Alexandre Soledade
Bom dia!
Hoje celebramos a Natividade de Maria.
Quem é Maria? O que fez? Por que é venerada pelos católicos do mundo
inteiro?
Fico a me indagar qual é o problema em se reconhecer o mérito de alguém
que foi ao seu tempo, alguém tão grandioso e ao mesmo tempo simples, ao ponto
de tocar o coração de Deus para escolhe-la? Aos irmãos evangélicos que não a
reconhecem, lanço esses questionamentos.
Não vou entrar nessa “briga” teológica que mais parece birra do que
identificação teologal. Ver pessoas tentando tornar Maria menos preciosa é, a
meu ver, desdenhar da escolha que Deus fez. Conseguem tecer laudas e laudas sobre
Ester, que também foi uma grande mulher, mas não conseguem aceitar que a
escolhida a gerar Jesus foi a mulher simples de Nazaré.
Por que Maria é preciosa? São João Damasceno em sua Homilia sobre a
Natividade de Maria escreveu:
“(…) Hoje é o começo da salvação do mundo, porque na Santa Probática
foi-nos gerada a Mãe de Deus através de quem o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo, nos foi gerado”. (São João Damasceno, monge, teólogo, Doutor
da Igreja).
Portanto, o projeto salvífico de Deus inicia no nascimento daquela a
quem havia escolhido. Não adianta fugir disso. Quantos outros tantos profetas,
em especial Jeremias, Deus deixou claro que o conhecia desde o ventre de sua
mãe e o havia escolhido? O que torna Maria grande, foi aceitar, pois tinha como
qualquer um de nós o livre árbitros de dizer não.
A pequena imagem aparente doce e frágil escondia (e ainda esconde), por
trás do silencio contemplativo, a coragem de um exército pronto para a batalha.
O mesmo São João Damasceno cita um trecho de cântico dos cânticos para afirmar
a grandeza dessa que viria a ser no futuro a mãe do Senhor.
“(…) Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante
como o sol, temível como um exército em ordem de batalha”? (Cânticos 6, 10)
Precisamos também colaborar com Maria, pois nossa fé devocional (o povo
brasileiro é assim) propiciou uma serie de questionamentos e até
constrangimentos. Tais situações vêm, muitas vezes, de pessoas simples, mas de
um amor nitidamente puro. Todos conhecemos essas pessoas que vão a igreja e,
mesmo já acontecendo a missa, permanecem rezando o terço; outros levam a
devoção ao fanatismo, outros poucos (graças a Deus) acabam realmente tornando
viva a imagem como algo a ser idolatrado.
Oferecemos, sem querer, munição aos que adoram malhar a imagem da
escolhida do Pai.
Talvez Maria também seja tão atacada por alguns, por não aceitarem a
idéia que alguém conseguiu encantar a Deus. Talvez não a aceitem para manter
vivo que não é preciso ter esperança na humanidade; talvez não queiram que
alimentemos a idéia que mesmo com todas nossas falhas, conseguiremos ser santos
aos olhos de Deus; que existe gente boa, fiel, amiga…
Condenam a mãe de Jesus pelo erro devocional dos filhos que a amam e a
veneram e as vezes exageram na dose. (risos)
Independentemente do que pensem esses irmãos: Que grande mulher foi essa
menina!
Na minha comunidade estamos vivendo hoje a missa pelas famílias que com
certeza ela estará a frente a rogar… Gostaria de deixar uma mensagem do próprio
São João Damasceno.
“(…) Hoje aproximamo-nos de ti, a nossa Rainha, Mãe de Deus e Virgem;
voltamos a nossa alma para a esperança que és para nós. […] Queremos honrar-te
com “salmos, hinos e cânticos espirituais” (Ef 5, 19). Ao honrar a serva,
exprimimos a nossa ligação ao nosso Senhor comum. […] Lança os teus olhos sobre
nós, ( e sobre nossas famílias) ó Rainha, Mãe do nosso bom Soberano; guia o
nosso caminho até ao porto sem tempestades do desejo bom de Deus”.
Salve Rainha!
Um imenso abraço fraterno
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