SÁBADO DA 12ª SEMANA DO TC
29/06/2012
1ª Leitura Gn 18, 18-1-5
Salmo Lc 1,46-47 “O Senhor
se lembrou de mostrar a sua bondade”
Evangelho Mateus 8, 5-17
Há dois anos, acompanhei o
meu pároco em visita ao Hospital,
levando a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que todos os anos visita
a nossa cidade. Fomos escoltados por uma viatura da PM e ao chegar no Hospital,
o Sargento que estava na viatura aproximou-se do Padre e pediu para tirar uma
foto com a imagem e que também queria uma bênção sobre ele.
Achei interessante porque na
sua profissão de policial graduado, certamente atua com rigor com os marginais,
demonstra ser alguém firme, e até insensível, que só crê no poder que exerce na
sociedade entretanto, na hora da bênção, tendo nas mãos a imagem de Nossa
Senhora, eu o vi derramando lágrimas, emocionando até mesmo os seus dois
comandados. Mas logo depois voltou a ser o sargento rigoroso e disciplinado,
orientando o trânsito e abrindo espaço para passarmos em meio a centenas de
pessoas que ali estavam mais á nossa frente á entrada do Hospital.
Associei esse episódio ao
evangelho de hoje. Com certeza os discípulos de Jesus não “morriam de amores”
pelos oficiais romanos, afinal, eles representavam o poder institucional,
talvez até pensassem em alguma represália quando o viram aproximar-se de Jesus,
mas naquele dia ele não estava a serviço, embora estivesse fardado. E o homem que comandava Cem soldados SUPLICOU
a Jesus, por um servo que estava enfermo. Ele não pertencia á comunidade
Israelita, nada conhecia das promessas dos Profetas ou das Leis de Moisés. Era
apenas alguém a serviço do Sistema, mas...tinha um coração aberto e disponível
ao dom da Fé e reconhece algo especial em Jesus de Nazaré, diferente dos
líderes religiosos que tinham o coração fechado ao transcendente.
Por causa disso, sua relação
com o próximo é diferente, vem suplicar a Jesus pelo seu servo, alguém que está
a seu serviço e que se encontra gravemente enfermo e paralítico em uma cama.
Jesus vê tudo isso naquele Centurião Romano e corresponde com generosidade “Eu
irei e o curarei”. E aqui mais uma surpresa para todos... Ir á casa de um
oficial certamente era algo que dava status, afinal, ele era alguém importante.
Mas o Centurião inverte esse quadro, considera-se indigno da Graça que está
para alcançar, não é da comunidade, nãop frequenta o tempo ou a sinagoga, não
oferta o dízimo e nem é piedoso. Sente-=se pequeno diante daquele que seu
coração descobriu e experimentou, aquele que tudo pode....e manifesta mais uma
vez a sua Fé autêntica, desprovida de qualquer merecimento, porque se trata de
um dom
“Senhor, não sou digno que
entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e meu servo ficará
curado”. E o seu testemunho de Fé foi
exaltado por Jesus que o contrapõe a Israel e suas tradições patriarcais. E a
Igreja, Sábia Mestra, adotou essas palavras para nos colocar diante da Grandeza
de um Deus que se rebaixa diante do Homem na Eucaristia, “Senhor, eu não sou
digno de que entreis em minha casa, mas dizeis uma só palavra e minha alma será
salva”. Esse é o canto do Centurião, que perpassa já três milênios de história,
na boca dos que creem mas sabem que a Fé é dom, dado com a Graça imerecida.....
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