Domingo, 7 de setembro de 2014
23º Domingo do Tempo Comum
Santos do Dia: Alcmundo de Hexham (monge, bispo), Atanásio de Aquiléia (mártir, s.IV),
Caríssima de Albi (virgem), Clodoaldo de Paris (abade, s.VI), Estêvão de
Châtillon (monge, bispo), Eusíquio de Cesaréia (mártir, s.II), Eustáquio de
Flay (abade), Evórcio de Orléans (bispo, s.IV), Facíolo de Poitiers (monge),
Grato de Aosta (bispo), Grimônia de Picardy (virgem, mártir), Garibaldi de
Dickelvenne (bispo), Gilberto de Hexham (monge, bispo), João de Lodi (monge,
bispo de Gubbio, s.XII), João da Nicomédia (mártir), Madalberta de Maubeuge
(virgem), Nemório diácono e Companheiros (mártires de Troyes, degolados por
ordem de Áquila), Pânfilo de Cápua (bispo), Regina de Autun (virgem, mártir),
Sozonte de Pompeiópolis (mártir, s.IV).
Primeira leitura:Ezequiel 33,7-9
Se não advertires o ímpio, eu te pedirei contas da sua morte.
Salmo responsorial:Salmo 94(95),1-2.6-7.8-9 (R.8)
Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!
Segunda leitura: Romanos 13,8-10
O amor é o cumprimento perfeito da Lei.
Evangelho:Mateus 18,15-20
Se ele te ouvir, tu ganharás o teu irmão.
Se não advertires o ímpio, eu te pedirei contas da sua morte.
Salmo responsorial:Salmo 94(95),1-2.6-7.8-9 (R.8)
Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!
Segunda leitura: Romanos 13,8-10
O amor é o cumprimento perfeito da Lei.
Evangelho:Mateus 18,15-20
Se ele te ouvir, tu ganharás o teu irmão.
A liturgia deste domingo nos convida a refletir sobre nossa co-responsabilidade
comunitária. A fé, ou mais amplamente dito, nossa vida espiritual, é um assunto
pessoal, uma responsabilidade absolutamente intransferível, porém como humanos
que somos, - seres simbióticos –, nós a vivemos no interior de uma comunidade.
Por isso, de alguma forma, também nós somos responsáveis pela vida de cada ser
humano.
Ezequiel é profeta do tempo do exílio. Apresenta-se como o vigilante de
seu povo. A atitude vigilante é um traço dos profetas. Estar atento ao que
passa, para alertar e prevenir o povo. Estar sempre atento também a escutar a
Palavra de Deus. Ler os acontecimentos da história e interpretá-los à luz da
Palavra de Deus. O vigilante, zelador, o que vela, a sentinela ou da forma como
for chamado em nosso meio, está sob constante ameaça dos perigos que rondam o
povo. Por isso, o profeta é responsável direto pelo que possa acontecer. O
profeta tem a missão de abrir os olhos do povo. Porém, também o povo pode
aceitar ou rejeitar essa interpelação profética. O que não pode é passar por
alto ou não dar-se conta do perigo.
Paulo, na carta aos Romanos, convida os crentes a edificarem sua vida sobre a
base do amor para que possam responder aos desafios do momento histórico que a
cada crente e a cada comunidade toca viver. O amor é resumo, síntese vital,
compêndio de todo tipo de preceito de ordem religiosa. Assim, Paulo entra em
perfeita sintonia com a proposta evangélica. Certamente não é uma rejeição
total da lei. Porém, o amor supera a força da lei.
Quem ama autenticamente não quer provocar danos a ninguém; pelo
contrário, sempre buscará meios de ajudar a pessoa a crescer na fé. A
conversão, a metanoia, é mudança profunda de mente e coração. Quem se converte,
assume o amor como única “norma” de vida. O amor se traduz em atitude e
compromisso concreto: serviço, respeito, perdão, reconciliação, tolerância,
compreensão, verdade, paz, justiça e solidariedade fraterna.
O evangelho de Mateus apresenta a passagem comumente denominada
correção fraterna. O texto revela os conflitos internos vividos pela comunidade
à qual Mateus se dirigia. Nos encontramos, pois, ante uma página de caráter
catequético que pretende enfrentar e resolver o problema dos conflitos
comunitários. O pecado não é somente de ordem individual ou moral. Aqui se
trata de faltas graves contra a comunidade. O evangelista pretende mostrar algo
importante: não se trata de usar de rigorismo a ponto de tirar a liberdade das
pessoas.
O evangelista estabelece o meio termos como norma de conduta. Trata-se
de resolver os assuntos complicados nas relações interpessoais seguindo a
pedagogia de Jesus. Também não se quer apresentar um processo jurídico. O
evangelista quer deixar claro que se trata, antes de tudo, de salvar o
transgressor, de não condená-lo nem expulsá-lo, nem julgá-lo precipitadamente.
É um processo pedagógico segundo o qual se tenta, por todos os meios, salvar a
pessoa.
Contudo, se a pessoa resiste, se não aceita o convite, não dá sinais de
arrependimento... então sim a comunidade se vê obrigada a expulsá-lo do seu
meio. Ao não aceitar a oferta do perdão, a pessoa mesma se exclui da comunhão
com a comunidade. Nosso compromisso com pessoas de fé é lutar pela verdade.
Nossas famílias e comunidades cristãs devem ser, antes de tudo, lugares de
reconciliação e de verdade. Respeitar as pessoas que se equivocam, mas que
querem retificar seu erro é imperativo evangélico. Também não se trata de cair
em atitudes laxistas ou que respaldem a impunidade.
Porém, antes de tudo, o compromisso com a justiça, a verdade e a
reconciliação é uma atitude profética. Como vivemos os valores da verdade, da
justiça da reparação e da reconciliação no interior de nossas comunidades? Que
atitudes assumimos frente aos meios de comunicação que manipulam e distorcem a
verdade? Sentimos a co-responsabilidade pela sorte dos nossos irmãos?
O evangelho de hoje também oferece a comunidade como sujeito de perdão:
“Tudo que perdoarem na terra, será perdoado nos céus...”. Pode ser uma
oportunidade interessante para falar, tanto da grave crise do sacramento da
confissão, como da possibilidade e legitimidade da reconciliação comunitária.
Oração: Ó Deus, que por Jesus disseste: “tudo que ligardes na terra, o céu tem
por ligado”, faze que a tua Igreja sinta sobre si a responsabilidade de ser
generosa a ponto de não impor a teus filhos, nossos irmãos e irmãs, “cargas
maiores que as necessárias”, fazendo-os experimentar que “onde está teu
Espírito aí está a liberdade”. Por Jesus Cristo nosso Senhor.
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