15 de Março - DOMINGO - Evangelho
- Jo 3,14-21
Padre
Antonio Queiroz
Deus
enviou o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele.
Neste
Evangelho, Jesus nos anuncia, na conversa com Nicodemos, uma grande e alegre
notícia: “Deus enviou o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por
ele”. E logo em seguida ele diz por que Deus fez isso: “Deus amou tanto o
mundo, que deu o seu Filho unigênito”.
E
o evangelista João vai dizer mais tarde, no início da narração da paixão e
morte de Jesus: Jesus, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o
fim”. Portanto, a Páscoa, para a qual estamos nos preparando, teve a sua origem
no amor de Deus a nós. Como é bom sentir-se amado, amada, ainda mais se quem
ama é o próprio Deus!
A
segunda grande notícia do Evangelho de hoje é que a salvação de Deus não nos
vêm automaticamente, mas depende da nossa fé, da nossa aceitação.
Para
esclarecer, Jesus usa duas comparações. A primeira é da serpente de bronze que
Moisés levantou em um pau, no deserto (Nm 21,4-9). O povo esta passando por uma
região onde havia muitas cobras venenosas. Se alguém era picado, bastava olhar
para a serpente de bronze que ficava curado. Jesus também foi levantado no
madeiro da cruz. Quem crer nele é salvo e fica curado da picada da serpente
infernal.
A
outra comparação é com uma atitude humana que todos nós conhecemos: Quem
pratica o mal foge da luz, isto é, não quer aparecer em público, para que suas
obras não sejam descobertas. Já quem pratica o bem faz o contrário: aproxima-se
da luz, para que suas obras sejam conhecidas. Jesus é esta luz. Os pecadores
fogem dele, e os justos se aproximam dele.
“O
julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à
luz, porque suas ações eram más.” Em outras palavras, é o próprio homem que se
julga e se condena, ao praticar obras más. Pois essas obras o levam a recusar a
Jesus e, consequentemente, a se condenar a si mesmo. Está aí a razão por que
mataram a Jesus, e por que hoje milhões de pessoas não o seguem: é porque suas
ações são más.
“Quem
nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado.” Portanto, o
nosso julgamento não vai acontecer no juízo final; lá ele será apenas
confirmado. Somos nós que nos julgamos. É bom lembrar também que “a fé sem
obras é morta. É como um corpo sem alma” (Tg 2,26). Está incluído nas obras da
fé pertencer e ser fiel à Igreja una, santa, católica e apostólica.
Em
outro discurso, Jesus repete a mesma coisa: “Quem acolhe e observa os meus
mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o
amarei e me manifestarei a ele (Jo 14,21). Está aí outra chave para entendermos
a incredulidade do mundo: a quem não observa os mandamentos, Jesus não se
manifesta. Por outro lado, a quem observa os mandamentos, Jesus se manifesta,
isto é, lhe dá a graça da fé. A fé e a obediência aos mandamentos estão
intimamente ligadas, a fé é fruto da obediência!
Está
aí um forte convite a nós para um maior esforço de conversão nesta quaresma. O
Documento de Aparecida dá um passo à frente, pedindo para ser “discípulos e
missionários de Jesus Cristo, para que o povo tenha mais vida nele”.
Certa
vez, uma senhora estava fazendo aniversário. Depois de cantar os parabéns, a
sua filhinha de três aninhos, toda emocionada, entregou-lhe uma caixa bonita,
enfeitada com papel de presente e lacinho.
A
mãe abriu, mas ficou surpresa, porque não havia nada dentro. Então abraçou a
menina e disse: “Filhinha, quando a gente dá um presente a alguém, não é só a
caixa; precisamos colocar alguma coisa dentro!”
A
garotinha ficou vermelha e disse: “Mas eu coloquei, mãe!” A mãe respondeu:
“Filhinha, olhe a caixa, está vazia!” A menininha disse: “Mamãe, era uma
surpresa; eu enchi a caixa de beijos para a senhora!”
“O
essencial é invisível aos olhos” (Pequeno Príncipe). Nós também ganhamos de
Deus um grande presente, chamado redenção. Dentro desta caixa, o principal nós
não vemos, que é o amor de Deus, que deu origem a tudo, e permanece até hoje
perfumando a nossa vida. Vamos dar também, para Deus e para o nosso próximo,
uma caixinha de presente bem bonita.
O
amor de Deus por nós está presente em cada objeto da natureza, e em nós mesmos,
tanto no corpo como no espírito como na alma. Está presente também em tudo o
que acontece conosco. Vamos abrir essas caixinhas, sentir esse amor, e sair
distribuindo pelo mundo, como fez aquela garotinha. Fortalecidos por esses
beijos de Deus, podemos vencer tudo, e encher o mundo de amor.
Maria
Santíssima foi um presente de Deus a nós. “Existe um nome que consola a terra e
que desterra da tristeza o véu, bem como a aurora que com luz brilhante, que
fulgurante surge lá no céu. Oh! Nome bendito da Virgem Mãe, Maria! Por nós
rogai!”
Deus
enviou o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele.
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