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Prof.Fernando* domingo, 25 de dezembro de 2016 NATAL
A luz e a família
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O
mundo ocidental guardou alguns traços herdados da Cristandade e das celebrações
do nascimento de Jesus de Nazaré, escolhida a data de 25 de dezembro desde o
séc. Quarto. Podemos resumi-los em duas características: as Luzes do Natal e as
reuniões de Família. Ambas envolvidas por desejos de Paz e Fraternidade.
1) As luzes se originam símbolo da
Estrela–guia (orienta os sábios do Oriente) e que até hoje costuma encimar as
Árvores de Natal. Luminosa também era a “glória
do Senhor que brilhou em torno” dos pastores, que escutaram do Mensageiro (Anjo)
o anúncio da “grande alegria”: o nascimento de um Salvador.
As luzes do Natal
multiplicaram-se nas milhares de lampadazinhas chinesas (LED) brilhando e
piscando, janelas e casas, vitrines e lojas, e as árvores nas ruas.
2) A nostalgia da reunião de
família, bem como os sentimentos e desejos de fraternidade, paz e harmonia
social, originam-se da narrativa do evangelho de Lucas sobre o nascimento do
Menino Jesus. A tradição de São Francisco espalhou pelo mundo os presépios de
Natal. Eles lembram aquela família – deslocada de sua terra por força de um
decreto do Império Romano – e que, não encontrando hospedagem em nenhuma casa
da aldeia de Belém, vai acomodar um filho recém-nascido num berço improvisado:
a manjedoura (praesepium, na tradução latina) acampada num curral de animais.
Enquanto os seres humanos esquecem a própria raça, a natureza vai reconhecer
seu criador, conforme o lamento de Isaías (cap.1verso3): .O boi conhece o seu possuidor, e o asno,
o estábulo do seu dono; mas Israel não conhece nada, e meu povo não tem
entendimento.
Hoje o Natal – mesmo
distante de suas origens na fé cristã – ainda conserva a nostalgia do aconchego
do presépio e da família, base das utopias de fraternidade que a era das
revoluções manteve, ao menos como ideal teórico, no mais difícil dos princípios
da democracia: liberdade, igualdade, fraternidade. Por isso dezembro conservou
– daquele Mistério do Deus que se torna criança e mais tarde réu de morte na
tortura da cruz – a utopia da fraternidade e das campanhas de doação:
brinquedos para crianças pobres, e alimentos para famílias sem casa e sem
comida.
A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (João 1,5)
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Nossa realidade não é feita apenas de
desejos de paz e nem sempre percebemos a luz apesar das decorações da cidade e
de nossa casa. Vivemos cercados de trevas. Mas não desejamos ser como aquela “escuridão”
que desconhece e não compreende a Luz. A última semana antes do Natal trouxe
para os alemães a tortura e o medo dos caminhões assassinos. E 50 pessoas
atingidas é a média quase diária das vítimas de atentados no Iraque, no
Afeganistão, no Paquistão, na Turquia, na Palestina e em muitos outros países. Em
2016 milhares de meninas nigerianas foram libertadas do sequestro do Boko Haram.
É diário também o genocídio na Síria e no Yemen. Na cidade-fantasma de Aleppo,
a segunda maior cidade da síria, há mulheres preferindo o suicídio ou a morte
dada pelos familiares, para não passar pelo estupro e torturas praticadas pelo
exército. Como em imensos Presépios, são milhões os que se comprimem nos campos de refugiados
do médio Oriente ou em acampamentos improvisados por toda a Europa.
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O tempo do Natal recorda a chegada do
Menino Jesus num mundo em que não havia lugar para ele nem para seus pais. Logo
se tornarão “refugiados” estrangeiros, porque Herodes gostava de degolar
criancinhas. Nós estamos todos cercados pelas trevas. De alguma forma também
somos contaminados pela violência e pelo mal (como o Brasil: não está em
guerra, mas fabrica e vende armas usadas nas guerras). Mas dentro da realidade
do mundo existe uma outra Realidade, captada pelo olhar da fé, e que o texto
escrito por João e hoje lido neste dia 25 assim expressa (sintamos o valor de
cada frase):
[O Verbo é] a
verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
Ele estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e
o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem
no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da
carne,
nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
e vimos sua glória,a glória que o Filho único
recebe do seu Pai,
cheio de graça e de verdade.
oooooooooooo ( *
) Prof. Teologia de 75a2012 – fesomor@gmail.com
GLORIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS,SENHOR OBRIGADO POR TUAS MARAVILHAS NOMEIO DE NOS ,QUE TODA A HUMANIDADE SE VOLTE PARA O SENHOR AMEM
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