Quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Transfiguração do Senhor
Santos do Dia: Agapito de Roma (companheiro de Felicíssimo, mártir), Estêvão de
Cardeña e Companheiros (monges, mártires), Felicíssimo de Roma (diácono,
mártir), Hormisdas (papa), Jucelino (eremita), Justo e Pastor (mártires, foram
martirizados na Espanha quando ainda eram meninos), Osvaldo de Nortumbria
(rei), Tiago, o Sírio (eremita).
Primeira leitura:Daniel 7, 9-10.13-14.
Sua veste era branca como neve.
Salmo responsorial:96, 1-2.5-6.9.
Deus é rei, é o Altíssimo, muito acima do universo!
Segunda leitura:2Pedro 1, 16-19.
Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu.
Evangelho:Mateus 17, 1-9.
O seu rosto brilhou como o sol.
Sua veste era branca como neve.
Salmo responsorial:96, 1-2.5-6.9.
Deus é rei, é o Altíssimo, muito acima do universo!
Segunda leitura:2Pedro 1, 16-19.
Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu.
Evangelho:Mateus 17, 1-9.
O seu rosto brilhou como o sol.
A primeira leitura do livro de Daniel
nos recorda que Israel, como o mundo daquele tempo e lugar, se encontrava em um
processo de helenização. A força da cultura grega invadia tudo e se expandia
com rapidez. Toda uma nova forma de entender a vida estava em marcha. Isto
trouxe uma grande crise para todos, na fé e na cultura.
Com a chegada de Antíoco IV Epifânio,
aquilo que num primeiro momento já não era mais só uma promoção da cultura
grega, passa a ser uma perseguição aberta aos judeus por serem fieis à sua fé.
A irracionalidade da intolerância soma-se à irracionalidade da violência. A
“cultura superior” leva consigo a prepotência e termina por massacrar as
pessoas sensíveis e inocentes, que apenas querem viver em paz.
Quem são os bárbaros? Neste momento da
história surge o livro de Daniel, que a partir dos acontecimentos do passado,
incentiva-os a resistir agora. Na segunda parte do livro, muda de gênero
literário e diante da pressão e da instabilidade absurda e da força, não
podendo expressá-la de maneira convencional, surge o gênero apocalíptico. Todo
o capítulo a que pertence o texto deste dia representa uma passagem de um
gênero a outro.
A segunda leitura é uma das poucas
leituras litúrgicas pertencentes aos últimos escritos, cronologicamente
falando, do Novo Testamento. Não só por esse motivo, mas por todo o seu
conteúdo. É claro que não foi escrito pelo apóstolo Pedro, o primeiro Papa,
ainda que tenha sido atribuído a ele, desde os primeiros tempos. Sua intenção é
a de alertar os cristãos das gerações subsequentes a permanecerem fiéis e
vigilantes frente às possíveis tentações.
A certeza da vitória de Cristo se
baseia, entre outras coisas, na transfiguração, uma espécie de adiantamento
teológico do que Cristo é e representa para todos. O autor compara esta realidade
a mitos e lendas de pouco crédito. Não que se tenha de considerar a
Transfiguração, mas é um fato histórico. Trata-se mais de uma aceitação e
mostra quem é o Senhor Jesus, o Filho aprovado pelo Pai, é o que significa para
todos os cristãos.
O mínimo que se dá é uma voz
perceptível às testemunhas; o que realmente importa é que Jesus é filho de Deus
e há de voltar para concluir sua obra começada. É importante mencionar Jesus
Cristo como fundamento da vida dos cristãos, da sua fé, da realidade histórica
como um todo e ao mesmo tempo a tensão para o futuro, rumo à plena realização.
Os símbolos que o profeta Daniel
utiliza, se inspiram na apocalíptica judaica do século III a.C. A apocalíptica
intencionava apresentar as grandes opções de Deus para o presente, mediante
símbolos litúrgicos, cósmicos e sobrenaturais. O branco representa a santidade
máxima, a presença divina. Os tronos simbolizam a capacidade para construir a
história. O filho do homem, aquele homem capaz de tornar realidade a vontade de
Deus.
No evangelho, o episódio da
Transfiguração, tem uma relação direta com o episódio do Batismo (Mt 3,13-17).
Em ambos descobrimos a experiência filial como forma permanente de relação com
Deus: “Este é meu filho amado, escutai-o”. A presença de Moisés e Elias na cena
representam o encontro com Deus nas Escrituras. A voz que desce do céu mostra
que nossa relação filial com Deus, determina todo nosso ser.
Ouvir Jesus de agora em diante,
torna-se o grande imperativo cristão. A experiência de Jesus durante o batismo
(Mt 3,17) agora é patrimônio de toda a comunidade cristã, ainda que tenhamos de
esperar a experiência pascal para entender que o caminho de ascenção ao Pai
passa pela cruz. A vida cristã é uma vida transfigurada, isto é, uma vida que
se vive plenamente desde a consciência de que somos filhos de Deus. Devemos
abandonar a iniciativa de Pedro de viver uma vida dividida, desarticulada,
simbolizada pelo desejo de levantar três tendas e instalar-se ali na montanha.
Oração: Deus nosso Pai: em teu Filho transfigurado, alimentaste a esperança dos
discípulos para que aceitassem o mistério que só o esforço da Cruz é o caminho
que leva à vida; te pedimos fortalece em nós a fé na Ressurreição, de modo que
sejamos zelosos na hora de entregar nossa vida à causa do Reino e ao serviço
aos irmãos. Por Jesus Cristo.
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