TERÇA - 17 de Dezembro de
2013- Evangelho - Mt 1,1-17
A primeira vinda de Jesus ao mundo foi precedida de uma longa
história: a história do povo de Israel, que foi evoluindo até chegar à sua plenitude com a pessoa Jesus. Ele é Deus presente e
atuante na história dos homens, e que veio nos trazer em sua mensagem, os
ensinamentos ideais para seguirmos e conseguirmos a vida eterna. Dessa
forma, a salvação chega para todos os
povos da Terra com a libertação do pecado e da morte, para aqueles homens e
mulheres de boa vontade. Isto é, aqueles e aquelas que aceitam o plano de
salvação elaborado pelo Pai Eterno.
O
evangelho de hoje mostra que pela genealogia de Jesus Cristo, Ele é descendente de Abraão. Mas na verdade,
Jesus foi gerado pelo Espírito Santo não no seio da Virgem Maria, mas em seu
corpo mesmo. A gente diz que foi no seio, por um a questão de respeito, nos
recusamos a dizer o local exato, ou seja, o útero. Portanto, Jesus, enquanto
Filho de Deus, não é descendente nem de Abraão nem tão pouco de Davi.
Porém, em
sinal de respeito à cultura do tempo de Jesus, a qual considerava as genealogias como uma forma literária usada para
confirmar a vinculação de uma ou mais personagens de destaque a uma linhagem
que recebeu as promessas divinas, são quatorze as gerações, desde Abraão até o
nascimento de Jesus.
A
respeito da concepção virginal de Maria, já houve quem perguntasse se não se
trataria aqui de lendas ou de construções teológicas sem pretensões históricas.
A isto deve-se responder: a fé na
concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou
incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos. Ela não era motivada
pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste
acontecimento só é acessível à fé, que o vê no nexo que interliga os mistérios
entre si, no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua
Páscoa. Por isso o aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a
Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do
Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe
diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe. A Liturgia da
Igreja celebra Maria como a "sempre
virgem".
Assim,
prezados irmãos, a concepção de Maria pela atuação do Espírito Santo e sua
virgindade, é mais um mistério que acompanha a pessoa de Jesus Cristo, e que
não podemos entender pela nossa inteligência, mais sim pelos olhos da fé. Mas
infelizmente, aqueles de pouca fé, ou os inimigos do catolicismo, se apóiam
nesta parte da nossa doutrina para nos questionar, como se tivéssemos inventado
tudo isso e mais um pouco.
É
por isso que o olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da
Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico,
quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e
a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria em
favor de todos os homens. Jesus é
portanto, concebido pelo poder do Espírito Santo no corpo da Virgem Maria, e é por isso que a humanidade de Cristo é, desde a sua
concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito sem
medida". É da "plenitude dele", cabeça da humanidade remida, que
"nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
José
Salviano
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