11 de agosto - Segunda - Evangelho - Mt 17,22-27
Alexandre Soledade
Bom dia!
O que eu imaginaria ou faria, na posição de Pedro, ao ouvir a
estranha história de lançar o anzol, e na boca do primeiro peixe estaria uma
moeda? Voltarei nesse pergunta mais para frente.
“(…) Quem paga impostos e taxas aos reis deste mundo? São os
cidadãos do país ou são os estrangeiros”?
Nesse mundo em que vivemos somos também considerados estrangeiros,
pois ter fé, esperança e amor ao próximo parecem nos rotular como tal. Tais
“atributos” ou particularidades são vistos por muitos como empecilhos a
existência do hedonismo e do banalísmo, “reis” empossados dos nossos dias.
Jesus e Pedro passavam pela região. Não incomodavam, não
atrapalhavam, não causavam tumultos ou sequer perturbavam a ordem. Nada faziam
para que sua conduta os desabonasse, mas por que então a sua presença
incomodava os cobradores ao ponto de indagar a Pedro sobre os impostos? Pessoas
de fé e solidas em suas convicções cristãs também são e serão sempre
questionadas.
Quantos pais conheço que se sentem “profundamente incomodados” ao
ver seus filhos participando de um grupo de jovens na igreja? Quantos colegas
ainda hoje se empenham a nos fazer mudar de pensamento quando trocamos um dia
na semana para agradecer a Deus inseridos numa pastoral, movimento da igreja ou
da missa? Quantos programas de TV se empenham em tentar transformar nosso jeito
de viver em “coisas de gente” quadrada, retrógrada, que parou no tempo?
Como é duro reconhecer que por vezes, os maiores opositores a uma
vida diferente estão em nossas casas ou em meio aos nossos amigos? Bem da
verdade creio que eles não queiram nosso mal, mas cada um deve ser respeitado
pela escolha que fez sendo assim errado também quando impomos nosso jeito
“diferente” de ser aos outros sem respeitar o livre arbítrio deles, ou seja,
sua liberdade termina onde começa a do outro.
Apesar de todo esse relato, não há o que temer ou criar motivos
para brigar. “(…) Isso quer dizer que os cidadãos não precisam pagar. Mas nós
não queremos ofender essa gente”.
Muitos filhos, esposas, maridos, (…) ao tomar um caminho, seja ele
qual for, passam a gerar em suas casas um local de guerra ao invés de um antro
de paz. A diferença de opinião ou de sentimento religioso acaba pondo fogo num
lugar tão inflamável: o sentimento humano de estar sempre certo.
“(…) Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos
reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. Quando fordes
presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo
que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.
Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em
vós. O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos
levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados de todos por causa
de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo“. (Mateus 10,
18-22)
Gente que nunca brigou passa a se digladiar; onde havia beijos e
fotos, aos poucos são substituídos por discussões banais e intermináveis que
geralmente terminam com frases do tipo “seu papa hóstia”, “sua beata”, “você
não vai pro céu”. Nesse momento então é prudente voltar na primeira frase da
reflexão de hoje e acreditar que dentro de um peixe encontrarei a solução que
pague o meu imposto e o seu.
Portanto, não discuta! Pesque! Que minha fé encontre o peixe que
salve a mim e ao meu irmão. Não percamos tempo com discussões que não levarão a
nada, pois as brigas revelam apenas o quanto quero estar certo e desejo que
tenho que o outro esteja errado, mas de fato ambos estão equivocados quando
optaram pela briga.
João um dia resumiu “DEUS É AMOR”
Não duvide, não questione, não duvide, apenas lance o anzol!
Um imenso abraço fraterno!
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