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terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Todo-poderoso fez grandes coisas por mim- Claretianos

Domingo, 17 de agosto de 2014

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
Santos do Dia:Anastácio de Terni (bispo), Beatriz da Silva (virgem, fundadora das Concepcionistas), Clara da Cruz de Montefalco (virgem), Elias de Enna (monge), Eusébio (papa), Jacinto de Cracóvia (presbítero), Joana Delanoue de Saumour (fundadora), João de Montemarano (bispo), Liberato e Companheiros (monges, mártires), Mamede (mártir, filho dos mártires Santa Rufina e São Teodoro), Nicolau Politi (eremita na Sicília).
Primeira leitura:Apocalipse 11, 19; 12,1.3-6.10
Uma mulher vestida como sol, tendo a lua sob os pés.
Salmo responsorial: 44
À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
Segunda leitura: 1 Coríntios 15, 20-27
Primeiro Cristo, que é as primícias, depois os que pertencem a Cristo.
Evangelho: Lucas 1, 39-56
O Todo-poderoso fez grandes coisas por mim.
Na metade do mês de agosto, se faz presente a alegria na liturgia da Igreja. No hemisfério norte, coincide ou se faz coincidir com as festas ancestrais da canícula de verão. A alegria da vida plena agora chega na celebração da Assunção da Virgem Maria. Ela, a mãe de Jesus, é a “primeira cristã”, por isso deveria ser também a primeira a chegar a Jesus.
A fé da igreja vê nela a confirmação definitiva de que a nossa esperança faz sentido. É sinal de que esta vida, mesmo parecendo enferma, morrendo, na verdade está cheia de vida, de uma vida que se manifesta já em nós e que devemos celebrá-la aqui e agora. E em primeiro lugar, em Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.
Na primeira leitura encontramos um combate entre a fraqueza da mulher justo na hora de dar à luz, e a crueldade de um monstro mau e poderoso que se apoderou de uma boa parte do mundo e quer arrebatar o filho e a mulher. No Apocalipse existe um relato rico de símbolos; nesse simbolismo apocalíptico as comunidades cristãs são representadas pela mulher, reconhecendo que no início do cristianismo houve uma grande influência de Maria e da presença feminina no meio delas, como sustentadoras da fé e da racionalidade.
Por outro lado, o mostro é o sinônimo do poder imperial. Suas respectivas cabeças e chifres, representam os tentáculos do poder civil, militar, cultural econômico e religioso, que estão empenhados em destruir o cristianismo, por seu espírito profético, que tem incomodado os poderosos da terra.
A segunda leitura, inicia com uma bela metáfora da ressurreição de Cristo como o primeiro fruto da colheita e logo clareia a todos que vivem, morrem e também ressuscitam em Cristo. Trata-se da afirmação de uma vida plena para os que assumem o projeto de Jesus como próprio e se sentem participantes da glória da ressurreição.
No evangelho, o canto da proclamação da alegria de Maria se faz nosso canto. Temos poucos dados sobre Maria nos evangelhos. Os estudiosos nos dirão quase com certeza que este cântico, o Magnifica, não foi pronunciado por Maria, assim como está no Evangelho de Lucas. Porém, não há dúvida de que, mesmo sem ser histórico, relata um sentimento autêntico de Maria, seus sentimentos mais profundos em meio à presença salvadora de Deus em sua vida. É um cântico de testemunho. Esta é a resposta de Maria à grande ação de Deus. Louvar e ação de graças. Não se sente grande e nem importante por si mesma, mas sim pelo que Deus está fazendo por intermédio dela.
“Proclama minha alma a grandeza do Senhor”. Maria goza dessa vida em plenitude. Sua fé a fez viver em vida a vida nova de Deus. Existe um detalhe importante. O relato do evangelho não acontece nos últimos dias da vida de Maria, quando supomos ela já havia experimentado a ressurreição de Jesus, mas sim antes do nascimento de seu Filho. Maria estava tão cheia de fé que confiava totalmente na promessa de Deus.
Maria tinha a certeza de que algo novo estava nascendo. A vida que ela levava em seu seio, num embrião, era o sinal de que Deus se havia voltado e solidarizado em favor de seu povo. Mais de uma vez, em alguma ditadura, este canto de Maria será considerado um canto revolucionário e subversivo. E será censurado. Certamente é revolucionário e a sua mensagem inverteu a ordem estabelecida, a ordem que os poderosos tentam manter a todo custo. Maria, plena de confiança em Deus, anuncia que Ele se posicionou em favor dos pobres e degenerados deste mundo.
A ação de Deus inverte totalmente a ordem social de nosso mundo: derruba do trono os poderosos e eleva os humildes. É isso que estamos acostumados a ver em nossa sociedade e menos ainda nos tempos de Maria. Deus oferece sua vida a todos, porém só os humildes, os que sabem que a salvação só vem de Deus, estão dispostos a acolhê-la. Os que se sentem seguros com o que tem, esses perdem tudo. Maria confia e está aberta à promessa de Deus, confiando e crendo, para além de toda esperança.
Hoje Maria renova nossa esperança e nosso compromisso para transformar este mundo, para torna-lo como Deus quer: um lugar de fraternidade, onde todos estaremos à mesa que Deus nos preparou. Porém, nesse dia Maria se alegrará com nosso louvor e nossa ação de graças. Maria nos convida a ver a realidade com olhos novos e a descobrir a presença de Deus, não como um embrião, mas como presença em nosso meio. Maria nos convida a cantar com alegria e a proclamar com ela, as grandezas do Senhor.
Nota crítica:
Nessa altura é importante não falar da Assunção de Maria simplesmente como alguém que supostamente fez uma viagem quase sideral ao céus... Não é necessário debruçar-se mais uma vez nas análises do tema dos “passos” da cosmogonia religiosa clássica... Porém é necessário, ainda que com um simples inciso, recordar aos leitores que não estamos descrevendo uma assunção literalmente, um translado físico, mas sim uma expressão metafórica, para que não se entenda mal tudo o que com uma bela estética bíblico-litúrgica, podemos dizer a respeito.
Oração Comunitária:Deus, Pai nosso, que levou Maria a alcançar junto de ti a mesma plenitude de vida de Jesus Cristo, nós te pedimos que nos concedas que, sendo como ela, fiéis ao comprimento de tua vontade, cheguemos a participar também nós da alegria da ressurreição. Por Jesus Cristo.


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