TERÇA FEIRA
DA 3ª SEMANA DO ADVENTO 13/12/2016
1ª Leitura: Sofonias 3, 1-2 .9-13
Salmo: 33 “ Vede, este miserável clamou e o Senhor
o ouviu...”
Evangelho: Mateus 21, 28-32
“Quando o Fazer, não corresponde
ao Celebrar”
No ritual e
na liturgia, sempre dizemos nosso SIM a Deus, e de
maneira solene, mas na prática do dia a dia o que fazemos com o nosso SIM e o
nosso Amém? É esta dicotomia, este divorcio entre a Celebração e a Vida, que o Evangelho
de hoje nos alerta.
Jesus não é
contra o ritual ou a Liturgia; ao contrário, ele realça a importância
do seu significado, mas se nossas palavras e gestos litúrgicos, não
corresponder a uma atitude interior, a uma abertura generosa á Graça de
Deus, será uma liturgia vazia e sem nenhum sentido.
Haja visto a celebração dos Sacramentos,
notavelmente dois deles, o Santo Batismo e o Matrimônio, para os leigos, e
ainda o Sacramento da Ordem para os Consagrados e Religiosos, a Vocação tanto
dos casais que se casam na Igreja, como dos jovens que recebem o Sacramento da Ordem, acaba esmorecendo, terminando
com um rompimento com a Graça de Deus, chegando ao seu fim de maneira melancólica, exatamente porque não houve decisão,
vontade e comprometimento da parte de quem recebeu, por isso multiplicam-se as
separações e o afastamento do Ministério, e isso é muito
triste.
É nesse
sentido e neste contexto que Jesus conta a parábola desses dois filhos. Um
primeiro que disse SIM , diante do convite do Pai, para ir
trabalhar na sua vinha, mas não foi, e o segundo que respondeu negativamente ao
Pai, mas depois acabou indo, sendo este o que fez a Vontade de Deus, porque
traduziu em obras o que trazia em seu coração, o desejo de servir.
A Vocação do
Serviço, a resposta que damos a Deus, que nos chama para tantos serviços e
ministérios na nossa Igreja, não deve ser apenas um sentimento que trazemos no
coração, mas deve antes de tudo, contar com a nossa decisão e vontade, a Razão
e o Coração se unindo para dar uma resposta ao Deus que nos chama. Quando se
fica só no coração a nossa prática pode não corresponder aquilo que Deus espera
de nós, e quando ficamos apenas na razão, é perigoso cairmos na insensibilidade
e perder o entusiasmo da vocação.
A este
respeito, o Sagrado Magistério da Igreja,
nos ensina: “O gesto litúrgico não é autêntico, se
não implicar em um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado para ter
os sentimentos de Cristo Jesus e para uma contínua conversão” (Medelin) . ´Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe,” afirma que “Só se vê
bem com o coração”.
Neste tempo
do Advento, prestemos mais atenção nos mistérios
que celebramos na Sagrada Liturgia, e que olhemos para os Sacramentos que um
dia recebemos, aproveitando para renovar diante de Deus o nosso SIM, não com
meras palavras, mas com atitudes e gestos concretos, de
quem está comprometido com a construção do Novo Reino, a Vinha do Senhor, que Jesus inaugurou em nosso meio. Caso
contrário, pessoas de categorias, que nós julgamos inferiores e longe do
sistema Religioso, entrarão primeiro no Reino dos Céus, porque sentirão no coração aquilo
que o simples Rito não consegue transmitir: a ação de um Deus todo Amoroso e
Misericordioso! Diácono
José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – E-mail jotacruz3051@gmail.com – Votorantim SP .
Revisor: Prof. JCBarbosa
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