Domingo, 25 de
dezembro de 2016.
Evangelho de São Lucas 2, 1-14
Deus tudo provê e dirige suavemente os acontecimentos. Serve-se dos
homens para que se cumpra sua vontade. Estava profetizado que o Messias haveria
de nascer em Belém. O imperador romano manda que se faça o recenseamento. E
Deus se serve dessa ordem do imperador para que se cumpram as profecias. Vejamos
como aconteceu.
César Augusto era imperador de Roma. Governou Roma desde o ano 30
antes do nascimento de Cristo até o ano 14 de depois de Cristo. Seu império foi
longo e gozou de paz.
Fez muitos recenseamentos no império. Na Judeia ele realizou dois
recenseamentos: um nos anos 8 a 6 antes de Cristo e outro no ano 5 depois de
Cristo. Quando César Augusto determinou o recenseamento, mandou que fosse feito
em todo o império Romano, incluindo os países estrangeiros que estavam sob seu
domínio. Quirino era romano, foi nomeado governador da Síria e simultaneamente
da Judeia. Governou a Síria e também a Palestina no ano 4 antes do nascimento
de Cristo e terminou o recenseamento dos anos 8 a 6 antes de Cristo.
São Lucas cita esses dois fatos importantes para estabelecer a
época do nascimento de Jesus: o edito de César Augusto e o primeiro
recenseamento feito por Quirino. Geralmente os recenseamentos nos outros países
eram feitos no lugar onde a pessoa morava, mas os judeus tinham o costume de se
inscrever na cidade de onde se originara sua família. Por isso José se dirigiu
à sua terra natal, Belém. Belém era chamada de cidade de Davi porque foi aí que
nasceu o rei Davi. Deus se serviu de um decreto humano para que se cumprisse a
profecia, segundo a qual o Messias haveria de nascer em Belém. Maria e José
eram da família de Davi.
Lá em Belém completaram-se os
dias em que Maria deveria dar à luz e «Maria
deu à luz o seu filho primogênito» (Lc 2, 7). Os hebreus chamavam
primogênito ao primeiro filho, ainda que este fosse o único. O primogênito pertence a Deus
de modo particular, e é por assim dizer destinado ao sacrifício. No sacrifício
de Jesus na cruz, realiza-se de uma forma única o destino do primogênito. Em Si
mesmo, Jesus oferece a humanidade a Deus, unindo o homem e Deus de uma maneira
tal que Deus seja tudo em todos.
Para José e Maria não havia
lugar na hospedaria. Com a enorme afluência dos que vinham alistar-se, as
hospedarias estavam cheias. Ficam fora, como tantos outros. Foram dormir
num estábulo, numa estrebaria. Lá o
menino nasce entre os animais que se abrigavam do frio. Maria o colocou numa
manjedoura, num cocho onde se coloca alimento para os animais. Jesus não nasce
num berço de ouro, ao contrário, nasce pobre entre os mais pobres. Jesus,
nascendo em pobreza, ensina-nos a humildade.
Os primeiros a receber a
notícia do nascimento de Jesus foram os pastores, esses eram pobres,
insignificantes, temidos e discriminados. Sua situação era semelhante a dos
ciganos de hoje. Eram nômades, iam de um lugar para o outro, conduzindo suas
ovelhas. Passavam as noites ao relento, olhando seus rebanhos. Eram temidos
pela suspeita de serem ladrões de gado. Mas foi para eles que o anjo do Senhor
veio dar a boa notícia. No Antigo Testamento, o anjo do Senhor é como que uma
duplicata de Javé, que diretamente ninguém pode ver, senão morre. É a maneira
de o próprio Deus Javé aparecer. O anjo do Senhor diz aos pastores que nasceu
um Salvador para eles, um Salvador para os últimos da sociedade. E diz como
encontrá-lo, o sinal será este: um recém-nascido envolto nas faixas comuns dos
recém-nascidos e deitado num cocho, dentro de uma estrebaria. É aí, não em um
palácio, que vão encontrá-lo. Num palácio, os pastores não poderiam entrar. Só
mesmo numa estrebaria, num ambiente que lhes é familiar, vão encontrar o seu
Salvador. Jesus veio ao mundo para evangelizar a todos, mas de uma maneira
muito especial aos pobres. Por isso, é aos pobres que ele primeiro anuncia seu
nascimento. A religião cristã é religião dos pobres: pobres de fato,
literalmente e pobres em espírito, aquele que tendo bens sabe acolher o
Salvador e acolher o Salvador na pessoa do pobre.
De repente surge uma multidão
de anjos que se une ao anjo do Senhor e diz cantando, que esse nascimento
significa a glória de Deus nas alturas e, na terra, o bem, a felicidade, a paz,
a plena realização daqueles que seguem o projeto de Deus. Esta paz vem da
bondade divina, é uma dádiva que não merecemos. Deus a dá aos que tiverem boas
disposições para participar da paz que o Messias trouxe à terra. Os anjos, com
seu canto, manifestam claramente a dupla finalidade da vinda de Cristo: a
glória de Deus e a paz aos homens.
Sejamos carentes do amor de Deus, não sejamos arrogantes. Tenhamos
a alegre esperança dos buscam a verdadeira paz na pessoa de um menino nascido
para trazer a felicidade completa, a paz, para todo o povo.
O menino do presépio é a ternura de Deus, é a mansidão de Deus,
aquele que teve como berço um cocho e teve a cruz como leito de morte, ele é
que nos revela a manifestação da graça salvadora de Deus, é ele que mostra à
humanidade o carinho, o amor e a
gratuidade da salvação.
O menino Jesus nascido na extrema pobreza é a comunicação eterna de
Deus, que mora no meio de nós para caminhar conosco. Vamos nos sentir convidados a “olhar para a manjedoura, para a
humildade e fragilidade da criança que, entre palhas, demonstra a loucura do
Amor de Deus em busca do coração do homem.”
Abramos o nosso coração para
acolher a mensagem salvadora de Jesus, assim poderemos celebrar o natal com
alegria, paz, amor e gratidão ao nosso Deus que nos ama e que está no meio de
nós.
Feliz Natal a todos vocês! E em especial a vocês que durante o ano
tem nos estimulado com seus comentários!!!
Abraços em Cristo!!!
Maria de Lourdes
Obrigado por esta aula de catequese e de conhecimento,pra vc um Natal de muita luz, de muita paz.
ResponderExcluirMuito linda mensagem e explicação! Deus te abençoe!
ResponderExcluirFeliz Natal