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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ascensão do Senhor -Padre Bantu Mendonça K. Sayla



13 de maio


Segundo a narração de São Lucas, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor aos quarenta dias de sua ressurreição. Esta festa está dentro do tempo pascal que consta de cinquenta dias e conclui com a Vinda do Espírito Santo sobre a Igreja.
A festa da Ascensão não nos fala de um afastamento de Cristo, mas de sua glorificação no Pai. Seu corpo humano adquire a glória e as propriedades de Deus antes de se encarnar. Com a Ascensão, Cristo aproximou-se mais de nós, com a mesma proximidade de Deus. É também uma festa de esperança, pois com Cristo uma parte, a primícia de nossa humanidade, está com Deus. Com ele, todos nós subimos ao Pai na esperança e na promessa. Na Ascensão celebramos a subida de Cristo ao Pai e nossa futura ascensão com ele. Ao celebrar o mistério da Ascensão do Senhor, lembra que O CÉU É NOSSA META e que a vida terrena é o caminho para alcançá-la.
A cena da Ascensão aparece no contexto da aparição de Jesus aos Apóstolos, após o episódio dos discípulos de Emaús. Inicialmente, aparece a Palavra como fonte da Revelação. Jesus utiliza as Escrituras para abrir a mente dos apóstolos e fazer com que compreendam o projeto e a missão. Afirma que tudo o que acontecera o foi para que se cumprissem as Escrituras. Diante do cumprimento da promessa em Jesus Cristo, brota a missão dos seguidores, ou seja, a de serem testemunhas da pessoa e do projeto que ele veio revelar. Para isso, para a continuidade dessa missão, será enviado o Espírito Santo, como a “força do Alto”.
No início da cena da Ascensão, o Livro dos Atos coloca as interrogações fundamentais do povo a respeito da parusia: quem será seu autor principal? Quando ao acontecerá? Para quem? Não cabe ao ser humano, responde Jesus, esse conhecimento. Ele está reservado à autoridade do Pai. O que, cabe ao ser humano é a missão de ser testemunha do projeto com a força do Espírito Santo, até que este projeto se torne pleno. O importante para Jesus não é determinar o tempo, mas ter uma atitude de espera vigilante e ativa.

A vivência dessa missão depende também da compreensão da pessoa de Jesus. Na carta aos Efésios, ele aparece como o único e pleno mediador da Revelação do Pai. Esta afirmação reflete o problema daquela comunidade. Influenciados por filosofias que afirmavam um Deus afastado e ausente da vida das pessoas, os efésios achavam que só através de entidades intermediárias se chegava a ele. Jesus então seria uma dessas entidades (Jose Bortolini. Vida Pastoral, maio/junho de 2001, p.46). Por isso, Paulo (ou alguém de suas comunidades) escreve a carta, afirmando que Jesus é o único e fundamental mediador, único critério da fé e missão cristãs.
A Ascensão de Jesus é o grande coroamento de sua vida, de sua morte e ressurreição. Estas foram necessárias para a realização do desejo do Pai: a manifestação de seu projeto, que o Reino de Deus. A Ascensão torna-se uma linguagem que visa expressar a glorificação de Jesus como coroação de sua missão.
A Ascensão do Senhor é a festa que marca o fim do tempo de Jesus. Ele cumpriu tudo o que o Pai lhe determinou. Jesus passa para os discípulos a missão que ele encerrou. Essa missão continua conosco, hoje, testemunhar sua Palavra, Jesus a confia a nós. De agora em diante, começa a missão de testemunharmos aquilo que Jesus veio revelar: o projeto do Pai (Lc 24,48; At 1,8). O conteúdo central do testemunho dos seguidores é o anúncio, em nome de Cristo, da conversão para a re-missão dos pecados a todas as nações (Lc 24,47).
Este Evangelho da graça de Deus foi anunciado e vivido por Jesus, em toda a sua vida. Agora deve ser assumido igualmente por seus seguidores. Este anúncio, contudo, significa também enfrenta-mento com as estruturas de morte. “Isso produz o julgamento, a manifestação da verdade e, consequentemente, a possibilidade da conversão e do perdão que abrem as portas para participar do novo mundo e da nova história. O cerne de toda missão será sempre o anúncio e a prática da passagem pascal que leva da morte à vida, da escravidão à liberdade. Eis nossa missão.
Apesar de a missão cristã ser marcada pela cruz, ela deve ser encarada e assumida com alegria. Isso por que além de ser uma causa nobre, conta coma garantia da força e ação do Espírito Santo, que nos acompanha e advoga em nosso favor.



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