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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

-AMAR A DEUS E AO IRMÃO-José Salviano

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM Cor: VerdeEvangelho - Mt 22,34-40
 Naquele tempo: 34Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?' 37Jesus respondeu: '`Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!' 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: `Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos.Palavra da Salvação.(CNBB).
O Evangelho deste domingo nos mostra que toda a Lei, tudo o que os profetas disseram, tudo o que foi escrito pelos autores sagrados e foi compilado na Bíblia ou na Torá, tudo isso foi resumido por Jesus Cristo em apenas DOIS MANDAMENTOS.  Amar a Deus e amar o próximo como a nós mesmo. 
Amar a Deus de toda a nossa alma, e ao próximo como a nós mesmo, quer dizer que  o mesmo que pedimos a Deus por nós, devemos também pedir pelos nossos irmãos e irmãs.  Repare que a oração ensinada por Jesus, está no plural e não no singular. Ou seja, Jesus nos ensinou a rezar não somente para nós individualmente, mas sim, coletivamente, mesmo que estejamos rezando a sós.
 
Cumprir os dois mandamentos resumidos por Jesus, é, portanto amar a Deus, é fazer a sua vontade, e ao mesmo tempo se relacionar com o irmão, e com a irmã, vivendo numa prática de amor mútuo, recheado de fraternidade, solidariedade, de partilha, de ajuda ou suporte, de compreensão, se importando com o crescimento do outro, com sua segurança, com a sua saúde. Tudo isso de forma autêntica sem interesse e sem falsidade.
           
AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS...
 
Amar o Senhor nosso Deus de todo o coração significa amar a Deus com toda boa vontade de contribuir na construção do seu Reino.  Amar a Deus de toda a nossa alma, é dedicação total sem reserva, e sem restrições, não se importando com o que pensam os demais componentes da família, pois infelizmente nem todos eles participam conosco dessa entrega a Deus.  Pelo contrário, às vezes até nos criticam, nos desdenham, nos atrapalham, etc.
           
Amar a Deus de todo o nosso entendimento, é agir e reagir de acordo com as escrituras, e principalmente o Evangelho. Porém na ausência plena desse conhecimento, por motivo de analfabetismo, de isolamento geográfico, ou coisa parecida, é seguir as inspirações do Espírito de Deus que devido a nossa fé praticada segundo o nosso entender, estará sempre do nosso lado nos protegendo das investidas de satanás e nos guiando pela mão.
           
"AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI". Jesus nos ama como o Pai o ama. Por isso devemos amar o próximo como a nós mesmos.  Porém não vamos confundir  “próximo” apenas com  o “necessitado”, ou seja, o próximo não é somente aquele mendigo que vemos na calçada. Mas também o colega de trabalho, o faxineiro a faxineira, nossos familiares, os professores, os nossos alunos, todos e todas são os outros que Jesus falou.
          
Infelizmente muitos de nós ainda não assimilamos de forma correta os mandamentos de Deus explicados por Jesus sobre o amor a Deus e ao próximo. Um exemplo disso são os cristãos e cristãs que frequentam a missa diariamente, e na vida real maltratam os empregados, mendigos, fazem chacotas por vezes maldosas dos defeituosos, preguiçosos e bêbados...
         
Muitos outros são bem intencionados, colaboram até com instituições de caridade, denunciam os abusos dos poderosos, lutam por justiça, têm uma prática social atuante e estão engajados na luta por um mundo melhor, mas infelizmente  não têm um momento para estar com Deus em oração, correm tanto para lá e para cá que não sobra-lhes tempo para rezar, não têm tempo para o Senhor.
 
Pessoas assim, até acreditam em Deus, respeitam os seus representantes na Terra, porém, lamentavelmente, pouco se comunicam diretamente com Deus por Jesus. Isso é uma pena, uma grande perda. É uma fé praticada de forma parcial e muito pessoal, não como Jesus nos ensinou.
É uma prática da fé de forma parcial, porque o mandamento se divide em dois. O amor a Deus, e o amor ao próximo.
         
Isso é uma grande pena, veja por exemplo a atuação da organização MSF (Médicos sem Fronteiras) Eles atuam na Amazônia, no coração da África e em outros lugares do Planeta, acudindo e socorrendo crianças e adultos famintos sem roupas, sem agasalhos  e desabrigados  em lugares de conflitos arriscando suas próprias vidas, socorrendo desabrigados das cheias, os atingidos por epidemias, como o caso do ebola, e demais calamidades climáticas e naturais, como os terremotos.
         
Parabéns Renato Santos, parabéns Doutora Rachel Esteves, parabéns a todos os demais que já participaram, que estão participando e que vão ingressar nesse santo trabalho de AMOR AO PRÓXIMO NA PURA PRÁTICA!
         
Que trabalho bonito aos olhos de Deus! Mais bonito ainda o seria se ao fim do dia essas e esses heróis, apesar do cansaço, se reunissem de mãos dadas para rezar agradecendo pelo sucesso desse trabalho humanitário, e oferecendo a Deus tudo o que fizeram.  Porém não se tem notícias de que eles agem assim no final dos seus dias cheios de entrega pelo irmão e pela irmã que está em situação de precariedade total. 
Mas com certeza, Deus que vê tudo, anota cada dia essa dedicação, essa entrega, essa fraternidade, esse esforço de todos vocês! 
Continuem, meus irmãos e minhas irmãs esse trabalho maravilhoso de amor ao próximo pela prática. Mas lembrem-se também de falar com Deus!  Pois assim estarão cumprindo os dois mandamentos: Amar a Deus e amar o próximo (como vocês estão fazendo tão bem com especial dedicação).  Que O Espírito de Deus esteja sempre do vosso lado, dando-lhes: Mais coragem, proteção e muita inspiração. Amém!
         
Do mesmo modo, existem leigos muito ativos que sempre diz: O meu trabalho intenso na evangelização já é uma oração. Por isso ofereço tudo o que faço diariamente pela Igreja, todo o meu esforço, como forma de oração, faço o sinal da cruz e me deito para o merecido descanso de um dia cheio de amor a Deus.  Olha... com todo respeito, sinceramente isso não está religiosamente correto ou completo, pois está faltando a outra parte, que é o amor a Deus!
         
Já outros cristãos vivem para louvar a Deus, vivem para as práticas devocionais de novenas e rosários; passam tanto tempo na igreja, que não têm um momento para a família, para os amigos, para os vizinhos ou colegas de trabalho. Agindo assim, também não estamos agindo religiosamente correto. Isso porque, de nada adianta ficar o tempo todo na capela rezando um terço atrás do outro, se não cuidamos dos nossos afazeres domésticos, se não trabalhamos para colaborar na medida do possível com a obra de Deus, com a criação contínua do mundo, e principalmente se não vemos Deus na pessoa do irmão da irmã, se não lhes damos a menor atenção.
         
O que estamos tentando dizer, ou explicar, é que o cumprimento dos DOIS MANDAMENTOS não pode ser incompleto.  Não podemos praticar um e relaxar com o outro. Pois assim teremos uma fé que muito deixa a desejar (mutilada, incompleta). Não podemos caprichar no amor ao próximo e desleixar do amor a Deus. Por outro lado, como o faz a maioria dos cristãos, não podemos praticar o amor a Deus e ignorar o irmão, principalmente, o carente não só de víveres, mas da nossa atenção.
         
Pecar é, portanto, faltar com o amor a Deus e ao irmão. Tudo o que fazemos sem amor ou com revolta, ódio, vingança, depravação moral, desvio de uma conduta correta, etc, é pecado.  Portanto, só existem duas formas de pecar.  Contra Deus e conta o irmão ou a irmã.  Desse modo, ou estamos ofendendo a Deus, ou estamos ofendendo o irmão, ou os dois de uma só vez. Ou seja, tudo o que você faz sozinho que não atingiu diretamente a ninguém, porém indiretamente a médio ou ao longo prazo poderá atingir, como é o caso de algum vício, que o possa incapacitar de amar corretamente num futuro próximo, trata-se de pecado.
Por isso, meus irmãos, e minhas irmãs, vivamos sempre dignos de estar na presença de Deus.   Mesmo que ninguém viu o seu ato pessoal, particular, mesmo que ele não tenha afetado a pessoa do irmão, ou da irmã, Deus viu o que você fez. Arrependa-se e peça perdão. O ideal seria pedir a absolvição do sacerdote por esta falta, mesmo que ela seja de pequena importância, mesmo que ela seja um pecado venial.  E se esforce para ser perfeito(a) como o Pai do Céu é perfeito.
 
 
 
Tenha um bom domingo na paz do Senhor. José Salviano.
 

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