11 de Setembro -
Quinta - Evangelho - Lc 6,27-38
Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.
Neste Evangelho, Jesus proclama para os discípulos a nova justiça do
Reino. A referência é o amor de Deus por nós, que devemos imitar. A frase
central é: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso”.
Outra referência ao amor de Deus, que devemos imitar, está na frase: “Amai os
vossos inimigos... Então a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do
Altíssimo, porque Deus é bom também para com os ingratos e maus”. A afirmação
está supondo que o filho verdadeiro se parece com o pai. Que não sejamos falsos
filhos de Deus!
No Antigo Testamento, Deus já havia nos pedido algo semelhante: “Sede
santos porque eu o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).
Portanto, os verdadeiros filhos e filhas de Deus devem ultrapassar os
limitados espaços do parentesco, da amizade, do afeto natural e do interesse. O
nosso amor deve ser como o de Deus: gratuito, universal, intenso e sem limites.
Todos nós temos inimigos. São as pessoas que nos fazem o mal, que nos
prejudicam, que falam mal de nós... Jesus é claro e direto: “Amai os vossos
inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e
rezai por aqueles que vos caluniam”. Transparece nessas palavras que amar, para
Jesus, significa fazer o bem.
E Jesus é radical: “Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece
também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica”. De
fato, se alguém retribui o mal com o mal, toma o malvado como seu mestre e
modelo. Devemos imitar a Deus, não os malvados e os violentos.
Virar a outra face desarma o nosso inimigo e faz cessar o círculo
vicioso da vingança e da violência. Precisamos criar uma corrente de amor e de
paz, especialmente onde ela não existe.
“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” O comportamento
do cristão é um passo à frente, em relação às boas maneiras da sociedade
pecadora. As pessoas “educadas” retribuem o bem que recebem. O cristão vai
além, faz o bem mesmo a quem não lhe fez o bem ou só fez o mal. É justamente
aí, nesta diferença, que está o testemunho cristão.
Na oração de S. Francisco, nós pedimos isso: “Onde houver ódio, que eu
leve o amor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão... Pois é perdoando que
se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.”
No Pai Nosso, nós pedimos a Deus: “Perdoai-nos como nós perdoamos”. Se
não perdoamos a todos e todas, no Pai Nosso estamos pedindo a Deus que não nos
perdoe. Cruz credo!
Havia antigamente um rei muito bom. Ele tinha um filho jovem que gostava
de festas, passeios e de estar no meio do povo. Um dia, o pai lhe disse:
“Filho, você pode freqüentar todos os lugares que desejar. Mas nunca se esqueça
de que você é filho do rei”. Quer dizer: Você não é um rapaz comum. A sua
conduta compromete a família real e, com ela, todo o reino.
A mesma coisa acontece conosco, que somos filhos e filhas de Deus. Não
somos pessoas comuns, e o nosso comportamento é uma manifestação, ou expressão,
do comportamento de Deus. Afinal, Deus nos criou à sua imagem. Já pensou? Um
comportamento errado nosso compromete a visão de Deus que o povo tem.
Maria Santíssima nos mostrou, com a sua vida, o que é amar, tanto a Deus
como ao próximo. Mãe do belo amor, rogai por nós!
Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.
Padre Queiroz
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