11 de maio
O Pai vos ama, porque vós me amastes e
acreditastes.
Neste Evangelho, Jesus expõe as
consequências da sua união com o Deus Pai: Há um círculo de amor que se
estabelece entre o Pai, Jesus, o Espírito Santo, os discípulos, e estes si.
Essa intimidade e essa comunhão tem duas consequências práticas: a nossa oração
é ouvida e o nosso conhecimento de Deus aumenta. São privilégios que o
discípulo fiel de Jesus desfruta.
“Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu
nome, ele vo-la dará... Pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja
completa.” Através do Espírito Santo, nós estamos incorporados em Cristo, que é
um com o Pai. Portanto, a nossa prece tem a força de Cristo.
Os discípulos não podiam alcançar essa
união profunda com Cristo enquanto não recebessem o dom do Espírito Santo, que
Jesus lhes enviou depois de sua subida ao céu. Por isso que Jesus fala: “Até
agora nada pedistes em meu nome”.
“Para que a vossa alegria seja
completa.” Alegria completa nós só teremos no céu. Portanto, a nossa oração
está voltada principalmente para a nossa salvação e a de nossos irmãos e irmãs.
A eficácia da oração do cristão depende
da sua união com Cristo. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o
amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda
as minhas palavras” (Jo 14,23-24).
O Pai vos ama, porque vós me amastes e
acreditastes. A nossa união com Jesus, faz com que o Pai nos ame com o amor que
tem a Jesus. Por isso ele nos atende, mesmo se lhe pedirmos diretamente, sem a
mediação de Jesus. E a oração dos discípulos de Cristo é também a própria
oração de Cristo, que com eles está intimamente unido. Por isso que na Missa
nós rezamos: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo
poderoso, na unidade com o Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e
para sempre”.
“Vem a hora em que não vos falarei mais
em figuras, mas claramente vos falarei do Pai.” Essa comunicação clara de Jesus
aos discípulos começou no dia de Pentecostes e terá a sua plenitude no céu. É a
consequência do dom da filiação divina, que Cristo nos deu. Entre pai e filho a
conversa é franca, aberta e natural. “Agora nós vemos num espelho, confusamente;
mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas em parte; mas, então,
conhecerei completamente” (1Cor 13,12).
Certa vez, uma família resolveu fazer
uma festa para celebrar as bodas de prata do casal. Primeiro participaram da
Santa Missa e depois ofereceram um churrasco para os parentes, amigos e
vizinhos. Quando a carne estava pronta, o filho mais velho desligou o som e
convidou todos a uma oração. Mas um rapaz, filho de uma família vizinha, não
rezou. Não só não rezou, mas resolveu debochar. Depois que terminou a reza, ele
disse: “Acho que eu fui o único que não rezei”. Uma velhinha que estava perto
ouviu e não deixou por menos. Ela falou: “Não! Não foi só você que não rezou!”
E, apontando para dois gatos e um cachorro, disse: “Eles também não rezaram”.
O rapaz quis dar uma de bonito e saiu-se
mal. “Pedi, e recebereis”. A festa do amor que circula entre Deus Pai, Cristo,
o Espírito Santo, nós e os nossos irmãos e irmãs, é maior e mais bonita que
qualquer festa terrena. Mas essa festa só é possível se rezarmos, e muito. Que
o nosso bom Deus nos ilumine e dê forças para, como esta senhora, enfrentar as
ondas do mal, de forma criativa e certeira.
Em todos nós esse conhecimento das
coisas divinas é, em parte, antecipado, a partir do nosso batismo. Em Maria,
essa antecipação foi tão generosa da parte de Deus, que ela foi em corpo e alma
para a visão beatífica.
O Pai vos ama, porque vós me amastes e
acreditastes.
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