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de Dezembro- Quinta - Evangelho - Lc 2,22-35
Luz
para iluminar as nações.
Este
Evangelho narra a apresentação de Jesus no Templo e a purificação de Nossa
Senhora. Nós o contemplamos no quarto mistério gozoso do terço. Nele aparece
três vezes a expressão “conforme a Lei do Senhor”. Maria e José viviam atentos
em cumprir direitinho todas as leis de Deus. Aí está um recado para nós: o
segredo da nossa felicidade está na fidelidade à Lei do Senhor. Para Maria e
José, eram as Leis do Antigo Testamente; para nós, são os mandamentos de Deus e
da Igreja.
A
apresentação de Jesus no Templo corresponde à nossa celebração do batizado das
crianças. Mas não basta batizá-las, é preciso fazer com que elas cresçam cheias
de sabedoria e da graça de Deus, como Jesus cresceu.
Como
disse o profeta Simeão, Jesus foi a Luz que Deus Pai enviou para iluminar as nações.
“Agora,
Senhor, podeis deixar teu servo partir em paz.” Simeão sabia que ninguém
consegue partir deste mundo com a esperança da vida eterna, se não está ligado
a Jesus. Ter a graça de segurar o Menino Jesus foi para ele um sinal de que
Deus o segurava em seus braços, portanto, podia morrer. Isso vale para nós. Se
queremos, ao sair deste mundo, ganhar a vida eterna, temos de segurar Jesus em
nossos braços, agarrar-nos a ele e não largá-lo mais.
“Os
que se deixam guiar pelo Espírito de Deus, esses são os filhos de Deus” (Rm
8,14). Foi o Espírito Santo que levou Simeão ao Templo. Se queremos ter Jesus
em nossos braços, e assim ser dignos da vida eterna, dirijamo-nos ao Templo, à
Igreja, porque lá nos encontraremos com Jesus. “Vós, como pedras vivas, formai
um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Se vamos à Igreja
domingo, nós a carregamos conosco durante a semana, e assim nos tornamos também
um edifício santo e agradável a Deus. Na Igreja, nós encontramos a paz em
plenitude. “E a paz de Deus, que supera todo entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus” (Fl 4,7).
Outro
destaque do Evangelho é a união do casal. Aliás, Maria e José estavam sempre
unidos, nas horas difíceis e nas horas alegres: no nascimento de Jesus; na fuga
para o Egito, na perda e encontro do menino no Templo... A família de Nazaré
era unida e todos os membros colaboravam, cada um do seu modo. Assim, só podia
dar no que deu: uma família que formou três santos. No casamento, o casal faz
um juramento diante de Deus, da Igreja e dos familiares; um juramento de
permanecerem unidos até o fim da vida.
Quando
o profeta Simeão pegou Jesus nos braços, ele disse a Maria: “Este menino vai
ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será
um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos
corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. O mundo tem outros
valores e segue outro caminho. Por isso que Jesus foi um sinal de contradição,
e a mãe sofreu com ele. Todos os seguidores de Jesus têm a mesma sina: ser um
sinal de contradição e ter a espada de dor.
Simeão
disse, em sua profecia, que “serão revelados os pensamentos de muitos
corações”. Diante de Jesus, caem as máscaras. As pessoas malandras não
conseguem esconder suas falcatruas. As maldades aparecem, e os primeiros a
sofrerem as conseqüências são os cristãos.
Certa
vez, um viajante contratou um burro para levar uma pequena carga porque estava
indo para um lugar distante. O dono do animal foi junto, porque sabia lidar com
ele.
Como
o calor estava muito forte e o sol brilhava intensamente, o viajante parou para
descansar e buscou abrigo na sombra do burro. Acontece que a sombra só protegia
uma pessoa e tanto o viajante como o dono do burro a reivindicavam. Por isso
surgiu entre eles uma violenta disputa sobre qual teria o direito de
desfrutá-la. O proprietário dizia que alugou apenas o burro e não a sua sombra.
O viajante afirmava que ao alugar o burro alugou também a sua sombra.
A
disputa prosseguiu com palavras e socos e, enquanto os homens brigavam, o burro
galopou para longe.
Ao
disputar pela sombra, frequentemente nós perdemos a substância. Precisamos
trabalhar pela nossa união, a fim de imitarmos a família de Nazaré.
Muitas
vezes, por questões pequenas e sem nenhuma importância, acabamos perdendo a
nossa paz e até o estímulo para seguir em frente. Perdemos a amizade de pessoas
que por longo tempo estiveram ao nosso lado e afastamos pessoas queridas
simplesmente porque não concordamos com situações que, sem esforço, poderiam
ser desprezadas. Deixamos que um ato de teimosia, nosso ou de alguém com quem
lidamos, interfira em nosso relacionamento, ditando regras de conduta para
nossas atitudes.
Vamos
pedir à Família de Nazaré que nos ajude a segui-la em tudo, mesmo que nos
venham espadas e cruzes. No meio de um mundo de mentira, que vivamos na
verdade. No meio de um mundo de violência, que vivamos na paz. No meio de um
mundo de tristeza, que vivamos na alegria. No meio de um mundo de egoísmo, que
vivamos no amor. No meio de um mundo ganancioso, que pratiquemos a partilha.
Luz
para iluminar as nações.
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