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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

6o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados
16/fevereiro/2020 – 6o Domingo do Tempo Comum
Evangelho: (Mt 5, 17-37)
COMENTÁRIO
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus. Porque eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério. Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Não jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Seja o vosso ‘sim’, ‘Sim’, e o vosso ‘não’, ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno.
COMENTÁRIO
Hoje Jesus nos fala de maneira bem clara porque veio. E, de forma mais clara ainda, nos dá uma verdadeira lição de cidadania ao traduzir o verdadeiro sentido das leis de Deus. Leis que ele faz questão de frisar que não veio para mudá-las em uma única vírgula, mas sim para colocá-las em prática.
Jesus nos diz que os mandamentos de Deus não são como as leis dos homens. As leis humanas oprimem, condenam e, de modo geral, favorecem apenas a uma minoria da população. São leis brandas para quem usa colarinho branco e perversas para com os menos abastados.
As leis de Deus devem ser vistas como um convite de vida para a humanidade. Nelas encontramos uma proposta de amor que quer conduzir a todos seus filhos a uma vida plena na justiça, no amor e na fraternidade.
Deus nos deixa livres para escolher qual caminho seguir. Podemos escolher entre o bem e o mal. Para ajudar-nos na escolha, para nos dar uma diretriz, Deus propõe a lei. Mas, como interpretar as leis?
Não só no tempo de Jesus, ainda hoje, as leis de Deus são interpretadas ao pé da letra, como se fossem meras palavras. Para Deus, não matar não significa apenas não tirar a vida de ninguém. Neste Evangelho Jesus nos ensina a interpretar as leis conforme o Espírito do Pai.
Para Deus, mata quem calunia. Mata quem desvia verbas da merenda escolar, esse é assassino. Está matando também, quem faz promessas no palanque político e depois legisla em causa própria e não demonstra preocupação com os milhares de pais de família que milagrosamente tentam sobreviver com um mísero salário-mínimo.
Para Deus, matar vai muito além de um bárbaro assassinato. As leis foram feitas para colocar ordem e para servir. Portanto, uma lei que oprime, uma lei que não liberta, certamente não é uma lei completa nem é uma boa lei.
A nós, cabe interpretar a lei pelo Amor que Cristo nos deu a conhecer. A moral cristã deve levar-nos a colocar a lei a serviço do Amor. Seremos eternos “foras da lei” enquanto não descobrirmos um modo para realizar o sumo bem que Deus deseja através da sua lei.
Resumindo, hoje Jesus nos ensina que para sermos justos devemos mexer com as estruturas da sociedade, ouvindo a voz da nossa própria consciência e orientando-nos pelo amor que Ele nos ensinou. Só então poderemos ver e entender o que os mandamentos exigem de nós na vivência do dia a dia.


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