01 de Outubro -Terça - Evangelho
- Lc 9,51-56
Os
samaritanos não aceitaram Jesus por não pertencer ao seu grupo. Havia uma
disputa de “soberba”, pois os judeus eram os escolhidos de Deus enquanto
que os samaritanos eram misturas da varias raças, logo impuros. Assim que
Jesus, sabendo que iria morrer, antes de chegar a Jerusalém,
tentou pernoitar na Samaria e a população não permitiu por pertencer
ao grupo de judeus. Seus discípulos insinuaram destruir o pequeno povoado, mas
Jesus advertiu. A destruição não era do feitio de um homem que sabia que aquele
povo seria evangelizado por homens tementes a Deus.
Na
viagem de Jesus até Jerusalém encontram-se muitos percalços. Mas não deixa de
ser uma viagem importante. Contudo já está na hora do Mestre sair da periferia,
ou seja, sair das regiões pobres, destruídas pelo poder operante, do meio do
povo que vivia sendo sugado pelos interesses luxuosos dos detentores
do poder, para chegar ao núcleo central da causa que provocava o nascimento da
miséria. Os centros urbanos, onde os corruptos atuam também deveriam conhecer a
renovação das idéias. Conhecer este homem que daria sua vida em favor da
humanidade, mas tinha dignidade e sabedoria para enfrentar com elegância.
O
evangelista Lucas trabalha o bom senso em sua comunidade. Mostra para seu povo
que existem grupos lutando entre si. Mas o missionário não pode temer ou
esmorecer com as dificuldades. Jesus, segundo Lucas, foi um exemplo claro e
vivo nesta situação. Mesmo pregando a favor da vida, do amor, da justiça e da
igualdade, enfrentou problemas com os próprios homens que o defendia.
Divulgar
o Reino da Justiça, levar a liberdade para os oprimidos não é tarefa fácil. É
um trabalho árduo, conflitante, contraditório, mas vale a pena. Nosso mestre
viveu a contradição de seu tempo. O povo oprimido queria a libertação, sonhava
com mundo novo, mas era incapaz de enxergar o Filho do Homem em sua frente.
Mas
entre o povo sofrido discriminado – os samaritanos - e o povo judeu
estava Jesus. Os samaritanos subjugados, os judeus na sua maioria opressores.
Porém objetivava o mesmo Deus e o mesmo céu. Jesus aparece para apaziguar a
situação no sentido de cruzar os dois povos levando a mensagem da libertação.
E
a libertação aconteceu quando Jesus foi morto pelos homens que acreditavam
estar com a verdade de que aquele sujeito fazia muita algazarra, atraia
multidão, conviva com os excluídos e desrespeitava as leis. Não sabendo eles
que estavam diante do Senhor que morreria mais ressuscitaria para a morada com
Deus. Ele o Filho de Deus encarnado no homem terreno para fazer
valer sua promessa com o povo de outrora. Ele veio, passou por
privações, não foi reconhecido em vida por uma grande parte da sociedade
egoísta, foi renegado, não foi aceito, entretanto, com fibra e valentia soube
cumprir seu papel de irmão, pai e filho. Sempre levando algo para desmascarar a
realidade presente com pressentimento de que um dia suas palavras seriam
ouvidas nos quatro cantos do mundo.
Fica
para nós a certeza de que não vale a pena fraquejar diante das dificuldades e
nem querer enfrentar com violência a situação oposta. Devemos sim, em meios de
tantas idéias conflitantes e interesses diversos sermos persistente, fazer
valer a oração e sermos divulgadores da verdade. Que assim seja, amém!
--
Claudinei M.
de Oliveira
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