05-05-2017
Jo 6,52-59
Bom dia!
E ao longo de anos de caminhada dentro da comunidade ou da fé
poderíamos um dia sentar e refletir se todo empenho foi em vão. Motivados pelas
discussões e desentendimentos que sempre surgem quando vivemos em comunidade
poderíamos ser tendenciosos na resposta e assim fugir. Mas todo esforço vale a
pena? Vale a pena se desgastar por aqueles que zombam do Senhor e pelos outros
que vivem em comunidade, mas que não vivem para os outros?
É claro que valer a pena ou não depende da avaliação individual de
cada um, mas de certa forma, apesar de tantos desembaraços e desentendimentos,
vale a pena sim!
Repare esse texto extraído do sínodo arquidiocesano de Cuiabá:
“(…) MAS, PARA O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO É IMPOSSÍVEL
ESCONDER A FÉ. Um cristão pode ser notado pela forma como ele pensa e como ele
se comporta. É verdade, mas nem sempre é assim. Nós também somos fracos e
muitas vezes a nossa vida é um contra-testemunho. Nem sempre as pessoas que nos
conhecem notam que nós somos cristãos. A gente nem sempre nota a presença de
cristãos no nosso dia-a-dia: educação, medicina, política, esporte, associação
de bairro, acolhida dos migrantes, meios de comunicação, sindicatos, cultura…
tem coisa atrapalhando”! (Documento conclusivo do Sínodo Arquidiocesano de
Cuiabá § 63)
José Prado Flores, um renomado leigo católico expõe num dos seus
livros a possível reflexão de Paulo de Tarso na prisão de Éfeso, capital grega
da beleza e da estética.
Narra um Paulo talvez pensativo, numa masmorra insalubre e sob a
luz de velas, sujo e mal tratado, enquanto lá em cima as pessoas vivem a
beleza, o bom e o conforto. Pensando nos longos vinte anos que já haviam se
passado desde Damasco, do que abdicou, do status que possuía, da vida que lhe
era planejada, de mesmo ainda não ser visto como apóstolo, (…) entre outras
possíveis reflexões ele diz:
“(…) O MEU GRANDE DESEJO E A MINHA ESPERANÇA SÃO DE NUNCA FALHAR NO
MEU DEVER, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E
assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei
levar outros a reconhecerem a grandeza, POIS PARA MIM VIVER É CRISTO, E MORRER
É LUCRO. , mas se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho
útil. Então não sei o que devo escolher. Estou cercado pelos dois lados, pois
quero muito deixar esta vida e estar com Cristo, o que é bem melhor. PORÉM, POR
CAUSA DE VOCÊS, É MUITO MAIS NECESSÁRIO QUE EU CONTINUE A VIVER. E, como estou
certo disso, sei que continuarei vivendo e FICAREI COM TODOS VOCÊS PARA
AJUDÁ-LOS A PROGREDIREM E A TEREM A ALEGRIA QUE VEM DA FÉ”. (Filipenses 1,
20-25)
Sim! É duro, mas animador.
Ser cristão carece de vontade e destemor. Não existe ainda a
possibilidade de viver a missão, como diriam os jovens, “de boa”. Ser cristão
carece de permanecer firmes as pressões, principalmente da sociedade, hoje não
mais de Éfeso, mas dela como todo. Sei que às vezes, mesmo fazendo o melhor e
as coisas certas possíveis seremos volta e meia lançados numa masmorra de
críticas, fofocas e ostracismo, mas mesmo á luz de uma única luz de fé,
mantenhamos confiantes e fieis ao projeto de salvação, pois como disse Jesus:
“(…) se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue,
vocês não terão vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.
Sem ter por que lutar não temos vida! Arregacemos as mangas e
continuemos.
Um imenso abraço fraterno!
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