09 de Outubro- Quarta - Evangelho
- Lc 11,1-4
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Pense rápido: me ensina
a rezar! Agora pense com calma em algo que você saiba fazer muito bem. Algo que
você faça tão bem, que seja praticamente automático pra você. Andar de
bicicleta! Dirigir um carro! Digitar no computador! Me ensina a fazer isso! Bem
mais fácil, né? Não foi tão grande o susto, quanto no primeiro pedido. Por que
será?
Quando começamos a fazer
algo novo, temos que prestar atenção em cada passo do processo. E à medida que
vamos adquirindo prática, vamos automatizando algumas etapas,
e nos tornamos mais ágeis! Esse é o processo natural para quase tudo
na nossa vida. Veja que nem tudo pode ser automático... Por exemplo: quando
você vai conversar com uma pessoa, você precisa pensar no que vai dizer, e
precisa pensar no que está escutando. Não tem como ligar no automático para
isso, a não ser que você fale, SEM PENSAR, um texto que esteja gravado na
memória, como uma música, uma poesia que você decorou, ou UMA ORAÇÃO.
Você já teve aquela aula
em que o professor mostra um esquema de tópicos, ou um texto, e simplesmente lê
o que tem lá escrito, e quando você pensa que ele vai explicar o que é aquilo,
ele dá a aula por encerrada? Aí você fica sem entender nada do assunto, porque
parece que nem o professor entendeu o que leu... E mesmo que você pergunte, não
adianta, porque ele não sabe mesmo, e só vai tentar lhe "enrolar"...
A mesma coisa acontece quando recitamos uma oração sem prestar atenção ao que
estamos dizendo. Deus fica igual a nós, naquela sala de aula: escutando o que
estamos dizendo, e esperando a parte em que nós vamos explicar com as nossas
palavras o que nós realmente queremos...
No começo da reflexão eu
pedi que você me ensinasse a rezar. Foi exatamente assim que os discípulos
fizeram com Jesus. No momento em que Ele estava voltando do seu momento de
oração, os discípulos pediram que o Mestre os ensinasse a rezar também. A
Oração do Pai Nosso do Evangelho de Lucas é bem resumida, mas aborda os
principais pontos:
Pai (para nos aproximar do nosso Criador, e acabar com a
imagem do Deus vingativo, mas trazer a imagem do misericordioso),santificado seja o teu nome (este
é o primeiro mandamento, e observe que não é um pedido, mas é uma lembrança
para nós mesmos honrarmos o seu nome).
Venha o teu Reino (também não é um pedido; se fosse um pedido,
seria "Manda o teu Reino"; para vir o Reino é preciso que também seja
feita a nossa parte, a d'Ele já foi feita). Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos (agora sim, um
pedido... mas veja que não é pedido nada além do que o necessário... então o
pão que você pegou a mais, é o que vai faltar para outra pessoa), e perdoa-nos os nossos pecados (quando
devemos algo a alguém, e não temos com o que pagar, só nos resta pedir que
perdoe as nossas dívidas, e ficamos devendo a nossa própria vida), pois nós também perdoamos a todos os nossos
devedores (onde está a consciência de quem tem a cara-de-pau de
pedir perdão da sua dívida, sem ter perdoado a dívida que alguém possa ter com
ele?); e não nos deixes cair em
tentação (esse depende mais de nós do que d'Ele... afinal, Ele nos
deu o livre arbítrio, e quando nos coloca em provação, testando a nossa
fidelidade, é porque Ele quer nos dar algo maior, como fez com Jó).
Fica claro que o
"Pai Nosso" não "nasceu" como uma fórmula a ser decorada e
recitada, como fazemos. Assim também rezamos a Ave Maria, a Oração do Santo
Anjo, o Credo, e tantas outras... Falamos a oração no nosso idioma, mas nem nós
sabemos o que estamos dizendo... Para Deus vale muito mais aquela oração que sai
do fundo do coração, e expressa a nossa verdadeira necessidade...
Se praticarmos a oração
diariamente, como Jesus fazia, chegaremos a uma conclusão: tudo o que
precisamos conversar com Deus, está na oração que Jesus ensinou... Inclusive,
todos os nossos pedidos poderiam se resumir nestes três: dá-nos o pão
necessário para cada dia, perdoa os nossos pecados e não nos deixes cair em
tentação.
Jailson Ferreira
Obrigado pela explicação. Foi muito boa.
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