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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso-Padre Queiroz

11 de Setembro - Quinta - Evangelho - Lc 6,27-38

Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.

Neste Evangelho, Jesus proclama para os discípulos a nova justiça do Reino. A referência é o amor de Deus por nós, que devemos imitar. A frase central é: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso”. Outra referência ao amor de Deus, que devemos imitar, está na frase: “Amai os vossos inimigos... Então a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bom também para com os ingratos e maus”. A afirmação está supondo que o filho verdadeiro se parece com o pai. Que não sejamos falsos filhos de Deus!

No Antigo Testamento, Deus já havia nos pedido algo semelhante: “Sede santos porque eu o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).

Portanto, os verdadeiros filhos e filhas de Deus devem ultrapassar os limitados espaços do parentesco, da amizade, do afeto natural e do interesse. O nosso amor deve ser como o de Deus: gratuito, universal, intenso e sem limites.

Todos nós temos inimigos. São as pessoas que nos fazem o mal, que nos prejudicam, que falam mal de nós... Jesus é claro e direto: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam”. Transparece nessas palavras que amar, para Jesus, significa fazer o bem.

E Jesus é radical: “Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica”. De fato, se alguém retribui o mal com o mal, toma o malvado como seu mestre e modelo. Devemos imitar a Deus, não os malvados e os violentos.

Virar a outra face desarma o nosso inimigo e faz cessar o círculo vicioso da vingança e da violência. Precisamos criar uma corrente de amor e de paz, especialmente onde ela não existe.

“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” O comportamento do cristão é um passo à frente, em relação às boas maneiras da sociedade pecadora. As pessoas “educadas” retribuem o bem que recebem. O cristão vai além, faz o bem mesmo a quem não lhe fez o bem ou só fez o mal. É justamente aí, nesta diferença, que está o testemunho cristão.

Na oração de S. Francisco, nós pedimos isso: “Onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão... Pois é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.”

No Pai Nosso, nós pedimos a Deus: “Perdoai-nos como nós perdoamos”. Se não perdoamos a todos e todas, no Pai Nosso estamos pedindo a Deus que não nos perdoe. Cruz credo!

Havia antigamente um rei muito bom. Ele tinha um filho jovem que gostava de festas, passeios e de estar no meio do povo. Um dia, o pai lhe disse: “Filho, você pode freqüentar todos os lugares que desejar. Mas nunca se esqueça de que você é filho do rei”. Quer dizer: Você não é um rapaz comum. A sua conduta compromete a família real e, com ela, todo o reino.

A mesma coisa acontece conosco, que somos filhos e filhas de Deus. Não somos pessoas comuns, e o nosso comportamento é uma manifestação, ou expressão, do comportamento de Deus. Afinal, Deus nos criou à sua imagem. Já pensou? Um comportamento errado nosso compromete a visão de Deus que o povo tem.

Maria Santíssima nos mostrou, com a sua vida, o que é amar, tanto a Deus como ao próximo. Mãe do belo amor, rogai por nós!

Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.


Padre Queiroz

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