27/09/2016
Bom dia!
Se recordarmos outro trecho do evangelho (o da Samaritana)
poderemos criar um desfecho equivocado a esse evangelho.
”(…) Ora, devia passar por Samaria. Chegou, pois, a uma localidade
da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali
havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço.
Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe
Jesus: Dá-me de beber“. (João 4, 4-7)
Poderíamos pensar: “não foram esses mesmos samaritanos que se
converteram ao ouvir a mulher falar de Jesus”? “não são eles que acolheram a
mensagem e agora não querem que Jesus passe por seu território”?
Nada podemos afirmar se era a mesma região ou o mesmo povoado visto
que a região da Samaria era extensa e se assim for verdade cairia por terra
nossa primeira impressão de traição. Quem não imaginaria a cena e não se
revoltaria com o povo. Sem saber da plena verdade dos fatos criamos algo odioso
chamado pré-conceito.
É claro que nossas convicções poderiam estar certas sobre o fato,
mas nossos esquemas pessoais sobre o mundo e sobre as pessoas precisam mudar.
Precisamos “adivinhar” menos!
Quem nunca ouviu estórias e contos de pessoas simples, trajando
roupas simples entrarem em lojas e não serem atendidas, pois os vendedores
“pensavam que era perca de tempo”? Quem nunca ouviu também estórias de pessoas
desprezadas aos olhos comprarem a loja à vista?
Jesus era um “problema”. Sua presença na região trazia a atenção
dos poderosos e influentes para onde estava e com quem falava. Quantos não
foram interrogados pelos mestres da lei após serem curados buscando um traço de
mentira nos milagres do homem de Nazaré? Muita gente não queria que Jesus as
encontrasse, pois tinham receio de serem vistos como um dos seus. Que o diga
Nicodemos, José de Arimatéia e outros que foram seus seguidores em silêncio
Muita gente preferia admirá-lo de longe, sem se comprometer; viam
talvez nele a esperança, mas o medo as impedia de segui-lo. Reparem na
seqüência imediata desse evangelho que alguns desejam segui-lo mas ainda não
conseguem abandonar o velho regime. Cada qual a seu tempo, pois todos temos
nossas limitações e cárceres.
Esse trecho antecede o envio dos discípulos (setenta e dois) de
dois em dois pelas regiões da Judéia. Jesus identifica o medo que os impedia de
mudar sua vida, mas não deseja que se exponham. “(…) O senhor quer que a
gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas? PORÉM JESUS,
VIRANDO-SE PARA ELES, OS REPREENDEU”.
O Senhor talvez não desejasse que fossem julgados pelo medo
(pré-conceito, limitações pessoais) e sim pelas atitudes de fé e coragem. Na
passagem seqüencial que manda que os setenta e dois aos vilarejos, propõe uma
mudança de atitude: o medo deve dar lugar a paz! Uma pequena porta que se abre
para a acolher a Jesus torna-se maior que os pecados e erros de outrora.
Talvez essa narrativa explique por que tanta gente cantou aquela
música “faz um milagre em mim”.
“(…) Entra na minha casa. Entra na minha vida. Mexe com minha
estrutura; Sara todas as feridas. Me ensina a ter Santidade; Quero amar somente
a Ti, Porque o Senhor é o meu bem maior, Faz um Milagre em mim”
Muita gente que também o ama em segredo com medo de se expor. Somos
muito mais que setenta e dois, levemos a paz!
Um imenso abraço fraterno.
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