Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer
nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais
colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma
habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda
intenção na fala das pessoas.
“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir
associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.
Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região,
um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se
acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham
de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim
mais um paradigma sócio-cultural.
Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou como antes,
não são ouvidos?
Partindo desse ponto…
Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da
oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação
carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas
mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar
esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que
línguas, mas pra isso precisamos ter fé.
“(…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS
INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS
FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e
se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém,
todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é
convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se
manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará
que Deus está realmente entre vós“. (I Coríntios 14, 22-25)
A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres
não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os
profetas?
Estão na RCC, nas legionárias, nos vicentinos, no cursilho, na PJ, em
meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas
(…), mas por que não falam?.
Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda
suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de
esperança nas pessoas. Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos
que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias, vejo profetas
lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus; vejo ainda esperança no
matrimonio, nas famílias, nos jovens, pois vejo Deus colocando profetas aonde
se precisa.
Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do antigo
testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso
popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes
confiou. Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os
profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.
Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no
nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo
recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns
Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas
(nossas) famílias.
A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos
oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória
uma nova missão na medida em que suportamos.
E quanto a não ser ouvido, demonstre com a vida, não tem como não verem.
Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.
Um imenso abraço fraterno.
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