XXIDOMINGO DO TEMPO COMUM 24/08/2014
1ª Leitura Isaias 22, 19-23
Salmo 137 (138), 8bc “Senhor, eterna é a vossa bondade, não
abandoneis a obra de vossas mãos”
2ª Leitura Romanos 11, 33-36
Evangelho Mateus16, 13-20
"QUEM É JESUS PARA VOCÊ?"
Dia desses comentei em tom de brincadeira, com um agente pastoral
da nossa paróquia, que precisamos fazer uma pesquisa junto à comunidade, para
saber se ela está satisfeita com o nosso trabalho, afinal são nossos clientes e
deveriam ser constantemente consultados, para saber se estamos atendendo suas
necessidades espirituais e pastorais. A pessoa imediatamente retrucou,
dizendo-me que este procedimento está relacionado com gestão e marketing, e que
nós somos uma igreja e não uma empresa prestadora de serviço.
É verdade que somos uma igreja, que trabalha com a espiritualidade
e transcendência, anunciando a salvação oferecida por Jesus, mas por outro
lado, essa igreja está edificada no chão da história, trabalhando também com a
realidade temporal, influenciando a história ou mesmo sendo influenciada por
ela.
O nosso trabalho pastoral, seja ele prestado pelo leigo ou ministro
ordenado, teria com certeza uma qualidade melhor, se procurássemos ouvir sempre
as pessoas a quem servimos. Como está a minha celebração, o que achou da
palestra, e o canto pastoral, os cantores e instrumentistas, o atendimento das
pastorais e da secretaria, o pessoal da recepção, enfim, será que temos a
humildade de ouvir aqueles a quem servimos para poder servir cada vez melhor?
Ou somos avessas a qualquer crítica?
Na verdade, mais do que uma simples pesquisa, se tivermos um
planejamento de trabalho, estabelecendo-se metas a serem alcançadas, e estarmos
atentos aos resultados obtidos, a evangelização seria muito mais eficiente e
com um alcance maior de pessoas. Comportamento de profissionais? Esta era uma
palavra até evitada na comunidade, contudo, vivemos novos tempos em que a
Igreja deve alinhar Espiritualidade e Profissionalismo em sua ação
evangelizadora, caso contrário, estará se omitindo de sua missão primária, que
é o anúncio querigmático.
Jesus de Nazaré, Nosso
Senhor e Salvador, têm algo a oferecer aos homens, um produto de primeiríssima
qualidade e de eficácia comprovada, o trabalho para o reino significa
justamente dar acessibilidade à salvação, para toda humanidade, e a Igreja não
deve trabalhar visando apenas uma fatia do mercado, ninguém deve ser privado
deste anúncio e o envio missionário que Jesus faz aos discípulos é globalizante
“Ide por todas as Nações...”.
No evangelho desse domingo, Jesus quer saber se a sua equipe de
trabalho que ele próprio selecionou, está preparada para entrar em ação, e faz
uma pesquisa sobre seu marketing pessoal, primeiramente ouvindo a opinião deles
sobre o que as pessoas diziam a seu respeito. O resultado não desanima Jesus,
as pessoas não veem nele nada de especial ou diferente, pois João Batista,
Elias, Jeremias ou algum outro profeta de renome, eram pregadores do
Messianismo, Jesus era apenas mais um entre eles, claro que esses nomes tinham
fama entre o povo, mas Jesus apenas engrossava esta lista.
Qual a visão que as pessoas do bairro, têm da nossa comunidade onde
somos a igreja? Temos algo novo a oferecer ou somos apenas mais um dentro do
pluralismo religioso? O que as pessoas dizem do nosso modo de viver, de atuar e
de celebrar a fé, fazemos a diferença ou o nosso testemunho passa despercebido?
Pedro falou pelo grupo e sua resposta deixou Jesus satisfeito,
ainda havia muito a caminhar e aprender, mas para um começo aquilo estava de
bom tamanho, os discípulos atenderam o chamado porque viam nele algo diferente
“Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo!”, para eles Jesus se distingue dos
demais Messias que também pregavam. O grupo estava no caminho certo, Pedro
abriu o coração e a mente para Deus, que se revela em Jesus de Nazaré: algo
novo vai começar e Pedro demonstrou uma fé bem consistente a ponto de Jesus lhe
confiar as “rédeas do seu negócio”, isto é, a Santa Igreja, e ainda lhe garante
que a “Concorrência“ não terá contra ela a menor chance... Em uma palavra, o
mal, presente na igreja, ou o mal fora dela, não conseguirá impedi-la de levar
a bom termo à missão confiada pelo Senhor.
A orientação final, para que os discípulos não digam a ninguém que
ele é o Messias, é válido também para nós, que vivemos em outro contexto, na
pós-ressurreição, o anúncio do evangelho não passará de uma propaganda
enganosa, se faltar-nos a coerência do discipulado, pois somente a vivência e o
testemunho autêntico, como fermento na massa e sal do mundo, é que irá
convencer as pessoas de que Jesus é o nosso único Deus e Senhor, Salvador e
redentor do homem, o amor DIVINO encarnado entre nós e levado até as últimas
consequências.
José da Cruz é Diácono Permanente
Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mailcruzsm@uol.com.b
Parabens Padre José gostei , seu ponto de vista é maravilhoso!
ResponderExcluirParabéns Diácono José da Cruz. Com que simplicidade e profundidade você nos trás o evangelho para a nossa realidade.maravilhoso!
ResponderExcluirPARABENS QUE DEUS CONTINUI TE ILUMINANDO COM TUAS SANTAS REFLEXOES!
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