DIA 06
Jesus tinha um modo autêntico de seguir os
ensinamentos religiosos de seu tempo. Ele, não raras vezes, surpreendia seus
ouvintes pela originalidade de compreender o modo como se devia servir a Deus.
O jejum era, sobretudo para os doutores da lei, um método válido de se
relacionar com Deus, a ponto de causar escândalo o fato de os discípulos de
Jesus não jejuarem. É verdade que, em outra passagem, Jesus deixa claro que seu
objetivo não era abolir a Lei, mas dar-lhe o pleno cumprimento. O que Jesus faz
é dar uma nova interpretação da Lei para colocá-la a serviço da vida.
No Evangelho de hoje, Jesus apresenta dois exemplos
evidentes para que os discípulos de João, e os fariseus, compreendessem a
novidade de sua mensagem, segundo a qual o jejum já não era mais critério para
ser fiel a Deus. O primeiro se refere à roupa rasgada, que tem um pano velho, e
que não resiste um remendo novo. O segundo exemplo, com o qual Jesus finaliza
sua analogia, refere-se ao odre velho que não pode suportar um vinho novo. Para
os interlocutores de Jesus esses exemplos eram mais do que claros.
Para nós, hoje, os exemplos não são tão próximos.
Você já botou um remendo numa roupa, ou já viu o processo de como se faz vinho?
Pois é... Mas o sentido do Evangelho é claro. Jesus traz uma mensagem nova, um
novo modo de se relacionar com Deus, onde o jejum não será mais a garantia de
fidelidade a Deus, mas o amor que leva à doação total aos irmãos. Essa idéia,
Mateus traduz muito bem no capítulo 25, ao falar do Juízo final. Vale a pena
você conferir.
Diante dessa passagem do Evangelho proposta para
nossa meditação hoje, somos convidados a refletir: Será que também não estamos
fechados para acolher a proposta de Jesus? Não precisamos rever nosso coração;
tirar dele o egoísmo que gera em nós um modo estéril de ser relacionar com
Deus? Não está na hora de nos abrirmos para que Jesus possa realizar em nós sua
obra redentora de amor? Enquanto estivermos apegados a nós mesmos,
descomprometidos com os irmãos, estaremos sendo odres (recipientes) velhos que
não suportam a novidade de Jesus, o vinho novo.
Que
Santo Antão, cujo dia hoje celebramos, ensine-nos a compreender os ensinamentos
de Jesus por meio da oração e do silêncio.
E
lembre-se! "Vinhos novos e odres novos"!
Fr.
Anísio Tavares, CSsR.
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