SEXTA - 23 de Maio de 2014 - Evangelho
- Jo 15,12-17
Não servos, mas amigos.
Jesus rompeu a visão rígida de discipulado que vigorava em sua época,
recusando-se considerar seus discípulos como servos, por considerá-los como
amigos. Ele não era um rabino a mais, preso a esquemas incompatíveis com o
Reino. Sua postura foi inovadora.
O esquema servo-senhor era-lhe insuficiente para expressar seu modo de
considerar os discípulos. Um patrão não tem satisfações a dar a seus
empregados, uma vez que são considerados como meros executores das ordens
recebidas. Os laços de comunhão entre eles são frágeis, pois o empregado, quase
sempre, quer ver-se livre da tutela do seu patrão. A um e outro falta o amor.
O esquema amigo-amigo revela o que Jesus pretende ser para os seus
discípulos. A amizade comporta afeto, comunhão de interesses e busca de ideais
comuns. Embora correndo o risco de ser rompida, a amizade autêntica tende a ser
estável. Nela, um amigo não se sente tutelado pelo outro. Tudo se fundamenta na
liberdade e no respeito.
Ao convocar seus discípulos, Jesus quis, logo, estabelecer laços de
amizades com eles. Chamou a cada um por decisão pessoal. Comunicou-lhe tudo
quanto aprendeu do Pai. Assumiu-os como colaboradores em sua missão. Não lhes
impôs normas ou regras, a não ser o mandamento do amor mútuo. Manifestou-lhes,
até o extremo, seu bem-querer, a ponto de dar a vida por eles.
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE
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