08/08/2015
Tempo Comum -
Anos Ímpares - XVIII Semana - Sábado
Lectio
Primeira leitura: Deuteronómio 6, 4-11
Moisés falou ao povo, dizendo: 4Escuta,
Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! 5Amarás o Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. 6Estes
mandamentos que hoje te imponho estarão no teu coração. 7Repeti-los-ás aos teus
filhos e reflectirás sobre eles, tanto sentado em tua casa, como ao caminhar,
ao deitar ou ao levantar. 8Atá-los-ás, como símbolo, no teu braço e usá-los-ás
como filactérias entre os teus olhos. 9Escrevê-los-ás sobre as ombreiras da tua
casa e nas tuas portas.» 10«Quando o Senhor, teu Deus, te introduzir na terra
que vos há-de dar, como jurou a teus pais, Abraão, Isaac e Jacob, terra de
grandes e belas cidades, que não edificaste, 11com casas repletas de bens que
não juntaste, com cisternas abertas que não cavaste, com vinhas e oliveiras que
não plantaste; então comerás e ficarás saciado.
«Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o
Senhor é único!» (v. 4). Este é, sem dúvida, um dos textos mais sagrados e
conhecidos do Antigo Testamento. Trata-se da confissão de fé que o piedoso
israelita deve repetir três vezes por dia, voltado para Jerusalém. Estas
palavras acompanharam milhões de judeus a caminho dos fornos crematórios…
Esta confissão de fé, que começa com a afirmação «O Senhor, nosso Deus, é único!», prossegue com uma consequência teológica, que faz todo o sentido: pôr Deus em primeiro lugar, amando-o «com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças». A força educativa e ética dos mandamentos verifica-se ainda mais nos versículos seguintes. Eles tornam-se projecto de vida para cada um, tornam-se projecto educativo. Por isso, devem ser recordados e transmitidos. Devem ser escritos «sobre as ombreiras da tua casa e nas tuas portas» (v. 9), atados no braço e usados como filactérias entre os olhos (cf. v. 8).
Tudo termina com mais uma afirmação sobre dos dons da terra prometida. Deus é fiel. O povo deve também manter-se fiel, temendo a Deus, servindo-O, proclamando a aliança em seu nome, apesar de todas as dificuldades do caminho.
Esta confissão de fé, que começa com a afirmação «O Senhor, nosso Deus, é único!», prossegue com uma consequência teológica, que faz todo o sentido: pôr Deus em primeiro lugar, amando-o «com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças». A força educativa e ética dos mandamentos verifica-se ainda mais nos versículos seguintes. Eles tornam-se projecto de vida para cada um, tornam-se projecto educativo. Por isso, devem ser recordados e transmitidos. Devem ser escritos «sobre as ombreiras da tua casa e nas tuas portas» (v. 9), atados no braço e usados como filactérias entre os olhos (cf. v. 8).
Tudo termina com mais uma afirmação sobre dos dons da terra prometida. Deus é fiel. O povo deve também manter-se fiel, temendo a Deus, servindo-O, proclamando a aliança em seu nome, apesar de todas as dificuldades do caminho.
Evangelho: Mateus 17, 14-20
Naquele tempo, 14 aproximou-se de Jesus um
homem, ajoelhou-se a seus pés e 15disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho.
Ele tem ataques e está muito mal. Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na
água. 16Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.»
17Disse Jesus: «Geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até
quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 18Jesus falou severamente ao
demónio, e este saiu do jovem que, a partir desse momento, ficou curado.
19Então, os discípulos aproximaram- se de Jesus e perguntaram-lhe em
particular: «Porque é que nós não fomos capazes de expulsá-lo?» 20Disse-lhes
Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo: Se tiverdes fé como um grão de
mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de
mudar-se; e nada vos será impossível.
Mateus está agora preocupado em transmitir os
ensinamentos de Jesus aos seus discípulos. Mas não deixa de contar mais um
milagre, inserindo aqui a narrativa da cura de um epiléptico. É mais um sinal
do poder de Jesus. Mas as dificuldades, que, por vezes, encontravam os
exorcistas da Igreja nascente, também podem explicar esta inclusão.
O pedido do pai, para obter a cura do filho epiléptico, dá ocasião a Jesus para mais uns ensinamentos sobre a necessidade de acreditar n´Ele. Os discípulos não conseguem realizar o milagre porque o poder taumatúrgico não é deles. Pertence unicamente ao Mestre, que o concede àqueles que participam na sua missão (cf. 10, 1). Estes, que são os discípulos, devem aderir a Ele pela fé (cf. v. 20).
«Geração descrente e perversa!» Esta expressão de Jesus manifesta a resistência que os seus contemporâneos, duros de coração, Lhe opõem. Em união com Ele, os discípulos podem fazer maravilhas e comunicar a salvação oferecida por Deus. Mas, a falta de fé, que os separa da união com Jesus, torna-lhes impossível essa missão.
O pedido do pai, para obter a cura do filho epiléptico, dá ocasião a Jesus para mais uns ensinamentos sobre a necessidade de acreditar n´Ele. Os discípulos não conseguem realizar o milagre porque o poder taumatúrgico não é deles. Pertence unicamente ao Mestre, que o concede àqueles que participam na sua missão (cf. 10, 1). Estes, que são os discípulos, devem aderir a Ele pela fé (cf. v. 20).
«Geração descrente e perversa!» Esta expressão de Jesus manifesta a resistência que os seus contemporâneos, duros de coração, Lhe opõem. Em união com Ele, os discípulos podem fazer maravilhas e comunicar a salvação oferecida por Deus. Mas, a falta de fé, que os separa da união com Jesus, torna-lhes impossível essa missão.
Meditatio
Israel fez da confissão de fé no Deus vivo e
único, que escutamos no início da primeira leitura, um compromisso que levava
ao reconhecimento da exclusividade de Deus na vida de cada crente. Jesus citou
este texto para responder ao escriba que o interrogou sobre o primeiro dos
mandamentos: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único
Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» (Mc 12, 29-30). Ao Deus
vivo e único pertencem o coração, a alma e as forças. Trata-se de uma relação
totalizante e pessoal que faz da vida de cada um uma experiência de aliança e
de presença, que tudo envolve. A vida de fé não é o somatório de actos
religiosos, mas uma relação viva e pessoal, uma adesão perene ao projecto de
Deus.
«Amarás o Senhor, teu Deus» (v. 29). Ele tornou-se verdadeiramente “meu Deus” e quer sê-lo cada vez mais, para me fazer viver plenamente na confiança, na alegria, na comunhão com Ele e com todos. «Amarás… com todo o teu coração»: só Deus pode ser amado com todo o coração, sem qualquer reserva, porque só Ele é todo bondade, bondade infinita. No mundo, todas as criaturas têm os seus limites e os seus defeitos, que tornam impossível amá-las sem reservas. Deus, pelo contrário, é digno de um amor ilimitado. Posso amá-lo com todo o meu ser porque esse ser me foi dado por Ele. De ninguém se pode dizer o mesmo. Muitas pessoas me deram muito, com todo o seu afecto. Mas ninguém me deu todo o meu ser, senão Deus.
Todas estas realidades, que tanto espantavam Israel, nos devem espantar também a nós, cristãos. Os nossos «irmãos mais velhos» vivem um monoteísmo intenso e profundo. E nisto são exemplares para nós. O primeiro lugar só a Deus pertence. Por isso, a opção por Deus é tarefa prioritária, também para nós, no meio da sociedade em que vivemos.
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, de Moisés e dos profetas, é, para nós, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. No Filho, e na sua ressurreição, revela-se toda a força, toda a ternura, toda a paternidade do nosso Deus, e tudo quanto dele nos disse Jesus. Ele confirmou essa palavra do Antigo Testamento e viveu-a até às máximas consequências. É esta a fé que muda montanhas, a adesão total que começa com o afastamento das montanhas do coração, que se interpõem entre o nosso egoísmo e a realidade do Deus vivo.
Amar a Deus, propriamente falando, não é tanto um mandamento quanto uma vocação, que corresponde à aspiração profunda do nosso ser. Por outro lado, amar a Deus com todo o coração é obra que exige tempo, porque pressupõe a eliminação das tais montanhas do nosso egoísmo. Mas todo o progresso nesta direcção é uma vitória, que enche de alegria o coração.
«Amarás o Senhor, teu Deus» (v. 29). Ele tornou-se verdadeiramente “meu Deus” e quer sê-lo cada vez mais, para me fazer viver plenamente na confiança, na alegria, na comunhão com Ele e com todos. «Amarás… com todo o teu coração»: só Deus pode ser amado com todo o coração, sem qualquer reserva, porque só Ele é todo bondade, bondade infinita. No mundo, todas as criaturas têm os seus limites e os seus defeitos, que tornam impossível amá-las sem reservas. Deus, pelo contrário, é digno de um amor ilimitado. Posso amá-lo com todo o meu ser porque esse ser me foi dado por Ele. De ninguém se pode dizer o mesmo. Muitas pessoas me deram muito, com todo o seu afecto. Mas ninguém me deu todo o meu ser, senão Deus.
Todas estas realidades, que tanto espantavam Israel, nos devem espantar também a nós, cristãos. Os nossos «irmãos mais velhos» vivem um monoteísmo intenso e profundo. E nisto são exemplares para nós. O primeiro lugar só a Deus pertence. Por isso, a opção por Deus é tarefa prioritária, também para nós, no meio da sociedade em que vivemos.
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, de Moisés e dos profetas, é, para nós, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. No Filho, e na sua ressurreição, revela-se toda a força, toda a ternura, toda a paternidade do nosso Deus, e tudo quanto dele nos disse Jesus. Ele confirmou essa palavra do Antigo Testamento e viveu-a até às máximas consequências. É esta a fé que muda montanhas, a adesão total que começa com o afastamento das montanhas do coração, que se interpõem entre o nosso egoísmo e a realidade do Deus vivo.
Amar a Deus, propriamente falando, não é tanto um mandamento quanto uma vocação, que corresponde à aspiração profunda do nosso ser. Por outro lado, amar a Deus com todo o coração é obra que exige tempo, porque pressupõe a eliminação das tais montanhas do nosso egoísmo. Mas todo o progresso nesta direcção é uma vitória, que enche de alegria o coração.
Oratio
Senhor, quando vejo tantas pessoas que não
receberam uma adequada transmissão da fé, reconheço a força pedagógica da tua
palavra para o povo da Aliança. Impressiona-me a indiferença generalizada e
sinto o zelo dos apóstolos em dar-Te conhecer, em dar a conhecer o teu projecto
de amor, a tua paixão pela humanidade carenciada de mais profundo sentido
religioso da vida.
Infunde em nós o teu Espírito, para que possamos amar-Te com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. Tu és o Deus dos nossos Pais, o Deus da criação, da páscoa e da aliança. Tu és o Deus santo e único. Tu és o Pai de Nosso Senhor Jesus. A Ti a glória, a honra e o louvor para sempre. Amen.
Infunde em nós o teu Espírito, para que possamos amar-Te com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. Tu és o Deus dos nossos Pais, o Deus da criação, da páscoa e da aliança. Tu és o Deus santo e único. Tu és o Pai de Nosso Senhor Jesus. A Ti a glória, a honra e o louvor para sempre. Amen.
Contemplatio
Durante o retiro que fez para a sua profissão,
Margarida Maria escreveu: «Eis as resoluções que o meu bem amado me dita: Eis a
chaga do meu lado para aqui fazeres a tua morada, actual e perpétua. É lá que
hás-de poder viver da vida de um Homem-Deus, viver como já não vivendo, a fim
de que eu viva perfeitamente em ti, não procurando nada fora de mim…
Envolver-te-ei com o meu poder… Que amar e sofrer cegamente seja a tua divisa:
um só coração, um só amor, um só Deus!» E ela escreve com o seu sangue: Tudo de
Deus e nada de mim; tudo para Deus e nada para mim; tudo para Deus e nada para
mim!» Meditemos estes conselhos de união. (Leão Dehon, OSP 4, p. 348).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único!» (Dt 6, 4).
«O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único!» (Dt 6, 4).
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