30 Outubro 2017
Lectio
Primeira
leitura: Romanos 8, 12-17
Irmãos:
somos devedores, mas não à carne, para vivermos de acordo com a carne. 13É que,
se viverdes de acordo com a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito fizerdes
morrer as obras do corpo, vivereis. 14De facto, todos os que se deixam guiar
pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus. 15Vós não recebestes um Espírito
que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um Espírito que
faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai! 16Esse mesmo
Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. 17Ora, se
somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos
glorificados.
Pelo
baptismo, o crente em Cristo vive uma vida nova, a vida dos «filhos de Deus»
(v. 16). Ser cristão é ser filho de Deus, filho adoptivo, porque Filho
unigénito é um só, Jesus Cristo. Mas, ser filho adoptivo de Deus significa ser
verdadeiro filho, participante da vida divina, graças ao Filho unigénito.
Trata-se de um maravilhoso mistério, que é o mistério da vida de Deus, que é o
mistério da vida de Jesus, Filho unigénito do Pai, e que é a vida dos crentes.
É um mistério a contemplar de coração jubiloso e agradecido.
Sendo filho de Deus, o crente em Cristo é habilitado e chamado a viver como filho de Deus, na liberdade e na confiança própria dos filhos. Por isso, pode clamar: Abbá, ó Pai! (v. 15), tal como fazia Jesus. A palavra abbá pode traduzir-se por «papá», «paizinho», o que nos deixa entrever a extrema confiança e ternura com que Jesus se dirigia ao Pai. É a atitude com que Jesus nos ensinou a dirigir-nos também ao Pai: «Quando orardes, dizei: Abbá! (Lc 11, 2).
Paulo termina a sua reflexão acrescentando: «se somos filhos de Deus, somos também herdeiros» (v. 17). Isto quer dizer que, como filhos, somos chamados a participar na herança do Filho, na vida eterna, total e definitiva participação na vida divina.
Sendo filho de Deus, o crente em Cristo é habilitado e chamado a viver como filho de Deus, na liberdade e na confiança própria dos filhos. Por isso, pode clamar: Abbá, ó Pai! (v. 15), tal como fazia Jesus. A palavra abbá pode traduzir-se por «papá», «paizinho», o que nos deixa entrever a extrema confiança e ternura com que Jesus se dirigia ao Pai. É a atitude com que Jesus nos ensinou a dirigir-nos também ao Pai: «Quando orardes, dizei: Abbá! (Lc 11, 2).
Paulo termina a sua reflexão acrescentando: «se somos filhos de Deus, somos também herdeiros» (v. 17). Isto quer dizer que, como filhos, somos chamados a participar na herança do Filho, na vida eterna, total e definitiva participação na vida divina.
Evangelho:
Lucas 13, 10-17
Naquele
tempo, 10Ensinava Jesus numa sinagoga em dia de sábado. 11Estava lá certa
mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não
podia endireitar-se completamente. 12Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe:
«Mulher, estás livre da tua enfermidade.» 13E impôs-lhe as mãos. No mesmo
instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus. 14Mas o chefe da
sinagoga, indignado por ver que Jesus fazia uma cura ao sábado, disse à
multidão: «Seis dias há, durante os quais se deve trabalhar. Vinde, pois,
nesses dias, para serdes curados e não em dia de sábado.» 15Replicou-lhe o
Senhor: «Hipócritas, não solta cada um de vós, ao sábado, o seu boi ou o seu
jumento da manjedoura e o leva a beber? 16E esta mulher, que é filha de Abraão,
presa por Satanás há dezoito anos, não devia libertar-se desse laço, a um
sábado?» 17Dizendo isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e a
multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.
Jesus
prossegue a caminhada para Jerusalém, onde se irá manifestar e onde irá
realizar a sua missão salvífica. Lucas coloca ao longo desta caminhada os
ensinamentos de Jesus aos discípulos. Eles são chamados a percorrer o mesmo
caminho do Mestre, a partirem de Jerusalém (cf. 24, 47; Act 1, 8).
O milagre da cura da mulher curvada é narrado apenas por Lucas. Jesus realiza-a ao sábado, provocando a indignação do chefe da sinagoga. O Senhor aproveita o ensejo para reafirmar o essencial da mensagem evangélica: o amor de Deus, revelado por Jesus, libertando o homem da Lei, que, tendo sido dada para lhe garantir a liberdade, acabara por torná-lo escravo. O amor de Deus é absolutamente gratuito: Jesus curou a mulher sem que ela o pedisse (v. 12). Com o seu gesto, Jesus afirma que o sábado está ao serviço da vida: para quem ama a Deus, deixar de fazer o bem, significa fazer o mal. E é efectivamente “mal” o desprezo do chefe da sinagoga (v. 14); e são “mal” os pensamentos dos adversários de Jesus, para quem o anúncio do reino se torna vergonha (v. 17ª).
A palavra de Jesus realiza o que diz. Os seus gestos nada têm a ver com o espectáculo que davam os taumaturgos orientais. Jesus liberta do espírito maligno, origem do mal, que deforma a imagem do homem (cf. Gn 1, 26ss.), tornando-o escravo, incapaz de erguer os olhos para o Criador (cf. Sl 121, 1; 123, 1). Restituído à dignidade da relação vital com Deus, o homem é cheio de alegria e dá glória ao seu Senhor e Salvador exaltando as suas obras maravilhosas (vv. 13b.17b).
O milagre da cura da mulher curvada é narrado apenas por Lucas. Jesus realiza-a ao sábado, provocando a indignação do chefe da sinagoga. O Senhor aproveita o ensejo para reafirmar o essencial da mensagem evangélica: o amor de Deus, revelado por Jesus, libertando o homem da Lei, que, tendo sido dada para lhe garantir a liberdade, acabara por torná-lo escravo. O amor de Deus é absolutamente gratuito: Jesus curou a mulher sem que ela o pedisse (v. 12). Com o seu gesto, Jesus afirma que o sábado está ao serviço da vida: para quem ama a Deus, deixar de fazer o bem, significa fazer o mal. E é efectivamente “mal” o desprezo do chefe da sinagoga (v. 14); e são “mal” os pensamentos dos adversários de Jesus, para quem o anúncio do reino se torna vergonha (v. 17ª).
A palavra de Jesus realiza o que diz. Os seus gestos nada têm a ver com o espectáculo que davam os taumaturgos orientais. Jesus liberta do espírito maligno, origem do mal, que deforma a imagem do homem (cf. Gn 1, 26ss.), tornando-o escravo, incapaz de erguer os olhos para o Criador (cf. Sl 121, 1; 123, 1). Restituído à dignidade da relação vital com Deus, o homem é cheio de alegria e dá glória ao seu Senhor e Salvador exaltando as suas obras maravilhosas (vv. 13b.17b).
Meditatio
No mundo
actual fala-se muito de liberdade, exige-se liberdade. As leituras de hoje
levam-nos a meditar sobre esse valor. E é bom que o façamos, para melhor o
entendermos, desejarmos, exigirmos, vivermos, respeitarmos. Na primeira
leitura, Paulo convida-nos a viver de acordo com o Espírito, a ultrapassar o
espírito de escravos, a vivermos na liberdade que nos é dada pelo Espírito, a
clamar “Abbá!”, quando nos dirigimos a Deus. De facto, chamamo-nos – «e,
realmente, o somos!» – filhos de Deus (1 Jo 3, 1).
No evangelho vemos Jesus libertar uma mulher que «doente por causa de um espírito, há dezoito anos, que andava curvada e não podia endireitar-se completamente» (v. 11). «Mulher, estás livre da tua enfermidade» (v. 12), diz-lhe Jesus, que se indigna com os reparos do chefe da sinagoga, preocupado com a falta de observância do sábado (v. 14).
Deus quer para nós a verdadeira liberdade, aquela de que Paulo indica a condição, à primeira vista contraditória: «todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus» (v. 14). A verdadeira liberdade não é libertinagem, não é espírito de independência, mas docilidade ao Espírito de Deus, na confiança e na simplicidade. Obedecendo ao Espírito de Deus, somos libertados da escravidão do mundo e do pecado.
Podemos ser escravos de muita coisa: da moda, do conformismo, não só quanto ao modo de vestir, mas também de viver. Muitas pessoas não têm coragem de viver como gostariam, e conformam-se ao espírito do mundo, do «homem velho», como escreveu Paulo (Ef 4, 22). Os cristãos são chamados a inventar um modo novo de viver, e a não ser escravos do que se faz ou não se faz, a encontrar caminhos e meios, ainda que inéditos, para fazer o bem, para ser filhos de Deus na liberdade, com imensa confiança no Pai. Podem enganar-se nas suas tentativas. Mas, se actuarem com o Espírito de Deus, o erro não irá longe, será corrigido e tornar-se-á fecundo de bem, conforme ao desígnio de Deus.
Um cristão há-de ser livre, não só diante dos costumes do mundo, mas também no modo como vive a sua condição de filho de Deus. Cada
vocação é irrepetível. Não há duas iguais. Mais do que imitar este ou aquele santo, devemos procurar o nosso próprio caminho de santidade, segundo o nosso carisma, isto é, conforme o dom que recebemos do Espírito e as orientações que nos dá. É este o verdadeiro pluralismo cristão.
No evangelho vemos Jesus libertar uma mulher que «doente por causa de um espírito, há dezoito anos, que andava curvada e não podia endireitar-se completamente» (v. 11). «Mulher, estás livre da tua enfermidade» (v. 12), diz-lhe Jesus, que se indigna com os reparos do chefe da sinagoga, preocupado com a falta de observância do sábado (v. 14).
Deus quer para nós a verdadeira liberdade, aquela de que Paulo indica a condição, à primeira vista contraditória: «todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus» (v. 14). A verdadeira liberdade não é libertinagem, não é espírito de independência, mas docilidade ao Espírito de Deus, na confiança e na simplicidade. Obedecendo ao Espírito de Deus, somos libertados da escravidão do mundo e do pecado.
Podemos ser escravos de muita coisa: da moda, do conformismo, não só quanto ao modo de vestir, mas também de viver. Muitas pessoas não têm coragem de viver como gostariam, e conformam-se ao espírito do mundo, do «homem velho», como escreveu Paulo (Ef 4, 22). Os cristãos são chamados a inventar um modo novo de viver, e a não ser escravos do que se faz ou não se faz, a encontrar caminhos e meios, ainda que inéditos, para fazer o bem, para ser filhos de Deus na liberdade, com imensa confiança no Pai. Podem enganar-se nas suas tentativas. Mas, se actuarem com o Espírito de Deus, o erro não irá longe, será corrigido e tornar-se-á fecundo de bem, conforme ao desígnio de Deus.
Um cristão há-de ser livre, não só diante dos costumes do mundo, mas também no modo como vive a sua condição de filho de Deus. Cada
vocação é irrepetível. Não há duas iguais. Mais do que imitar este ou aquele santo, devemos procurar o nosso próprio caminho de santidade, segundo o nosso carisma, isto é, conforme o dom que recebemos do Espírito e as orientações que nos dá. É este o verdadeiro pluralismo cristão.
Oratio
Senhor,
ensina-me a viver como teu filho, como homem livre; ensina-me a tender à cura
perfeita, pela confiança no teu poder divino. Infunde em mim o teu Espírito
Santo, que seja o farol dos meus passos, tantas vezes incertos e lentos. Dá-me,
cada dia, o pão da tua Palavra, que me fortaleça no caminho íngreme e sinuoso
da vida. Suporta com paciência e misericórdia os meus erros. Sê o meu refúgio e
o meu descanso, a minha Providência em todas as necessidades e crises.
Ensina-me os valores e ideais que dão sentido à vida. Sê o meu Pai, cheio de
bondade e de carinho. E que eu viva e me comporte sempre como teu filho. Amen.
Contemplatio
Aprendamos
de Nosso Senhor que não podemos merecer a liberdade dos filhos de Deus senão
pela obediência, e as alegrias puras das graças do céu senão pelas
mortificações e pelas privações desta vida. Nosso Senhor deixa-se conduzir por
S. José e levar pela sua divina Mãe, de Nazaré a Belém, para obedecer a um
príncipe adorador dos ídolos, Ele que é o Rei dos reis e a luz do mundo.
Poderia depor César Augusto do trono onde a sua mão o colocou; obedece-lhe, no
entanto, e logo que o seu édito aparece. A obediência é-lhe tão querida que
assim há-de seguir toda a sua vida e há-de conduzi-lo à morte: Fez-se obediente
até à morte e morte de cruz (Fl 2, 8). (Leão Dehon, OSP 4, p. 580).
Actio
Repete
muitas vezes e vive a palavra:
«Os que se deixam guiar pelo Espírito, são filhos de Deus» (Rm 8, 14).
«Os que se deixam guiar pelo Espírito, são filhos de Deus» (Rm 8, 14).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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