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domingo, 1 de setembro de 2013

“O Roto falando do rasgado...” -Diac. José da Cruz


SEXTA FEIRA DA 23ª  SEMANA DO  TC 13/09/2013
1ª Leitura 1 Timóteo 1, 1-2. 12-14
Salmo 15 (16), 5ª “Senhor, vós sois a minha parte da herança e meu cálice”
Evangelho Lucas 6, 39-42


  Há um ditado ou dístico popular que se aplica perfeitamente bem aos ensinamentos desse evangelho “Não apontes os meus erros com o seu dedo sujo”
Não é proibido corrigir alguém que cometeu um erro, ao contrário, a correção fraterna é uma das práticas que Jesus recomenda á comunidade. O problema aqui é outro...
É quando a pessoa se insinua ou se apresenta como modelo e referência na comunidade. Claro que ninguém vai dizer aos outros “Olha, siga o meu exemplo, veja como sou bom...”. Mas é a postura que assumimos diante do outro, que nos coloca em evidência. Principalmente do outro que errou, pecou, e tem uma conduta moral não muito recomendável. O Guia cego relatado no evangelho, é aquele que olha para essa pessoa de cima para baixo, com ares de superioridade, ás vezes até se passando por conselheiro, mas na verdade está dando uma “raspança” no coitado, querendo urgenciar á sua conversão. É esse o Guia cego que cresce prá cima do outro, colocando em evidência suas “virtudes” diante do erro daquele pecador.
O Evangelho também diz claramente que somente Jesus Cristo é a referência para todos os discípulos, e que nenhum discípulo é superior ao Mestre. Em nossas relações de comunidade, ás vezes até verbalizamos o anúncio de Jesus, quando na verdade estamos anunciando a nós mesmos. Aí é que está o perigo de sermos “Guias Cegos”, com a trave no olho, querendo limpar os olhos do outro.
Quando se fala de Jesus a quem errou, a quem é pecador, basta falar da Misericórdia Divina, do Amor infinito sempre aberto a quem errou, da Paciência e bondade suprema do Pai manifestada em Jesus. Fala-se tudo isso com palavras doces, com um sorriso acolhedor, dando ao outro coragem para recomeçar e ânimo para retomar a caminhada. Essa pessoa, voltará outras vezes, já com o coração aberto para acolher a Palavra de Deus manifestada em Jesus. Mas quando falamos de nós mesmos, e de como nos convertemos e nos tornamos um cristão exemplar, estamos incorrendo nesse erro grotesco de sermos cego guiando outro cego, fatalmente os dois cairão no buraco....em uma cena cômica e trágica ao mesmo tempo.
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP

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