EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
14 de
Setembro
Evangelho
- Jo 3,13-17
Aquele pai
inconformado com a morte de sua filha, hoje ele pega, toca as suas coisas, sua
roupa, seus pertences, senta e fica de olhos vidrados em frente à sua mesa do
computador, e sua cama. Ele estaria adorando coisas? Não! Está lembrando os
dias em que sua filha em pleno vigor físico, em pleno gozo de sua vida, usava aquelas mesmas coisas no seu dia-a-dia.
Assim é a nossa
atitude diante da Santa Cruz, em que um dia foi colocado o Filho de Deus,
inocente que morreu por defender os nossos direitos diante das injustiças dos
homens. Aquele que foi morto por denunciar os abusos dos poderosos do seu
tempo.
Na Festa da exaltação
da Santa Cruz, vamos festejar não a derrota de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas
sim, a sua volta por cima, a sua vitória sobre a morte, sobre seus inimigos,
sobre o pecado, para nos resgatar e levar-nos um dia a gloria eterna. A Cruz
nos faz reviver vitória do derrotado, a glória do fracassado, e exaltação do
humilhado que no terceiro dia ressuscitou dos mortos, e provou isso aparecendo
a inúmeras pessoas, como aquelas na estrada de Damasco.
Caríssimos. A cruz
é o sinal do cristão, é o sinal da fé, que afugenta satanás em nome de Jesus,
em nome de Jesus, em nome de Jesus. Por
isso, nos momentos difíceis, nos momentos de perigo, nos momentos de tentação, façamos
com fé, o sinal da cruz. Também é muito bom usar um crucifixo de preferência
benzido pelo padre. Para aqueles que
vivem nos criticando de idólatras, avisamos que não estamos adorando dois
pedaços de madeira, mas sim a memória daquele que morreu nela pela nossa
salvação.
A presença do
crucifixo em uma repartição pública, na nossa casa, na própria igreja, é um
sinal que nos relembra o sacrifício de Jesus por nós, é um sinal de respeito
pelo Filho de Deus que se fez homem, habitou no meio de nós, e por nós morreu
em uma cruz, mas no terceiro dia voltou à vida pelo seu poder infinito.
Portanto, retirar o crucifixo das repartições públicas é um ato ateu, com toda
certeza impulsionado pelo demônio.
Assim como a nossa
vida começa com o sinal da cruz no batismo, e termina também com esse sinal
feito pelas pessoas ali presentes, e pelo sacerdote que veio recomendar a nossa
alma, do mesmo modo a Santa Missa também começa e termina com o sinal da cruz. Assim
também as nossas reuniões em nome de Cristo, as nossas orações, começam e
terminam com o sinal da cruz. Isto porque, este é o sinal maior do cristão consciente
do sangue derramado pelo Filho de Deus
na cruz.
Ante de Jesus, a
cruz era apenas, um instrumento de suplício, de castigos dos criminosos, um
sinal de maldição. Depois de Jesus a cruz se tornou um instrumento de salvação da
humanidade.
A Cruz é também
sinal de sofrimento, sinal de fardo que carregamos nesta vida desde que
nascemos até o último suspiro. Todos nós
temos a nossa cruz, ou as nossas cruzes. “... pega a tua cruz e siga-me...”.
Nunca podemos
fugir das nossas cruzes. Isto porque não é certo contar com uma vida plena de
alegrias e prazeres. O Plano de Deus não é por aí. Na nossa vida terrena e
passageira, teremos apenas momentos de felicidade, pois o nosso objetivo aqui é
de nos preparar para a felicidade eterna que nos espera na outra vida junto com
O Deus da glória. Portanto, a cruz ou
cruzes, são instrumentos de purificação dos nossos pecados. Se diante delas nos portamos com irritação,
com xingamentos, com lamentações, ou mesmo de revolta contra Deus, como então
poderá ocorrer a nossa purificação? A
importância de carregar a nossa cruz com paciência e resignação, é muito
grande, muito importante para que possamos merecer um dia a salvação.
Porém, existem
vários tipos de cruzes. As cruzes permitidas por Deus, e aquelas cruzes que são
frutos das injustiças dos homens: A
opressão, a escravidão, o terror representado pelo mundo do crime organizado,
etc. Diante das cruzes permitidas por
Deus, devemos dizer: Pai, seja feita a vossa vontade. Porém diante das cruzes frutos da injustiça e
dos abusos dos poderosos, precisamos pelo menos tentar nos organizar e fazer
alguma coisa. Mas nunca devemos responder com a mesma moeda. Usando da
violência para resolver uma violência, por exemplo. Pois nunca devemos enfrentar os malvados
como nos recomendou o próprio Jesus.
Porém, uma passeata pacífica, uma representação pública, isso podemos e
devemos fazer. Porque que unidos sempre venceremos.
Minha irmã, meu
irmão. Quais são as suas cruzes? Você
assim como eu e todo mundo, tem as suas cruzes. Primeiro procure distinguir as
cruzes divinas e as cruzes da injustiça dos homens e das mulheres. E diante das
cruzes permitidas por Deus, tenha uma reação de resignação, sem se desesperar,
sem se revoltar contra Deus, e sempre diariamente ofereça o seu sofrimento pelo
perdão dos seus pecados. Não se trata de
acomodação diante da doença, sem procurar soluções de cura. Mas sim, estamos
nos referindo aos sofrimentos para os quais já fizemos de tudo e ele persiste.
Seja de saúde, seja de ordem econômica, seja uma situação aparentemente
incontrolada, seja um defeito físico, entre outros. Nunca se esqueça de que
para Deus não existe doença incurável. Portanto, recorra aos seu socorro
diariamente, várias vezes por dia. Pois
além de você e eu precisarmos de uma boa purgação pelos nossos pecados, esteja
certo de que Deus não se sente alegre pelo nosso sofrimento. Jesus teve pena
daquela viúva que acabara de perder o seu filho logo depois de ter perdido o
marido, e Ele disse a ela: "NÃO CHORE!
Jesus também tem compaixão de nós, e pode nos livrar pelo seu poder
infinito, de todos os nossos sofrimentos. Porém, repetimos que não existe vida
sem sofrimentos. Eles são até bem vindos e úteis à nossa salvação.
As cruzes e os
sofrimentos não são castigos de Deus. Eles são ocorrências naturais decorrentes
da realidade da nossa vida terrena. A maioria deles são ocasionados por
nós mesmos, pelo mau uso que fazemos da
liberdade que Deus nos deu. Exemplo: Uma
perna quebrada por correr demais com a moto, estar sendo perseguido por ter
matado o filho de um poderoso, estar sofrendo na prisão por ter cometido um
crime, são cruzes que arrumamos para nós, portanto, são sofrimentos que estão
nos acontecendo por nossa própria culpa.
Irmãos. Façamos corretamente o sinal da Cruz sem vergonha das
pessoas que estão por perto. Façamos o
sinal da Cruz também nos momentos de perigo, e principalmente nas TENTAÇÕES.
José Salviano.
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