29 de setembro - Segunda - Evangelho -
Jo 1,47-51
São João
nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que não precisa que
alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com as quais Ele se relaciona.
Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o Justo Juiz, e seu Reino não terá
fim. O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas
isto somente vai acontecer quando vermos o céu aberto e os Anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Todavia somos convidados já a nos
alegrarmos : por isso, alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele. O convite é
extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos
chama para estar junto dele e participar de sua obra redentora!
Filipe
não tinha guardado para si a grande alegria de ter encontrado o Messias
anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a ao seu amigo Natanael, que se
mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus, filho de um
carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de Davi e
procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objeções do
amigo e também não confia em suas próprias explicações ao amigo; opta por
convidar Natanael a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).
Passemos
agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítica e significa
dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (cf. Jo 21, 2). É bem provável que tenha
sido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico
(filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas).
Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos
deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele
Apóstolo que levou Natanael a Jesus .
“Eu te
vi, debaixo da figueira”. Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os
mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter
passado no seu coração naquela hora e naquele local exato a que Jesus se
referia, e que só Deus podia conhecer.
Natanael
é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da ruptura de
João Batista com as instituições do Judaísmo. A fala de Jesus a Natanael,
“quando estavas debaixo da figueira, eu te vi”, remete ao profeta Zacarias:
Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira. (Zc 3,10).
Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então
respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu és o Filho de Deus, o Rei de
Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos
procedentes do Salmo 2. A intenção do Evangelho revela-se ao apresentar, desde
a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.
E com a
expressão: “Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do Homem”, esconde e ao mesmo tempo revela de uma forma muito
clara e expressiva que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra, ficando assim
os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso
ao Pai. É a escada de Jacó, pela qual subiam e desciam os Anjos na visão de
Jacó (Gn 28,12).
Portanto,
assim como Natanael, reconheçamos em Jesus “o Caminho, a Verdade e a Vida
“. Proclamemos bem alto: “Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de
Israel”, para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo
e descendo sobre Ele; e com Ele reinemos eternamente.
Pai,
leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho
Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
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