19 de agosto - Terça - Evangelho - Mt 19,23-30
Alexandre Soledade
Bom dia!
Na reflexão de ontem, que consequentemente tem sua continuidade no
evangelho de hoje, fiz uma colocação pertinente “(…) Quanta gente aproveita
esse ensejo político para lograr êxito através de “favores” nada legais e
muitas vezes imorais, tentando “arrebanhar” gente, mas no dia-a-dia cristão não
tem a mesma dedicação?”.
Qual é o empenho que apresento em buscar minha própria conversão?
Nossa vida é como aquele letreiro que vemos em lojas e
supermercados tentando se desculpar com os clientes pelas reformas que
acontecem e precisam ser feitas: “DESCULPE OS TRANSTORNOS. ESTAMOS EM OBRAS
PARA MELHOR ATENDE-LO”. Sim são obras necessárias e periódicas que visam
unicamente não perder você.
Será que o salário pago pelas campanhas eleitorais é mais atraente
que a paga dada por Deus por um filho que volta ao lar?
Aonde estão minhas obras de fé? O que tenho feito de fato para não
perder as pessoas?
“(…) De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não
tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã
faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz,
aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que
lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma”.
(Tiago 2,14-17)
Não deixo de enxergar que preciso do dinheiro para por comida em
meu lar e assim poder viver com dignidade, mas também não quero mentir para mim
mesmo que de fato muitas vezes estou passando longe de ser um bom cristão.
O meu empenho é o mesmo?
Vejo todas as manhãs pessoas descendo de caminhonetes e caminhões,
retirando pilhas e pilhas de cartazes de madeira e ao final da noite os
recolhendo para serem novamente postos no outro dia. Quantos de nós estamos
dispostos a chegar um pouco mais cedo a missa dominical e ajudar a preparar a
celebração? Não! Não temos tempo!
Sim também é verdade que nosso tempo ficou cada vez mais escassos e
as jornadas triplas sendo no mesmo dia pai(mãe), esposo (a), funcionário,
empregado tem tomado nosso tempo e servem como um perfeito argumento para
justificar meu afastamento, meu sumiço, meu atual descompromisso… O que é de
fato importante? Pelo que vale a pena se empenhar tanto assim?
Deus realmente entende nossos “argumentos” e por vezes faz uma
proposta irrecusável: “PELO TEMPO QUE FICAR LONGE, FAÇA O FAVOR DE PELO MENOS
NÃO PERDER”.
Talvez também seja um grande desperdício ver alguém tão capacitado
por Ele se empenhando em enganar, ludibriar, assediar, corromper outras pessoas
por aquilo que é de césar. “(…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: é muito
difícil um rico entrar no Reino do Céu. E digo ainda que é mais difícil um rico
entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha”.
Estudiosos no assunto chamam isso de hipocrisia.
Que compromisso tenho com a instauração do reino de Deus se só me
preocupo com a limpeza do meu lote no céu? Se sou novo em Jesus, por que ainda
aceito essa atitude velha em minha vida?
“(…) Não pretendo dizer que já alcancei (esta meta) e que cheguei à
perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui
conquistado por Jesus Cristo. Consciente de não tê-la ainda conquistado, só
procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente,
persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo.
Nós, mais aperfeiçoados que somos, ponhamos nisto o nosso afeto; e se tendes
outro sentir, sobre isto Deus vos há de esclarecer. Contudo, seja qual for o
grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente. Irmãos, sede
meus imitadores, e olhai atentamente para os que vivem segundo o exemplo que
nós vos damos”. (Filipenses 3, 12-17)
Desculpem a dureza das palavras desse inicio de semana, mas
precisamos mudar o mundo a começar em nós.
Um imenso abraço fraterno.
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