07 de agosto-Quinta - Evangelho - Mt 16,13-23
Bom dia!
Fico a imaginar o quanto Pedro ficou confuso após esse dialogo ou
conjunto de diálogos. Independentemente se logo de imediato ou um pouco após a
sua “elevação”, se assim posso dizer, de Pedro, Jesus o repreende severamente
para que não se oponha ao plano divino de redenção.
É claro e evidente que Pedro não queria impedir ou determinar o que
Jesus deveria ou não fazer, mas que ele, Pedro, deixava nítido seu apego
emocional a pessoa de Jesus por um sentimento que conhecemos bem. Vou explicar
É sabido que Pedro era um dos mais velhos (ou o mais velho deles),
que seu jeito turrão de ser, como outras tantas pessoas que conhecemos, não se
moldaria a um novo jeito se não fosse encantador ou valesse muito a pena. Suas
palavras revelam um profundo desejo que o mestre não o deixe. Mais que um ato
“egoísta” ou petulante, Pedro deixa escapar que na verdade tem medo. Jesus
chamava na verdade a sua atenção para isso. “(…) Saia da minha frente, Satanás!
Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu tropece, pois está
pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa”.
Foi o medo que o fez afundar na tentativa de andar sobre aas águas;
por medo que negou Jesus três vezes, por medo também, após a crucificação, se
escondeu no cenáculo com os demais (…). Temos muito de Pedro, mas se
resolvermos, como ele, ligar algo na terra, também com certeza, será ligado no
céu.
Nós ligarmos? Sim! Nosso Senhor conhece bem a quem escolheu. Você,
eu, ele, (…), conhece cada uma das nossas limitações e fraquezas, mas conhece
também o que cada um pode fazer se, apesar das fraquezas, resolver continuar a
acreditar que tudo é possível.
“(…) Deus conhece o caminho para encontrá-la, é ele quem sabe o seu
lugar, porque ele vê até os confins da terra, e enxerga tudo o que há debaixo
do céu”. (Jó 28, 23-24)
Ontem na reflexão quando grifei “surpreendido”, referindo-me a fé
da mulher que não desistia de segui-lo, e que mesmo com todos os contras queria
dizer o quanto Jesus ficara feliz de encontrar pelo menos uma que valha a
salvação de todos nós.
Diferentemente de Pedro, a jovem ou mulher o evangelho de ontem,
não tinha medo, pois o motivo do seu empenho valia qualquer que fosse o esforço
ou constrangimento imposto. Como não associar então a fé daquela moça ao
evangelho de hoje? “(…) Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você
proibir na terra será proibido no céu, e O QUE PERMITIR NA TERRA SERÁ PERMITIDO
NO CÉU”. Ela quis tocar o Senhor com sua fé e teve seu pedido acatado!
Outro ponto importante…
Pedro é um dos pilares da nossa igreja e sob seu testemunho de vida
e de fé também celebramos. Caminhado para o dia dos pais, como não convocar aos
pais a assumirem novamente a posição de pilar de sua família? Quantos pais, por
medo de crescer, pavor da responsabilidade e receio do fracasso tornaram-se
“melhores amigos” dos seus filhos esquecendo que primeiramente devem ser pais?
Pai é também aquele que por seus filhos tenta andar sobre as águas
e arrisca também a falhar; é aquele que clama a Deus que os guarde de todo mal,
na esperança que isso também seja ligado no céu; é aquele que não omite seus
medos nem suas falhas; aquele que após negar “troscentas” vezes, cai na real e
volta a acreditar que Deus tem um plano traçado para sua vida na vida de outras
pessoas que ele o confiou.
Um imenso abraço fraterno!
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