22
Dezembro 2020
Tempo do Advento - Novena do Natal - Dia 22
Dezembro
Lectio
Primeira leitura: 1 Samuel 1, 24-28
Naqueles dias, 24* Ana tomou Samuel consigo e,
levando também três novilhos, uma medida de farinha e um odre de vinho,
conduziu-o ao templo do SENHOR em Silo. O menino era ainda muito pequeno.
251mo/aram um novilho e apresentaram o menino a EIi. 26Ana disse-lhe: «Ouve,
meu senhor, por tua vida: eu sou aquela mulher que esteve aqui a orar ao
SENHOR, na tua presença. 27Eis o menino por quem orei. O SENHOR ouviu a minha
súplica. 28*Por isso, o ofereço ao SENHOR, a fim de que só a Ele sirva todos os
dias da sua vida.» E ele prostrou-se ali diante do SENHOR.
Ana pedira a Deus a graça de um filho. Deus
concedeu-lha. Por isso, vai ao templo de Silo agradecer o dom da maternidade,
levando com ela alguns dons e, sobretudo, o filho, Samuel, para o oferecer ao
Senhor: «a fim de que só a Ele sirva todos os dias da sua vida» (v. 28). Depois
de imolar um novilho, em sacrifício de acção de graças e de louvor ao Senhor,
apresenta o filho ao sacerdote EIi, lembrando-lhe o episódio e a oração que
fizera na sua presença, uns anos antes, e narrando-lhe como o Senhor a tinha
escutado. «Por isso, o ofereço ao SENHOR», conclui a mulher (v. 28).
Esta narrativa bíblica é profecia daquilo que
Deus, de modo ainda mais maravilhoso, irá realizar em Maria. Como no caso de
Isaac (cf. Gn 18, 9-14), de Sansão (cf. Jz 13, 2-25) e de João Baptista (cf. Lc
1, 5-25), o nascimento de um filho, por obra de Deus, de uma mulher estéril,
foi sinal de uma vocação especial, como acontece com Samuel, destinado a
tornar-se o primeiro grande profeta de Israel (cf. Act 3, 24) e guia espiritual
do povo.
Evangelho: Lucas 1, 46-56
Naquele tempo, 46*Maria disse: «A minha alma
glorifica o Senhor 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. 48Porque
pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão
bem-aventurada todas as gerações. 49*0 Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
Santo é o seu nome. 50*A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem. 51 *Manifestou o poder do seu braço e dispersou os
soberbos. 52Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. 53*Aos
famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. 54*Acolheu a
Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55*como tinha prometido a
nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» 56*Maria ficou com
Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.
o Magnificat é uma das mais belas orações do
Novo Testamento, com várias reminiscências do Antigo Testamento (cf. 1 Sam 2,
1-18; SI 110, 9; 102, 17; 88, 11;
106, 9; Is 41, 8-9). É o cântico dos pobres,
dos simples e humildes, sempre prontos a acolher e a admirar-se com as
iniciativas de Deus ..
É significativo que este cântico tenha sido
posto nos lábios de Maria, a criatura mais digna do louvor a Deus, que nasce no
culminar da história da salvação, e que é imagem da Igreja, sempre guiada por
Deus, que usa de amor e de misericórdia para com todos, especialmente para com os
pobres e pequenos.
O texto divide-se em duas partes: Maria dá
glória a Deus pelas maravilhas realizadas na sua humilde vida, tornando-a
colaboradora da salvação realizada por Cristo, seu Filho (vv. 46-49). Depois,
exalta a misericórdia de Deus pelos critérios extraordinários e impensáveis com
que confunde as situações humanas, expressas por seis verbos: «Manifestou,
dispersou, derrubou, exaltou, despediu, acolheuD », que reflectem o modo de
agir forte e paterno de Deus em favor dos últimos e dos carenciados (vv.
50-53). Finalmente, recorda o cumprimento fiel das promessas de Deus, feitas
aos Pais e mantidas em relação a Israel (vv. 54-55). Deus realiza sempre
grandes coisas na história dos homens, mas apenas se serve daqueles que se
fazem pequenos e querem servi-lo com fidelidade, no escondimento e no silêncio
adorante.
Meditatio
As leituras de hoje falam-nos da acção de
graças de duas mães: Ana e Maria.
Ana agradece com três novilhos, uma medida de
farinha, um odre de vinho e, sobretudo, com o dom do próprio filho, a graça da
maternidade. Samuel, devolvido ao Senhor, torna-se um laço vivo entre Ana e
Deus.
Maria também dá graças ao Senhor, com grande
efusão de alma: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em
Deus, meu Seivedor», Jesus ainda não tinha nascido. Mas a Virgem já dava graças
por Ele e O oferecia a Deus¬Pai, porque tinha dado início à obra da salvação,
santificando João Baptista no seio de sua mãe.
Ana e Maria, cheias de alegria, agradecem o
dom da vida que está nelas, sinal da bondade de Deus. Ao mesmo tempo, com
simplicidade e pureza de coração, entregam-se ao Senhor porque «a sua
misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem» (v.
50).
É bom que também nós nos demos conta de que a
pobreza e a simplicidade de coração são condições essenciais para agradar a
Deus e ser cheios da sua riqueza. Os frutos das obras de Deus desenvolvem-se no
silêncio e na calma, não na agitação ou na violência. Deus actua com discrição
e no segredo. Não se podem forçar os tempos do Espírito.
Como Maria, somos convidados, na proximidade
do Natal, a partilhar esta delicadeza do Senhor, confiando todos os nossos
projectos e a nossa vida Àquele que nos amou por primeiro e quer o nosso bem.
Ofereçamos-lhe o nosso louvor, porque Ele «escolheu o que era louco aos olhos
do mundo para confundir os sábios, escolheu aquilo que no mundo era fraco para
confundir os fortesDpara que ninguém possa gloriar-se diante de Deus» (1 Cor 1,
27-29).
O louvor e a acção de graças, como as outras
dimensões da oração, nascem do silêncio que possibilita a escuta do Senhor que
fala, e que possibilita dar-nos contas das maravilhas que faz em nós e à nossa
volta. O barulho e a agitação dispersam, distraem. Um salmista rezava:
"Ponde, Senhor, vigilância à minha boca, guardai a porta dos meus
lábios" (SI 141(140),3). O tempo de Natal implica sempre alguma agitação.
É natural, mas há que ter o cuidado de não perdermos o essencial.
As nossas Constituições lembram: "Como
Jesus gostava de se entreter com o Pai, também nós reservaremos momentos de
silêncio e de solidão para nos deixarmos renovar na intimidade com Cristo e nos
unirmos ao seu amor pelos homens".
Muitas pessoas do nosso tempo, também
religiosos, perderam o sentido do silêncio; parece terem medo dele.
Desperdiçaram um grande valor, um dom importante, e correm o risco de perder a
si mesmos. Pelo silêncio, entramos na profundidade de nós mesmos, conhecemos as
nossas verdadeiras exigências, aceitamo-Ias e, com a ajuda do Espírito,
realizamo-Ias.
Demasiadas pessoas andam imersas em
tagarelices, rumores, músicas, imagens; estão sem defesas, sem refúgio
interior; an
dam fora de si, alienados. Por isso, não se reconhecem, nem reconhecem o que
Deus faz e quer fazer nelas. Por isso, não cantam os louvores de Deus! Nem
vistam os que precisam, porque não ouvem os seus gritos!
Oratio
Senhor, nosso Deus, que pusestes nos lábios de
Ana e de Maria a oração de louvor e de acção de graças, e que fizestes germinar
nos seus corações a alegria, fruto da tua visita amorosa e paterna, dá-nos a
graça de, também nós, descobrirmos e praticarmos na oração as atitudes de
louvor e de reconhecimento pelas maravilhas que gratuitamente fizeste e
continuas a fazer em nós e à nossa volta, na Igreja e no mundo.
Queres que vivamos na alegria, pela
experiência do teu amor de Pai misericordioso e fiel. Ajuda-nos a dispormos,
pelo silêncio e pela solidão, para acolhermos essa experiência, a única capaz
de transformar a nossa vida, de nos pôr generosamente ao serviço do teu
projecto de salvação, ao serviço de quem precisa de nós, de escrevermos o nosso
próprio Magnificat. Na oração de louvor e de acção de graças, dar-nos-emos
conta de que as riquezas que nos confias são mais importantes e mais numerosas
do que as nossas carências, e que os dons que pões nas nossas mãos, e nas dos
nossos irmãos, são sinal de cuidas de nós com amor de Pai. Amen.
Contemplatio
Jesus e Maria rezavam sempre no fundo do seu
coração. Jesus no-lo diz: «É preciso rezar sempre e sem cesser» (Lc 18, 1).
Alguns versículos do Evangelho traem a oração
íntimactle Maria.
Quando o arcanjo Gabriel desce a Nazaré, Maria
revela-nos a sua alma: «Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum:
sou a serva do Senhor, que me seja feito segundo a vossa palavra!».
Eis, portanto, a disposição habitual de Maria
na sua oração, é a humildade e o abandono: o que Deus quer, e é tudo. É a
suprema santidade.
O Magnificat diz-nos mais amplamente os sentimentos
da oração de Maria. É um cântico lírico à glória de Deus. É o louvor, o
reconhecimento, a humildade. Nada de preocupação pessoal; Deus é bom, isso lhe
basta, rejeita os orgulhosos e abençoa os humildes. Repara também, protesta
contra os soberbos e os avarentos. O amor puro e acção de graças são a nota
dominante: «A minha alma glorifica o Senhor!» (Pe. Dehon, OSP 3, p. 177s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«A minha alma glorifica o Senhor!» (Lc 1,46)
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirDEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado pela reflexão.
ResponderExcluirSanta Maria, Rio Grande do Sul.
Obrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
ResponderExcluir