09 de agosto- Sábado - Evangelho - Mt 17,14-20
Se tiverdes fé, nada vos será impossível.
Este Evangelho narra a cena em que os discípulos não conseguem
curar um menino, Jesus o consegue e explica por quê. Quando Jesus, Pedro, Tiago
e João desceram da montanha onde havia acontecido a transfiguração, encontraram
os outros discípulos em dificuldade. Um homem levou-lhes o seu filho
epiléptico, e eles não conseguiram curá-lo.
E Jesus explica o motivo: “Porque a vossa fé é demasiado pequena”.
E ele lamenta: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco?
Até quando vos suportarei?”. Jesus pensa na multidão, ávida de milagres, mas
sem se preocupar muito com a fé. Pensa nos discípulos, a tanto tempo com ele, e
ainda com uma fé tão pequena e fraca. E pensa também em nós, seus discípulos e
discípulas de hoje, cuja fé é tão superficial e descomprometida e às vezes
misturada.
“Se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a
esta montanha: vai daqui para lá, e ela irá.” Quando a fé existe de verdade,
mesmo que seja pequenina, é eficaz porque participa do poder de Deus, para quem
nada é impossível.
Parece que temos medo de acreditar em Deus. Por isso a sociedade
segue um esquema moral próprio, que nem é o apresentado por Jesus, nem deixa de
ser; fica na pior posição, que é no meio do caminho. “Ó gente sem fé e
perversa!”
Desconfiamos do mistério de Deus e por isso achamos difícil
jogar-nos de corpo e alma no projeto de Jesus, preferindo a nossa segurança.
“O justo vive da fé” (Gl 3,11). Viver da fé é viver como Pedro
andando sobre as águas, ao encontro de Jesus. A segurança está em Deus, e ponto
final. Ter fé é assinar um cheque em branco e entregá-lo a Cristo. A nossa
conta bancária tem um saldo enorme: é a nossa vida toda.
A pessoa que faz isso sabe que Cristo é poderoso e nos ama; ele não
vai colocar-nos no SPC. Pelo contrário, vai aumentar e transformar
infinitamente o nosso crédito.
O medo é a posição contrária à fé. Sem enfrentar riscos, não é
possível seguir a Cristo.
Diante da fé, os que viviam com Jesus, e nós hoje, estamos na mesma
situação: o mesmo convite, a mesma hesitação, o mesmo desafio. Que os mártires
nos ajudem! Ter fé é jogar-nos na grande piscina do Reino de Deus, sabendo que
ele nos protegerá.
Neste mês nós celebramos a memória de S. Domingos, o fundador dos
dominicanos. Ele nasceu na Espanha, no Séc. XII. Destacou-se na pregação da
Palavra de Deus. Por isso que a congregação religiosa dos dominicanos se chama
Ordem dos Pregadores. Além da fundação dos dominicanos, a grande contribuição
de S. Domingos para os cristãos foi a criação do terço, que chamamos também de
rosário.
Na verdade, os monges já rezavam uma oração quase igual. Os monges
que sabiam ler rezavam a Liturgia das Horas. Os que não sabiam ler deviam rezar
todos os dias 150 Ave Marias, substituindo os 150 Salmos. S. Domingos passou
essa devoção para o povo, e organizou-a, dividindo-a em três partes, que chamou
de terços, e em cada terço escolheu cinco mistérios para o cristão refletir,
enquanto reza as Ave Marias. A devoção se espalhou rapidamente e todos os
cristãos do mundo passaram a rezar o terço. Em 2002, o Papa João Paulo II criou
mais um terço com os mistérios da Luz, ou mistérios Luminosos, pois na divisão
de S. Domingos ficou faltando a vida pública de Jesus.
O nome Rosário foi criado também por S. Domingos. Significa uma
coroa de rosas que oferecemos a Maria. S. Domingos faleceu em agosto de1221,
com apenas 51anos de idade.
Santa Maria, a mulher de fé, e S. Domingos, rogai por nós!
Se tiverdes fé, nada vos será impossível.
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