01 de Outubro -Terça - Evangelho - Lc 9,51-56
Bom dia!
Se recordarmos
outro trecho do evangelho (o da Samaritana) poderemos criar um desfecho
equivocado a esse evangelho.
”(…) Ora, devia
passar por Samaria. Chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar,
junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali havia o poço de Jacó. E
Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do
meio-dia. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: Dá-me de
beber“. (João 4, 4-7)
Poderíamos pensar:
“não foram esses mesmos samaritanos que se converteram ao ouvir a mulher falar
de Jesus”? “não são eles que acolheram a mensagem e agora não querem que Jesus
passe por seu território”?
Nada podemos
afirmar se era a mesma região ou o mesmo povoado visto que a região da Samaria
era extensa e se assim for verdade cairia por terra nossa primeira impressão de
traição. Quem não imaginaria a cena e não se revoltaria com o povo. Sem saber
da plena verdade dos fatos criamos algo odioso chamado pré-conceito.
É claro que nossas
convicções poderiam estar certas sobre o fato, mas nossos esquemas pessoais
sobre o mundo e sobre as pessoas precisam mudar. Precisamos “adivinhar” menos!
Quem nunca ouviu
estórias e contos de pessoas simples, trajando roupas simples entrarem em lojas
e não serem atendidas, pois os vendedores “pensavam que era perca de tempo”?
Quem nunca ouviu também estórias de pessoas desprezadas aos olhos comprarem a
loja à vista?
Jesus era um
“problema”. Sua presença na região trazia a atenção dos poderosos e influentes
para onde estava e com quem falava. Quantos não foram interrogados pelos
mestres da lei após serem curados buscando um traço de mentira nos milagres do
homem de Nazaré? Muita gente não queria que Jesus as encontrasse, pois tinham
receio de serem vistos como um dos seus. Que o diga Nicodemos, José de
Arimatéia e outros que foram seus seguidores em silêncio
Muita gente
preferia admirá-lo de longe, sem se comprometer; viam talvez nele a esperança,
mas o medo as impedia de segui-lo. Reparem na seqüência imediata desse
evangelho que alguns desejam segui-lo mas ainda não conseguem abandonar o velho
regime. Cada qual a seu tempo, pois todos temos nossas limitações e cárceres.
Esse trecho
antecede o envio dos discípulos (setenta e dois) de dois em dois pelas regiões
da Judéia. Jesus identifica o medo que os impedia de mudar sua vida, mas não
deseja que se exponham. “(…) O senhor quer que a gente mande descer fogo
do céu para acabar com estas pessoas? PORÉM JESUS, VIRANDO-SE PARA ELES, OS
REPREENDEU”.
O Senhor talvez
não desejasse que fossem julgados pelo medo (pré-conceito, limitações pessoais)
e sim pelas atitudes de fé e coragem. Na passagem seqüencial que manda que os
setenta e dois aos vilarejos, propõe uma mudança de atitude: o medo deve dar
lugar a paz! Uma pequena porta que se abre para a acolher a Jesus torna-se
maior que os pecados e erros de outrora.
Talvez essa
narrativa explique por que tanta gente cantou aquela música “faz um milagre em
mim”.
“(…) Entra na
minha casa. Entra na minha vida. Mexe com minha estrutura; Sara todas as
feridas. Me ensina a ter Santidade; Quero amar somente a Ti, Porque o Senhor é
o meu bem maior, Faz um Milagre em mim”
Muita gente que
também o ama em segredo com medo de se expor. Somos muito mais que setenta e
dois, levemos a paz!
Um imenso abraço
fraterno.
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