9 de Outubro - Quinta
- Evangelho - Lc 11,5-13
A oração constitui
um dos elementos fundamentais essenciais da nossa vida espiritual. Aliás, é
Santa Teresa de Ávila quem vai dizer: “Quem reza se salva; quem não reza se condena“. Jesus, como vemos no
Evangelho deste final de semana, é este Filho do Pai, e porque é Filho, não
pode estar em outro lugar que não seja junto do Pai, chamando-o de ”Abba” –
pai, papaizinho! A maior graça que possuímos, a qual nos foi dada no Batismo, é
poder chamar Deus de Pai; podemos e devemos chamá-Lo assim, pois somos Seus
filhos no Filho. Se somos filhos – e o somos! –
precisamos estar constantemente na casa do Pai, pois o lugar dos filhos é em
casa junto do Pai. Jesus é este que sempre se encontra retirado em profunda
oração a Deus.
Mas, o que é a oração? Os discípulos
querem aprender e perguntam ao Senhor Jesus como rezar. A oração é o colóquio
de amor entre duas pessoas que se amam; é o diálogo mais profundo da vida e da
alma com Deus, na certeza de que podemos derramar a nossa vida – com tudo que
ela compõe – na presença do Deus-amor.
A essência da
minha oração jamais será a fidelidade – sempre estou em oração. Jamais será a
piedade – estar todo inteiro na oração. Tudo isso é consequência da
oração. A essência da oração é a
verdade, a minha verdade acerca de tudo aquilo que sou, vivo e estou sentindo.
Na verdade, reza quem toma a atitude de rasgar as vestes na presença do Senhor.
Aliás, os maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura sempre tomaram a
decisão de rasgar as vestes diante de Deus. O que significa rasgar as vestes?
Significa desnudar-se diante de Deus Pai; significa arrancar as máscaras de
hipocrisia diante do Senhor, igualzinho o publicano que sobe ao templo para
rezar.
Diante do Senhor,
o assunto que Ele quer tratar conosco não é sobre as nossas qualidades, os
nossos dons, sobre o que temos de maravilhoso e santo. Tudo isso, no máximo, o
Senhor quer que venhamos a agradecer e a colocar a serviço dos irmãos, pois
tudo isso veio d’Ele; é graça, é dom. O assunto que o Senhor quer falar conosco é sobre tudo aquilo que está em
nós que não veio d’Ele – nossos pecados, nossas misérias, nossas
infidelidades, nossas feridas… Pois Ele quer transformar tudo isso,
ou seja, curando o nosso coração, Ele quer transformar tudo isso em dom, em
carisma, em vida para dar vida aos outros.
A oração de Jesus era constituída de
um polo totalizante, ou seja, Ele rezava a vida toda e toda a vida. Tudo era
oração para Cristo; tudo era matéria-prima de encontro com o Pai. O carro-chefe
da nossa oração é a confiança. Jesus confia no Pai, ou seja, Ele quer nos
ensinar que do Pai só pode vir o que há de melhor para a nossa salvação e
realização. Devemos confiar, pois pode um pai dar coisas más para os seus
filhos? Se pode, nos convençamos de uma coisa: este é tudo, menos pai, pois do
pai – se este é pai de verdade – só pode vir coisas maravilhosas.
Todavia, o “vaso” que colherá todas
estas maravilhas, que o Pai derrama sobre Seus filhos, chama-se confiança. Com
confiança, pedi e recebereis. Jesus, eu confio em Vós.
Padre Pacheco
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