8 de Março de 2015
Ano B
Evangelho - Jo 2,13-25
PRIMEIRA LEITURA - Eu sou o Senhor teu Deus, e não terás outros deuses
além de mim. O mundo está cheio de
deuses falsos, mentirosos, e até satânicos. O dinheiro, o poder, o celular, o
computador, a garrafa de vodca, cigarros de folhas verdes e secas, o pó, a
pedra no cachimbo improvisado, o carro possante, a moto de 1500 cilindradas, a
loira, a morena...
Na ânsia louca de
substituir Deus, o ser humano comete as maiores loucuras! Mas o que consegue é somente se matar em
doses homeopáticas, ou mesmo aceleradas. Muitos jovens já estão mais velhos que
seus pais. O desgaste causado pelas aventuras em busca de um delírio
extasiante, acaba distorcendo a realidade fora e dentro de si.
Por outro lado, os
filhos da luz se desesperam em busca de soluções imediatas e impacientes diante da lentidão com que Deus olha
por nós, tornam-se insensíveis e não enxergam a presença de Deus agindo do seu
jeito bem aqui no meio de nós. Os devotos rezam e rezam, e aplicam ao Reino de
Deus os seus cálculos mundanos exigindo soluções rápidas, espetaculares e
eficazes tudo isso de acordo com a ótica humana. E logo se decepcionam por não conseguirem
soluções prontas e imediatas, entendendo com isso que Deus está dormindo ou
coisa desse tipo, acham que o Pai se esqueceu de nós, por Ele não apressar o
ritmo da implantação do Reino definitivo e sustentável para os seus filhos.
Ora, é importante entender ou lembrar que a construção do Reino de Deus acontece através da união da ação divina com a ação humana. Deus hoje age no mundo através de nós principalmente os seus escolhidos. Mas para que isso aconteça, é indispensável que façamos a nossa parte. O resto fica por conta de Deus.
Quando é que vamos nos conscientizar que o tempo e o agir de Deus é diferente do nosso?
Ora, é importante entender ou lembrar que a construção do Reino de Deus acontece através da união da ação divina com a ação humana. Deus hoje age no mundo através de nós principalmente os seus escolhidos. Mas para que isso aconteça, é indispensável que façamos a nossa parte. O resto fica por conta de Deus.
Quando é que vamos nos conscientizar que o tempo e o agir de Deus é diferente do nosso?
SEGUNDA LEITURA -
Enquanto uns pedem soluções ou sinais milagrosos para a triste realidade a que
estamos vivendo, outros apelam para a
sabedoria. Seja uma solução científica, uma solução da biomédica, ou mesmo da
sabedoria de Deus para que possamos restabelecer o equilíbrio das forças
sociais e diabólicas que agem e interagem na dinâmica de uma sociedade
decadente: A maconha está sendo liberada, o adultério não é mais crime em
alguns países, o menor pode matar, o desvio do dinheiro público não tem
punição, entre outras liberalidades da conduta sexual, as quais nem é bom a
gente especificar pois pode-se ser enquadrado como discriminação...
E nós, que somos aqueles que muitos
olham esperando que façamos alguma coisa que realmente promova uma solução
calma, porém firme e verdadeira diante de todo esse caos, o que nós estamos
fazendo? Estamos pregando um Cristo crucificado? Ou estamos anunciando um
Cristo ressuscitado, que está no meio de nós? É preciso reavaliar os nossos
sermões. Será que ficamos enrolando com palavras ingênuas e repetitivas,
trocando o cérebro pelo coração? Ora, o
coração é uma bomba. Ele não pensa, não sente emoções e nem muito menos peca.
Tudo isso acontece no cérebro e pode afetar tragicamente a nossa alma. O fato
do nosso coração bater forte quando estamos emocionados, não significa que as
emoções acontecem no coração.
A nossa catequese precisa ser otimista,
mas não de um otimismo ingênuo, sentimental, portanto, sem efeito positivo para
o mundo de hoje.
Enquanto ficarmos anunciando um Jesus
morto estamos correndo parados. Ao contrário, se em vez disso mostrarmos à
sociedade um Jesus vivo e atuante no mundo através dos seus escolhidos, estamos
avançando para a construção do Reino, para a construção de um mundo melhor, ou pelo
menos, um mundo menos violento e menos corrupto e injusto.
Que o nosso Deus forte, sensato, sábio,
imortal e presente entre nós nos oriente em como falar dele de modo mais
efetivo, de uma forma que contribua para
a conversão definitiva do nosso irmão, da nossa irmã. Amém!
EVANGELHO
No Evangelho deste domingo, deparamos
com um Jesus indignado, irado (cheio de energia), revoltado de ver a Casa de seu Pai que foi feita para a oração
e a busca de Deus, estar sendo usada para o comércio.
Jesus disse que destruiria aquele
templo e o reconstruiria em três dias, mas ninguém entendeu nada, nem mesmo os
discípulos. Estes só entenderam depois de sua ressurreição. Pois Jesus estava
se referindo ao seu corpo, que passou a ser um novo templo de encontro com o
Pai. Pois só por meio dele chegaremos a Deus.
Os vendilhões do templo transformaram a
sua casa em uma casa de comércio. Existem muitas religiões hoje nas quais se
fala muito pouco do Evangelho e fala muito sobre dinheiro. Dizem que Deus nos
quer ricos, pedem dinheiro a todo instante aos que ali vão em busca de curas
mirabolantes, e voltam frustrados para suas casas. Nessas supostas igrejas, a
pastoral do dízimo é a mais importante. eles amedrontam os "fiéis" ou
clientes, dizendo que para se salvar é necessário dar mais dinheiro a Deus, ou
seja, a eles.
Isso é um absurdo! A religião não pode
ser usada como meio de ganhar dinheiro, como faziam os doutores da lei e todos
os demais membros da elite judaica. Não podemos explorar a ingenuidade dos
humildes de baixa renda, e sob ameaças de condenação eterna, tirar o seu pobre
dinheirinho. E pensar que tem muita gente fazendo isso ainda hoje! E tudo isso
é feito em nome de Jesus. Os judeus
apresentavam um deus que exigia a contribuição do pobre, e era tolerante com os
abusos e injustiças dos ricos. Hoje também, essas tais religiões que pregam a
prosperidade econômica, apresentam uma imagem distorcida de Deus. Eles
inventaram um deus que quer que sejamos ricos. Um deus que exige o seu depósito
nas contas bancárias daqueles que se auto-nomeiam “bispos”, e pastores.
Caríssimos. Catequista que pede
dinheiro não é catequista, mas sim, esperto, e ambicioso comerciante. Pois a
graça de Deus não se vende. "De
graça recebestes, de graça devereis dar". O verdadeiro catequista está
interessado em mudar o mundo para melhor, através da conversão do seu irmão, e
não em ficar rico. Porém, o sustendo do padre é de inteira responsabilidade nossa.
E assim, se a catequese for eficiente, nós estaremos conscientes dessa
responsabilidade. E nem precisa pedir dinheiro para um cristão que está ciente
do seu dever. Ele vai colaborar automaticamente, naturalmente.
Ninguém imaginava que
o dócil Jesus fosse um dia se indignar contra uma situação de injustiça, ao
ponto de derrubar as mesas dos cambistas no camelódromo do Templo. Mas com
aquele gesto, O Filho de Deus quer nos mostrar que o cristão não é aquele cara
bonzinho, ou bobinho, que deixa todos pisar nele. Santidade não é bem isso.
Santidade também é indignar-se com as injustiças, com a corrupção, com os
salários injustos, com a pedofilia, com o roubo do dinheiro público, com o
Estatuto do Menor, e com toda impunidade que gera violência gratuita. Se você é
um desses revoltados contra o abuso dos fora do Plano de Deus, não se sinta
culpado, mas pelo contrário. Sinta-se um imitador de Cristo.
Vai lá. Jesus te ama e te chama para corrigir o irmão que vive
errado. Pois se você não repreender o erro do seu irmão, passará a fazer parte do erro dele. É
como acolher em sua casa um fugitivo da lei.
Bom domingo, José Salviano.
Parabéns, as reflexões nos ajudem muito nas nossas celebrações.
ResponderExcluirAbraços a todos (as).