12- Sábado - Evangelho
- Lc 1,39-47
Padre
Antonio Queiroz
Bendita
és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
Hoje
é com alegria que nós celebramos a festa de NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, a
Padroeira da América Latina. O Evangelho nos apresente a solicitude de Maria,
indo apressadamente ajudar a prima Isabel, e a saudação de Isabel: “Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Essa sua solicitude
não parou na sua Assunção, pelo contrário, ela se multiplicou e se estendeu
pelos séculos, especialmente nos seus santuários.
Vejamos
um pouquinho da história deste título da Mãe de Jesus e nossa. No Séc. XVI, o
México ainda era colônia da Espanha, havia, em um lugarejo chamado Gradalupe,
um jovem índio asteca, cristão católico, chamado Juan Diego Cuauhtlatoatzin,
que hoje é santo canonizado. Juan Diego foi o nome que ele ganhou no batismo.
Guadalupe ficava pertinho da capital mexicana. Hoje faz parte da Grande México.
Dia
nove de dezembro de 1531, Juan Diego estava em cima de uma colina, Maria
Santíssima lhe apareceu e disse: “Filho, vá até a cidade e peça ao bispo que
construa para mim um santuário aqui neste local”.
Juan
foi, transmitiu o recado ao bispo, mas este não deu importância.
Passado
um bom tempo, Juan vê novamente a Virgem, no mesmo local. Ela repetiu o pedido.
O jovem voltou ao bispo e insistiu chorando para que atendesse Nossa Senhora.
O
bispo então lhe falou: “Se ela aparecer de novo, peça-lhe um sinal, a fim de
sabermos se o pedido vem mesmo da mãe de Jesus”.
Dias
depois, Diego estava indo apressadamente à cidade do México, que naquele tempo
era bem pequena, a fim de chamar um padre para atender o seu tio que estava
muito mal.
Quando
passava em cima da colina Maria lhe aparece novamente e diz: “Caro filho, não
se preocupe com a saúde do seu tio, ele sarou”.
Diego
então tirou o seu manto e o estendeu aos pés dela, para lhe prestar homenagem.
Era assim que os astecas homenageavam as pessoas.
Logo
depois, ficou deslumbrado. De um momento para outro, o seu manto ficou coberto
de flores belíssimas, perfumadas e recém desabrochadas. Isso, apesar de ser
inverno, tempo em que não existem flores na região.
Maria
então lhe falou: “Leve este seu manto, com as flores, e o estenda na frente do
bispo, como prova”.
Diego
levou e, para surpresa de todos, quando abriu o manto na frente do bispo, havia
nele uma belíssima estampa de Maria Santíssima, exatamente como lhe aparecia!
Todos os que estavam ali ficaram impressionados com o prodígio.
Pegaram
o manto com cuidado e o colocaram na capela da casa do bispo, até que fosse
erguido o santuário. Depois de construído, o manto foi levado para lá.
O
afluxo de peregrinos foi aumentando, aumentando... E continua aumentando até
hoje. Atualmente recebe catorze milhões de peregrinos por ano.
É
difícil comparar o Santuário de Guadalupe com o de Aparecida, em termos de peregrinos.
Porque Aparecida tem menos visitantes, nove milhões por ano, mas a cidade é
pequena e os romeiros têm de fazer longas viagens. Ao passo que Guadalupe faz
parte da Grande México, que tem quase vinte milhões de habitantes, e tem metrô
que leva ao santuário.
O
quadro de N. Sra. de Guadalupe mostra a Mãe de Jesus de corpo inteiro e
grávida, combinando com o tempo em que apareceu: o advento.
Ela
tem o mesmo rosto das índias mexicanas. Usa um vestido vermelho e um manto azul
cheio de estrelas. Tem as mãos postas como quem está rezando. E carrega no
braço um pano marrom, que era o distintivo das índias mexicanas grávidas.
Maria
está pisando em cima da lua. Os índios astecas adoravam a lua. Foi naturalmente
um pedido a eles para que não adorassem a lua, e sim o seu Criador.
Ela
está cercada de nuvens e é sustentada por um anjo, indicando a sua assunção ao
céu.
O
quadro lembra a segunda vinda de Cristo, que é uma das marcas do advento. Jesus
veio no Natal, há mais de dois mil anos, mas voltará. A nível cósmico, esta sua
segunda vinda acontecerá no fim do mundo. Mas, a nível pessoal, ela será após a
nossa morte, quando nos encontraremos com Cristo Juiz.
Outro
detalhe: Naquela época, no México, os índios estavam sendo cruelmente
escravizados pelos espanhóis. Não aparecendo para um espanhol, e sim para um
índio, Maria está condenando a escravatura. Tanto nos Evangelhos como nas
várias aparições, Maria nos mostra um coração cheio de amor pelo seu Filho,
pelas mulheres e pelos excluídos.
O
primeiro milagre de N. Sra. de Guadalupe foi a cura de um enfermo, o tio de
Juan Diego.
No
quadro, ela tem as mãos postas, em oração.
Peçamos
a N. Sra. de Guadalupe que, assim como conseguiu de Deus a saúde para o tio de
seu querido Juan Diego, que interceda por nós também, a fim de que tenhamos a
saúde do corpo e da alma.
Bendita
és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
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