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Dezembro 2020
Tempo do Advento Segunda Semana - Quinta-feira
Lectio
Primeira leitura: Isaías 41, 13-20
13porque Eu, o Senhor, teu Deus tomo-te pela
mão, e digo-te: 'Não tenhas medo, Eu mesmo te ajudarei!' 14*Não tenhas medo,
pobre vermezinho de Jacob, mísero insecto de Israel. Eu próprio te ajudarei.
-oráculo do Senhor. O teu redentor é o Santo de Israel. 15Farei de ti uma grade
aguçada, nova e armada de dentes; trilharás as montanhas e as triturarás.
Reduzirás a palha as colinas. 16Tu as joeirarás e o vento levá-Ias-á, e o
vendaval as espalhará. Exultarás, então, no Senhor, gloriar-te-ás no Santo de
Isreei» 170s pobres e os necessitados buscam água e não a encontram. Têm a
língua ressequida pela sede. Mas Eu, o Senhor, os atenderei; Eu, o Deus de
Israel, não os abandonarei.18Farei brotar rios nos morros escalvados e fontes
do fundo dos vales. Transformarei o deserto num reservatório e a terra árida em
arroios de água. 19P1antarei no deserto cedros e acácias, murtas e oliveiras.
Farei crescer na terra seca o cipreste, ao lado do ulmeiro e do buxo, 20para
que vejam e saibam, considerem e compreendam, de uma vez por todas, que é a mão
do Senhor que faz estas coisas, que o Santo de Israel as realizou.
No contexto social do Antigo Testamento, havia
a figura do "resgatador" (go 'el), parente que, devido à proximidade
de sangue, tinha a função de resgatar outro parente caído na escravidão ou
obrigado a alienar uma propriedade para pagar uma dívida. A função de
"resgatador" podia também resultar de uma aliança: uma pessoa
comprometia-se a resgatar outra caída nas referidas situações, ou a vingá-Ia,
caso fosse morta. O Senhor resgata Israel porque lhe estava ligado por uma
familiaridade ou solidariedade parental fundadas na criação e, mais ainda, na
libertação do Egipto e no dom da Aliança e da Terra. O povo pode e deve, pois,
contar com o Senhor, que quer salvá-lo dos inimigos e enchê-lo de alegria e de
benefícios.
O povo deve, portanto, reconhecer-se entre os
sedentos que em vão procuram água, mas a quem o Senhor vai ao encontro para os
saciar. Para esse povo, Deus prepara um novo êxodo através de um deserto, que
cobre de luxuriante vegetação e rega por meio de rios de água como o Éden (v.
18). Nesse encantador jardim, o povo de Deus irá reencontrar o seu Deus: verá,
reflectirá e finalmente compreenderá a obra do Senhor (v. 20).
Recorrendo ao tema da criação, Isaías lembra
que a acção salvífica de Deus não será exclusiva de Israel, mas aberta a todos
os povos.
Evangelho: Mateus 11, 11-15
Naquele tempo disse Jesus á multidão: 11 *Em
verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do
que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que
ele. 12*Desde o tempo de João
Baptista até agora, o Reino do Céu tem sido
objecto de violência e os violentos apoderam-se dele à força. i3porque todos os
profetas e a Lei anunciaram isto até João. i4E, quer acrediteis ou não, ele é o
Elias que estava para vir. i5Quem tem ouvidos, oiça!»
Mateus, depois de narrar o envio a Jesus de
alguns discípulos de João, refere as palavras de Jesus sobre o mesmo João,
prisioneiro de Herodes. Exalta a firmeza da fé e a grandeza do profeta,
afirmando que não apareceu ninguém maior do que ele no mundo (v. 11). Mas quem
se torna discípulo de Jesus entra numa nova ordem de salvação, na economia do
reino, onde, mesmo o mais pequeno, é revestido da incomparável dignidade de
filho de Deus (v. 11). Jesus dá ainda a entender que a missão de João não se
esgota em anunciar o Messias, mas que, no Baptista, será antecipado o destino doloroso
do Messias.
Finalmente Jesus convida-nos a uma compreensão
profunda da missão e da pessoa de João Baptista, à luz da Lei e dos Profetas,
isto é, do projecto de Deus testemunhado nas Escrituras. Uma leitura atenta e
um bom discernimento (v. 15) levar-nos-ão a compreender que João está na
charneira entre as duas economias, está entre a expectativa e a realização, que
nele se realiza o regresso de Elias, objecto de esperança na tradição
bíblico-judaica, como precursor imediato do Messias.
Meditatio
«Eu, o Senhor, teu Deus tomo-te pela mão, e
digo-te: 'Não tenhas medo, Eu mesmo te ajudarei! ' Não tenhas medo ... Eu
próprio te ajudarei». Estas palavras, ou outras semelhantes são frequentemente
repetidas na Sagrada Escritura. São dirigidas a Israel ou a pessoas concretas
que Deus escolhe chama para servir o seu povo. «Não tenhas medo; Eu estarei
cootiço-, diz Deus a Moisés, quando o encarrega de ir libertar o seu povo do
Egipto. «Não tenhas medo; Eu estarei contiço-, diz o Senhor a Josué quando o
põe à cabeça de umas tribos nómadas, as de Israel, para conquistar cidades
fortificadas. «Não tenhas medo; Eu estarei contiço», diz o Senhor a Paulo em
várias circunstâncias da sua vida apostólica e especialmente quando, no
cárcere, aguarda a morte.
É esta Presença, que tudo transforma, que
esperamos no Natal. Deus vem ao encontro do seu povo e de cada um de nós.
Torna-se Emanuel, Deus connosco. Vem na fraqueza da condição humana, para nos
socorrer, não pelo poder e pela força, mas pela solidariedade e pela proximidade
connosco. Sem esta presença e proximidade de Deus, cada um de nós não passaria
de um «pobre verrnesinho».
O encontro com Deus, meu redentor, meu go 'et, só é possível com a minha
colaboração livre. Implica a minha opção de fé, a decisão de me abrir à compreensão
profunda das Escrituras que me põem em contacto com a radical novidade do plano
de Deus manifestado na vinda de Jesus. Só assim o meu coração se renova.
A figura do Baptista é uma severa provocação a
reconhecer a enorme oportunidade que me é oferecida para entrar no Reino e
acolher o dom imenso da dignidade de filho de Deus, que ultrapassa toda e
qualquer outra dignidade.
O texto termina com um forte convite a não demorar, a não me deixar paralisar
pelo medo, mas a ir lesto ao encontro d ' Aquele que vem ao meu encontro e do
Reino que gratuitamente me oferece.
A presença de Deus, a presença do Filho de
Deus, no meio de nós, como libertador e salvador, realiza-se actualmente, de
modo muito especial, na Eucaristia. Ela é a nossa Tenda do encontro, o nosso
Templo de Jerusalém.
Sob os véus eucarísticos, Jesus vive no meio
de nós o amor nas suas exigências fundamentais de totalidade e eternidade: tudo
e sempre. Também para nós realiza, para além de toda a expectativa, a Sua
promessa de não nos deixar órfãos (cf. Jo 14, 18), por meio de tantas
presenças, mas nenhuma delas é mais completa e pessoal do que a presença
eucarística. Daí a importância da Eucaristia na vida da
Igreja, na vida das nossas comunidades, na vida de cada um de nós: «Toda a
nossa vida cristã e religiosa encontra a sua fonte e o seu ponto culminante na
Eucaristia (cf. LG 11). A celebração do Memorial da morte e ressurreição do
Senhor constitui para nós o momento privilegiado da nossa fé e da nossa vocação
de Sacerdotes do Coração de Jesus» (Cst 80).
Oratio
Senhor Jesus, eu Te agradeço por teres vindo
ao meu encontro, não de modo triunfal, mas de modo humilde e pobre. Eu Te
agradeço por teres querido meter-te em todas as nossas situações humanas,
particularmente nas difíceis. A certeza de que estás comigo, especialmente nas
horas mais difíceis, quando a minha vida é mais semelhante à tua cruz, dá-me
força e confiança extraordinárias e enche-me de alegria em situações onde seria
mais natural a desolação.
Eu Te agradeço por estares comigo. Que saiba
também estar contigo. Como diria Inácio de Loiola, meteste-te connosco e
pedes-nos para estarmos contigo na pobreza e na obediência à vontade de Deus.
Amen.
Contemplatio
(João Baptista) é um homem grave, sério e
firme, que compreendeu, quis, e que permanece imutavelmente agarrado à sua
convicção e à sua resolução.
«Não é um homem mo/emente vesttdo-, um homem sensual, amigo dos salões e dos
lugares de prazeres; é o maior dos filhos nascidos da mulher. - Desde os dias
de João Baptista, o Reino dos céus é tomado de assalto; os bravos arrebatam-no»
(Mt 11).
Jesus faz-se o panegirista da força de alma de
João Baptista. Que lição de energia nos dão os dois! As grandes obras, os
grandes empreendimentos e o reino dos céus não são para as canas, mas para os
cedros. A energia e o carácter temperam-se na vida austera, no hábito de se
vencer a si mesmo, no desapego do mundo, das suas vaidades e das suas molezas.
O Coração de Jesus e o de João Baptista foram mais fortes do que a morte.
É este o caminho que segui até aqui? Que é que
tenho de fazer para superar a corrente de uma vida mole e tíbia? Não é preciso
bruscamente romper com um hábito ou uma relação?
E pelas almas para as quais tenho uma missão
de educação, que fiz até ao presente? Formei-as para a obediência, para a
austeridade, para o sacrifício? Tomarei conta das suas vidas como da
minha.(Leão Dehon, OSP 3, p. 208)
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Não tenhas medo, Eu mesmo te ajudareil» (Is 41, 13)
DEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado pela reflexão.
ResponderExcluirSanta Maria, Rio Grande do Sul.
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirObrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
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