21 Setembro 2016
Tempo Comum – Anos Pares
XXV Semana – Quarta-feira
Lectio
Lectio
Primeira leitura Provérbios 30, 5-9
5Toda a palavra de Deus é provada ao fogo, é um escudo para aqueles
que confiam ele. 6Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda
e sejas achado mentiroso. 7Peço-te duas coisas, não mas negues antes da minha
morte: 8Afasta de mim a falsidade e a mentira, não me dês pobreza nem riqueza,
concede-me o pão que me é necessário, 9para que, saciado, não te renegue, e não
diga: «Quem é o Senhor?» Ou, empobrecido, não roube e não profane o nome do meu
Deus.
A nossa leitura começa com uma reflexão sobre a palavra de Deus.
Depois, vem uma prece sapiencial que tem por tema a pobreza e a riqueza. O
Livro dos Provérbios reflecte atentamente sobre a pobreza e sobre a riqueza. O
ideal da sabedoria não é a pobreza, mas o bem-estar, que é uma bênção de Deus. Procurá-lo
é um dever. O Livro dos Provérbios condena duramente a preguiça e a falta de
empenho. Mas, se o bem-estar é uma bênção, não quer dizer que o pobre seja um
maldito ou castigado. São muitas, no Livro dos Provérbios as recomendações em
favor dos pobres. Ajudá-los é um dever. É preciso também lembrar que a
felicidade não se encontra só na riqueza, mas na riqueza acompanhada pelo temor
de Deus, pela justiça e pela concórdia: «Na casa do justo há riqueza abundante;
mas o rendimento dos maus é fonte de perturbação» (15, 6). Finalmente, o Livro
dos Provérbios admite que a excessiva riqueza pode trazer grandes perigos
morais, tais como a auto-suficiência, que julga não precisar de Deus nem dos
outros. A riqueza material facilmente se torna riqueza de espírito. Por isso, o
sábio pede a Deus que, nem lhe dê a miséria que leva à rebelião nem lhe dê
excessiva riqueza que leva a esquecê-l´O.
Evangelho: Lucas 9, 1-6
Naquele tempo, Jesus, 1tendo convocado os Doze, deu-lhes poder e
autoridade sobre todos os demónios e para curarem doenças. 2Depois, enviou-os a
proclamar o Reino de Deus e a curar os doentes, 3e disse-lhes: «Nada leveis
para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais
duas túnicas. 4Em qualquer casa em que entrardes, ficai lá até ao vosso
regresso. 5Quanto aos que vos não receberem, saí dessa cidade e sacudi o pó dos
vossos pés, para servir de testemunho contra eles.» 6Eles puseram-se a caminho
e foram de aldeia em aldeia, anunciando a Boa-Nova e realizando curas por toda
a parte.
Jesus pregou a conversão, expulsou demónios e curou os doentes.
Essa é também a tarefa do discípulo missionário (v. 1s.).
Antes de mais nada, Jesus ordena ao missionário que leve consigo apenas o estritamente necessário, e nada mais (v. 3). É um convite à pobreza entendida como liberdade (deixar para seguir) e fé (o próprio Senhor tomará conta dos seus discípulos). Depois, vem uma norma de bom senso: o discípulo itinerante não ande de casa em casa, mas escolha uma casa digna e hospitaleira, ficando nela o tempo necessário (v. 4). Finalmente, uma sugestão sobre o comportamento em caso de recusa. A recusa está, de facto, prevista: é confiado ao discípulo uma missão; mas não lhe é garantido o sucesso. Diante da recusa, deve comportar-se como Jesus: quando é recusado num lugar, vai para outro (v. 5). «Sacudir o pó» é um gesto de juízo, não de maldição: serve para sublinhar a gravidade da recusa, da ocasião perdida.
Antes de mais nada, Jesus ordena ao missionário que leve consigo apenas o estritamente necessário, e nada mais (v. 3). É um convite à pobreza entendida como liberdade (deixar para seguir) e fé (o próprio Senhor tomará conta dos seus discípulos). Depois, vem uma norma de bom senso: o discípulo itinerante não ande de casa em casa, mas escolha uma casa digna e hospitaleira, ficando nela o tempo necessário (v. 4). Finalmente, uma sugestão sobre o comportamento em caso de recusa. A recusa está, de facto, prevista: é confiado ao discípulo uma missão; mas não lhe é garantido o sucesso. Diante da recusa, deve comportar-se como Jesus: quando é recusado num lugar, vai para outro (v. 5). «Sacudir o pó» é um gesto de juízo, não de maldição: serve para sublinhar a gravidade da recusa, da ocasião perdida.
Meditatio
O Livro dos Provérbios ensina-nos, hoje, a pedir a Deus o dom da
verdade, da sinceridade: «afasta de mim a falsidade e a mentira» (v. 8).
Ensina-nos também a pedir o dom da moderação, que não exige privilégios
espectaculares, nem presume dispensar os dons de Deus: «não me dês pobreza nem
riqueza» (v. 8). O sábio está consciente da sua fragilidade e dos perigos da
riqueza, mas também dos perigos da pobreza. Por isso, pede o pão da cada dia,
para que não chegue a renegar a Deus nem se torne ladrão. Uma bela oração,
cheia de equilíbrio, de bom senso. Tudo o que pedirmos a Deus há-de ter por objectivo
aumentar a nossa união com Ele!
Felizes os Doze que tinham «poder e autori¬dade sobre todos os demónios e para cura¬rem doenças». E nós, por que razão temos tão pouco poder e autoridade? Talvez porque levamos connosco demasiadas coisas? Não estará o poder do Senhor amarrado por tantas coisas de que nos rodeamos e nas quais confiamos mais do que n´Ele? Ate onde deve ir a nossa confiança em Deus? Onde começa o nosso empenho pessoal? São questões que nos deixam pensativos e que parecem sem resposta, a não ser que surja uma lufada do Espírito Santo. Uma coisa é certa: fazer apostolado não é fácil, uma vez que estamos expostos a tantos ventos e marés, a tantas modas e tentações. Se nos sentimos fracos, somos tentados a lançar mão de apoios humanos ou a refugiar-nos em falsas seguranças. Se a acção apostólica é “poderosa”, facilmente caímos na auto-complacência, como se tudo fosse mérito nosso. É fácil deprimir-se nos fracassos e exaltar-se nos sucessos. A nossa fraqueza está, talvez, no individualismo: só o que eu faço é bem feito, só o que eu penso está certo. Uma comunidade, com que nos confrontemos, pode ajudar-nos a crescer e a avaliar a qualidade evangélica das nossas acções, não de modo abstracto, mas na realidade do dia a dia.
Jesus realiza a missão na pobreza. Aliás, a sua pobreza é em vista da missão. Ele vive em efectivo despojamento voluntário: «que não tem onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58) e é no absoluto despojamento da cruz que é professado como Filho de Deus (cf. Mc 15, 39).
Longe de depender do ter, o poder do homem, é, antes mais, dom do Pai a quem é suficientemente pobre para o receber: «Eu Te bendigo, ó Pai, porque revelaste estas coisas aos pobres…» (Mt 11, 25ss).
Quanto à importância da comunidade, na missão, as nossas Constituições lembram-nos que, na escolha dos compromissos apostólicos concretos, devem ser salvaguardadas duas exigências: a comunhão com a própria comunidade: «cada um, na sua função, tenha consciência de ser o enviado da sua comunidade e que todos se considerem interessados e comprometidos na actividade e na missão de cada um, sobretudo quando uma comunidade deve assumir diversos serviços» (n. 62); a comunhão com os responsáveis da Igreja local: realizamos assim «o nosso serviço do Evangelho na Igreja universal, em comunhão com os responsáveis das Igrejas locais» (n. 34).
São princípios muito genéricos, mas que é importante ter presentes para nos inserirmos com o «nosso carisma profético» na «missão salvífica do Povo de Deus n
o mundo de hoje» (Cst. 27), para a realização da «nossa oblação reparadora» (Cst. 6). É também assim que acolhemos o Espírito (cf. Cst. 23), que é uno e é princípio de unidade, para a «edificação do Corpo de Cristo», «para Glória e Alegria de Deus» (Cst. 25).
Felizes os Doze que tinham «poder e autori¬dade sobre todos os demónios e para cura¬rem doenças». E nós, por que razão temos tão pouco poder e autoridade? Talvez porque levamos connosco demasiadas coisas? Não estará o poder do Senhor amarrado por tantas coisas de que nos rodeamos e nas quais confiamos mais do que n´Ele? Ate onde deve ir a nossa confiança em Deus? Onde começa o nosso empenho pessoal? São questões que nos deixam pensativos e que parecem sem resposta, a não ser que surja uma lufada do Espírito Santo. Uma coisa é certa: fazer apostolado não é fácil, uma vez que estamos expostos a tantos ventos e marés, a tantas modas e tentações. Se nos sentimos fracos, somos tentados a lançar mão de apoios humanos ou a refugiar-nos em falsas seguranças. Se a acção apostólica é “poderosa”, facilmente caímos na auto-complacência, como se tudo fosse mérito nosso. É fácil deprimir-se nos fracassos e exaltar-se nos sucessos. A nossa fraqueza está, talvez, no individualismo: só o que eu faço é bem feito, só o que eu penso está certo. Uma comunidade, com que nos confrontemos, pode ajudar-nos a crescer e a avaliar a qualidade evangélica das nossas acções, não de modo abstracto, mas na realidade do dia a dia.
Jesus realiza a missão na pobreza. Aliás, a sua pobreza é em vista da missão. Ele vive em efectivo despojamento voluntário: «que não tem onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58) e é no absoluto despojamento da cruz que é professado como Filho de Deus (cf. Mc 15, 39).
Longe de depender do ter, o poder do homem, é, antes mais, dom do Pai a quem é suficientemente pobre para o receber: «Eu Te bendigo, ó Pai, porque revelaste estas coisas aos pobres…» (Mt 11, 25ss).
Quanto à importância da comunidade, na missão, as nossas Constituições lembram-nos que, na escolha dos compromissos apostólicos concretos, devem ser salvaguardadas duas exigências: a comunhão com a própria comunidade: «cada um, na sua função, tenha consciência de ser o enviado da sua comunidade e que todos se considerem interessados e comprometidos na actividade e na missão de cada um, sobretudo quando uma comunidade deve assumir diversos serviços» (n. 62); a comunhão com os responsáveis da Igreja local: realizamos assim «o nosso serviço do Evangelho na Igreja universal, em comunhão com os responsáveis das Igrejas locais» (n. 34).
São princípios muito genéricos, mas que é importante ter presentes para nos inserirmos com o «nosso carisma profético» na «missão salvífica do Povo de Deus n
o mundo de hoje» (Cst. 27), para a realização da «nossa oblação reparadora» (Cst. 6). É também assim que acolhemos o Espírito (cf. Cst. 23), que é uno e é princípio de unidade, para a «edificação do Corpo de Cristo», «para Glória e Alegria de Deus» (Cst. 25).
Oratio
Senhor, olha como nós, teus discípulos nos sentimos desarmados
diante do mundo. Sentimo-nos desorientados, não sabemos por onde começar, nem
sempre somos tomados a sério, especialmente quando dizemos as tuas palavras. Os
nossos grupos de catequese, os nossos grupos de jovens são muito reduzidos. A
maior parte dos adolescentes e jovens preferem outras ocupações à catequese,
preferem outros conhecimentos ao conhecimento de Ti. Os que vêm, muitas vezes
não se apresentam com verdadeiro interesse. Vêm porque são mandados, porque
querem receber um sacramento, que dá direito a uma festa de família. Não nos
deixes cair na tentação do desânimo. Dá-nos o dom do discernimento, para que
saibamos descobrir a tua vontade nas próprias dificuldades que se nos
apresentam, e encontrar os meios para tornar cativante a apresentação da tua
Palavra. Mais do que de meios técnicos, precisamos de Ti, do teu Espírito. Que
a nossa voz, ao anunciarmos a tua ressurreição, tenha o timbre da do Anjo do
sepulcro vazio.
Livra-nos da tentação do sucesso humano. Ilumina-nos! Salva-nos! Faz-nos instrumentos eficazes da tua salvação. Amen.
Livra-nos da tentação do sucesso humano. Ilumina-nos! Salva-nos! Faz-nos instrumentos eficazes da tua salvação. Amen.
Contemplatio
«Ide, diz aos seus discípulos, anunciai o reino de Deus. Não leveis
nem ouro nem dinheiro. Confiai-vos à Providência. Se não vos receberem, sacudi
o pó das vossas sandálias, e passai adiante… Abençoarei aqueles que vos
receberem em meu nome, nem que vos dessem apenas um copo de água… Tende
confiança, Deus cuida dos pardais, terá cuidado de vós» (Mt 10).
E ainda: «Não podeis procurar ao mesmo tempo Deus e o dinheiro. Não estejais inquietos com o que haveis de comer, nem com o vestuário que levareis. Deus alimenta os pássaros e dá às flores o seu vestido. Deixai os pagãos viver para o dinheiro. O vosso Pai celeste sabe o que vos faz falta. Procurai antes de mais o reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo» (Mt 6, 24 ss).Jesus põe em prática o que aconselha. Vai pelas cidades e pelas aldeias a pregar o reino de Deus. Os seus doze apóstolos estão com Ele. Levam pouca coisa consigo: algumas provisões para comerem nos lugares desertos, e uma pequena bolsa mais para fazer esmola do que para comprar víveres. Pessoas generosas oferecem-lhes o necessário. Há também algumas benfeitoras.
Algumas mulheres que tinha curado, diz S. Marcos, Maria Madalena, Joana, mulher de Cusa procurador de Herodes, Susana e várias outras seguiam o Mestre e os seus apóstolos para os escutarem, e ajudavam-nos com os seus bens (cf. Mc 8). (Leão Dehon, OSP 2, pp. 573s.).
E ainda: «Não podeis procurar ao mesmo tempo Deus e o dinheiro. Não estejais inquietos com o que haveis de comer, nem com o vestuário que levareis. Deus alimenta os pássaros e dá às flores o seu vestido. Deixai os pagãos viver para o dinheiro. O vosso Pai celeste sabe o que vos faz falta. Procurai antes de mais o reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo» (Mt 6, 24 ss).Jesus põe em prática o que aconselha. Vai pelas cidades e pelas aldeias a pregar o reino de Deus. Os seus doze apóstolos estão com Ele. Levam pouca coisa consigo: algumas provisões para comerem nos lugares desertos, e uma pequena bolsa mais para fazer esmola do que para comprar víveres. Pessoas generosas oferecem-lhes o necessário. Há também algumas benfeitoras.
Algumas mulheres que tinha curado, diz S. Marcos, Maria Madalena, Joana, mulher de Cusa procurador de Herodes, Susana e várias outras seguiam o Mestre e os seus apóstolos para os escutarem, e ajudavam-nos com os seus bens (cf. Mc 8). (Leão Dehon, OSP 2, pp. 573s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Nada leveis nada para o caminho» (Lc 8, 21).
«Nada leveis nada para o caminho» (Lc 8, 21).
| Fernando Fonseca, scj |
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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