1ª.
Leitura – Amós 6, 1.4-7 “mensagem de solidariedade”
Esta
palavra precisa cair na terra do nosso coração como uma semente que deve
florescer e frutificar a fim de que possamos mudar a nossa mentalidade, hábitos
e costumes na medida em que ela se adéqua à realidade da nossa vida. O profeta
Amós prognostica contra sobre os ricos “despreocupados”, ou seja, aqueles que
se sentem seguros nas suas riquezas materiais, que usufruem de muitos bens, se
divertem, bebem e comem do bom e do melhor, se perfumam, cantam, brincam, e não
se preocupam com a ruína dos “José” que existem perto deles. Podemos até
imaginar que a mensagem dessa leitura não nos atinge, porque não temos muitos
bens e, por isso, não nos excedemos visto não possuirmos condições. A
principal mensagem dessa exortação de Amós, porém, é referente à nossa despreocupação
em relação ao nosso próximo a quem desconhecemos, por isso, o ignoramos, tão
preocupados que estamos com a nossa vidinha já tão cheia de apelos. No
entanto, mesmo que tenhamos pouco necessitamos nos conscientizar de que poderá
haver ao nosso lado ou muito perto de nós alguém que possui menos ainda e que
vive na indigência e na miséria. De qualquer maneira, tendo muito
ou pouco, o que importa é o nosso reconhecimento de que o que possuímos está
nas mãos de Deus que nos concedeu a vida e os bens a fim de que sejamos
solidários uns com os outros. Deus nos colocou no mundo, nos deu oportunidades
de prosperar, determinou-nos uma época e um número de dias, deu-nos domínio
sobre tudo o que está na terra, mas impôs a cada um de nós, deveres para com o
nosso próximo. Por isso, não fujamos da nossa responsabilidade e acolhamos a
Palavra de hoje como semente fértil na terra do nosso coração. –
Como você tem vivido com os bens que Deus lhe concedeu: saúde, trabalho,
inteligência, dinheiro? - Existe alguém perto de você a quem faltam essas
coisas? – Como você tem olhado para essas pessoas? –
Salmo
145 – “Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!”
O
salmista também nos direciona a percebermos que Deus fará justiça àqueles que
vivem oprimidos, aos que hoje estão famintos e cativos das situações do mundo.
Na Sua justiça, porém o Senhor confundirá o caminho dos que são maus, isto é,
os que desconhecem àqueles que são provados pela vida. Por isso, ele se refere
à viúva e ao órfão como símbolo dos que são desamparados aqui na terra. Para
que nós possamos bendizer ao Senhor, portanto, nós precisamos repensar a nossa
vida e os nossos critérios em relação aos nossos irmãos mais carentes e nos
tornarmos justos aos olhos de Deus.
2ª.
Leitura 1 Timóteo 6, 11-16 –“ as
propostas da Palavra de Deus”
A
todos nós que desejamos ser “homens e mulheres de Deus” São Paulo aconselha a
fugir das coisas perversas, isto é, de tudo o que nos desvia dos caminhos do
Senhor. Dessa maneira, ele nos recomenda a procurar a justiça,
que é a vontade de Deus; a piedade, que é a amizade com Deus
e com os irmãos; a fé, que é a confiança e
dependência de Deus; o amor que é a essência da Lei de Deus; a firmeza e a mansidão que são frutos do Espírito Santo de Deus
em nós. Munidos desses atributos, nós poderemos combater o bom combate da fé e
assim conquistar a vida eterna que nos foi prometida pelo Pai e alcançada
por Jesus Cristo. Foi diante de Pôncio Pilatos que Jesus deu testemunho da
verdade de Deus, com firmeza e convicção de que estava fazendo a vontade do
Pai. Por isso, São Paulo nos exorta, assim como fez a Timóteo, a que nós
também, como Jesus, saibamos dar um bom testemunho da Sua verdade, assumindo o
nosso mandato, isto é, a nossa missão até a Sua manifestação gloriosa. Isso
significa que o tempo em que estamos vivendo é propício para que ponhamos em
prática tudo o que nos é proposto pela verdade da Palavra de Deus, esperando o
tempo oportuno em que nós também, habitaremos com Cristo numa luz inacessível,
que nenhum homem viu nem pode ver. É a vida eterna em plenitude que nos foi
prometida pelo Pai e que Jesus Cristo conquistou para que a vivamos um dia. –
Você tem sido fiel ao seu chamado para ser homem e mulher de Deus? – Você tem
combatido o bom combate da fé? – Você espera a manifestação de Jesus Cristo em
Sua glória? – Você fica feliz quando pensa nisso?
Evangelho
– Lucas 16,19-31 – “A partilha é uma necessidade da nossa alma”
Aqui
na terra nós recebemos de Deus as condições para nos apropriarmos dos “terrenos
lá do céu”, no entanto, para que isso aconteça há uma condição imprescindível:
a que partilhemos os nossos bens e os dons que possuímos nos nossos “terrenos
aqui da terra” com os outros moradores que não receberam o mesmo que nós. Por
isso, neste Evangelho Jesus conta a parábola do rico “Epulão e do pobre Lázaro
denunciando a ordem injusta que faz o homem viver desligado de seu destino
eterno, por causa das suas atitudes, que se baseiam apenas no interesse pessoal
e na riqueza. Com efeito, Jesus faz um apelo de conversão a todos nós, ricos ou
pobres e nos dá uma amostra do julgamento de Deus. Diante disso, nós
podemos nos questionar: Será que o rico não poderá ser feliz no céu, assim como
o pobre? Podemos entender, que o rico avarento não ficará sem um justo
julgamento, não tanto pela riqueza em si, mas pelo desprezo ao pobre que lhe
mendigava o pão para saciar sua fome. A avareza, o luxo, o supérfluo de uns
continuam favorecendo a miséria, a nudez e a carência de outros e, enquanto uns
têm demais outros nada possuem. Todavia, ninguém é tão pobre que
não possua algo para dar nem tão rico que se baste a si mesmo e não
necessite partilhar com alguém a sua riqueza. A partilha é uma necessidade da
nossa alma e uma questão de sobrevivência. Há uma lei natural que rege os
nossos relacionamentos aqui na terra: é dando que se recebe, é no esquecimento
de nós mesmos (as) que nos encontramos e somos felizes. Consequentemente, se não
seguirmos essa lei enquanto aqui vivemos, com certeza, na outra vida estaremos
como o rico da parábola, recebendo a recompensa prevista por Jesus no
Evangelho. Para nós, hoje, não existem somente a Lei e os Profetas para nos
abrir os olhos, mas o próprio Filho de Deus é quem nos adverte: ser rico não é
ser mal. Ser mal é querer tudo somente para si e esquecer-se de quem não tem
nada material, mas tem um coração agradecido pelo que receber. – Qual
é o seu conceito de justiça? -Quais os bens que você tem recebido na
vida? – Você tem partilhado com alguém o que possui? – Será que existe algum
Lázaro na sua porta que precisa de um pouquinho do que você tem? – Pense nisso!
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