Dia 6 - Quarta
Esta maravilhosa cena da transfiguração nos mostra como Jesus está lá no
céu. Também Maria Santíssima e os santos. E mostra ainda como nós estaremos lá
no céu.
Somos chamados a ir, aos poucos, vencendo o pecado, que nos desfigura, e
ir nos transfigurando através das virtudes e das boas obras.
Moisés e Elias representam o Antigo Testamento: A Lei (Moisés) e os
profetas (Elias).
Pedro disse: “Senhor, é bom estarmos aqui...” De fato, ali houve uma
pequena antecipação do céu. Mas os discípulos ainda tinham uma grande missão a
cumprir na terra. São os transfiguradores do mundo.
Uma nuvem luminosa os cobriu. É aquela mesma nuvem que aparece várias
vezes na Bíblia. Ela indica a presença da divindade e, ao mesmo tempo, oculta o
mistério de Deus. É assim que acontece conosco; o normal aqui na terra é a vida
na nuvem.
Este é o meu Filho amado. Jesus estava sofrendo fortes críticas e
humilhações. Os próprios discípulos, influenciados pelas autoridades, estavam
meio abalados e confusos, a respeito de Jesus. Do jeito que as coisas iam,
quando chegasse o momento da condenação, não ia sobrar ninguém do lado dele.
Então a transfiguração veio confirmar a autoridade de Jesus. Ele perdeu
toda aquela aparência de fraqueza e de limitação, e se mostrou direitinho
conforme a expectativa que o povo tinha do Messias: Um rei glorioso e cercado
de glória.
E o apoio que ele recebeu foi pesado. Veio de Deus Pai e dos dois
principais líderes do Antigo Testamento: Moisés e Elias.
Este recado vale também para nós, pois a Igreja Católica é Jesus
continuado hoje no nosso meio. Precisamos acreditar nela. Por exemplo, agora,
envolvendo-nos na Campanha da Fraternidade.
“Escutai-o.” Deus Pai quis dizer aos discípulos (nós) que tudo o que ele
havia falado no Antigo Testamento, agora é substituído pela palavra de Jesus. O
que vale, de agora em diante, é o que Jesus fala, e ponto final.
Os discípulos ficaram muito assustados. A manifestação da divindade nos
assusta. Foi por isso que Jesus não se transfigurou diante de todos os
Apóstolos. Infelizmente nós não sabemos relacionar-nos com Deus, o que devia
ser natural. Vivemos sozinhos e, quando Deus se manifesta, ficamos assustados.
Leonardo Da Vinci demorou quase um ano para pintar esse quadro tão
bonito e conhecido nosso, a Última Ceia. A primeira pessoa que ele pintou foi o
Cristo.
Vários meses depois, faltava apenas um Apóstolo: Judas Iscariotes, o
traidor de Jesus.
Leonardo saiu pelas ruas de Roma, a procura de alguém parecido com
Judas, para que pudesse copiá-lo na tela.
Encontrou um jovem e o contratou.
Após o serviço, o jovem começou a chorar. Da Vinci perguntou-lhe por
quê. Ele respondeu:
“O Cristo que está aí na tela sou eu também! O senhor não está me reconhecendo,
porque naquela época eu havia acabado de mudar-me do interior aqui para Roma, e
a minha vida era correta! Mas infelizmente eu caí...”
O rapaz abaixou a cabeça e continuou chorando. Da Vinci o abraçou e o
convidou a mudar de vida, voltando ao que era.
O pecado nos desfigura. Ele é capaz de, em apenas um ano, transformar um
bom cristão em um Judas Iscariotes. Mas Jesus é maravilhoso, e deixou-nos meios
de nos levantarmos e readquirir a inocência batismal. Tanto, que podemos até
cantar depois: “Ó feliz culpa, que mereceu tão grande Salvador” (Primeiro
cântico da Missa da Vigília Pascal).
Maria Santíssima nunca foi desfigurada pelo pecado. E ela é, depois de
Jesus, a maior agente de transfiguração do mundo. Que ela nos ajude a nos
transfigurarmos e a sermos agentes de transfiguração.
Este é o meu Filho amado; escutai-o!
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