DIA DE SÃO LOURENÇO DIÁCONO MÁRTIR 10/08/2013
1ª Leitura 2Cor 9, 6-10
Salmo 111 (112) , 5 a “Feliz o homem que se compadece e empresta”
Evangelho João 12, 24-26
A palavra Diakonia, do grego, que significa servir, nasceu ainda em
forma embrionária na Igreja primitiva, conforme relato de Lucas em Atos 6.
Muito pouco se fala no Novo Testamento dos sete primeiros Diáconos da nossa
Igreja, a não ser Estevão, o proto mártir, e Felipe, que após a expulsão dos
cristãos das sinagogas, saiu pregar na Samaria e depois em outras regiões,
inclusive sendo ele o grande articulador do Cristianismo no mundo grego, pois
neste evangelho de hoje é ele que conduz os gregos até Jesus.
A Diakonia, que começou com o autêntico espírito de serviço, foi
passando por transformações no seio da igreja e entre os séculos seguindo e
terceiro, o Diácono era papel de destaque enquanto principal colaborador do
Bispo, que por aquele tempo era quem presidia a “Fração do Pão”, ou em uma
linguagem de hoje, só o Bispo é que celebrava missa.E assim a diakonia, cada
vez mais foi tendo destaque no serviço do altar e na administração dos bens
terrenos da Igreja e daí, a concorrência, a busca de poder, contaminou o
Diaconado que ao final do século IV desapareceu por completo da nossa Igreja.
Foi o Concílio Vaticano II que restaurou o Diaconado Permanente
fazendo com que a Diakonia fosse resgatada, deixando de ser apenas um
ministério transitório, para ser um Sinal Sacramental do Serviço. O Diaconado
Permanente é um Sinal Sacramental de todas as diakonias presentes em nossas
comunidades, não há distinção entre a diakonia leiga e a do Diácono, uma supõe
a outra, uma sinaliza e torna a outra autêntica em si mesma.
O evangelho de hoje, portanto, aponta para aquilo que é essencial
no Diaconado: o morrer para si mesmo, esvaziar-se de qualquer ambição, glória
ou poder, servir com alegria, generosidade e grande disposição. Morrer para si
mesmo é não clericalizar-se em excesso, não fazer questão de qualquer honraria
ou distinção, por causa do ministério, morrer para si mesmo é anunciar a
Palavra e esquecer-se de si mesmo. Morrer para si mesmo é não olhar para o
Presbítero com um ar inferior, e nem tão pouco olhar para o leigo com um ar
superior.
Morrer para si mesmo é manter a serenidade em toda e qualquer
situação, é ser paciencioso e compreensivo com quem quer que seja, é não fazer
uso da sua autoridade clerical, para dominar, se impor, ou obter qualquer
benefício. Morrer para si mesmo é abrir mão de celebrações da Palavra pomposas,
onde se exalta o próprio ego, é priorizar as comunidades pobres de bairros
distantes, com as quais o Cristo a quem se serve, se identifica mais.
Enfim, o Diaconado é um tesouro inestimável pertencente ao Senhor,
que se permite guardá-lo na insignificância dos modestos vasos de barro, que
são os nossos Diáconos. E que São Lourenço nos ajude a todos quantos
imerecidamente receberam esse Santo Sacramento, a manter incólumes tal tesouro,
pertencente ao Senhor, e que refulge o seu maior brilho no amor que se traduz
em serviço, na Dimensão da Palavra, da Liturgia e da Caridade, colunas mestras
que dão sustentabilidade a toda e qualquer Diakonia.
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