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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Amai os vossos inimigos-Reflexão do falecido Padre Queiroz

19- DOMINGO - Evangelho - Mt 5,38-48


Eu vos digo: não enfrenteis quem é malvado.
Neste Evangelho, Jesus nos ensina como devemos nos comportar diante das pessoas malvadas e violentas. Não são elas que vão determinar o nosso modo de agir. Somos nós mesmos que escolhemos o nosso comportamento. Não é porque essas pessoas nos tratam com falta de educação, que vamos tratá-las da mesma forma. Se o fizermos, perderemos até o direito de reprová-las, pois fizemos a mesma coisa!
Essa atitude proposta por Jesus – de oferecer a outra face a quem nos bate etc – desarma o nosso inimigo, cortando de vez o círculo infernal da violência e da vingança. Esse é o único meio eficaz de reconstruir a paz, depois que ela foi quebrada pela violência.
“Pagar com a mesma moeda” uma agressão recebida é tomar um malvado por nosso mestre, pois o imitamos. Essa atitude nos torna piores que o agressor, porque ele fez aquilo num momento de raiva, e nós não. Ele não fez por vingança, e nós o fazemos.
Agora, oferecer a outra face, dar também o manto e caminhar dois quilômetros para quem nos obriga injustamente a caminhar um, são atitudes contrárias às do malvado, e que o levam a uma revisão e, quem sabe, à conversão.
Não podemos julgar ninguém, porque não sabemos o que se passa no interior de cada um. E o nosso perdão não tem limites. Não só sete vezes, mas setenta vezes sete. O nosso amor deve ser universal, incondicional e sem limites, como Deus que é amor.
Havia, certa vez, duas moças irmãs que estudavam na cidade. A família morava na roça. Um dia, infelizmente, elas se desentenderam, e uma foi morar em outro bairro, bem distante da sua irmã. E as duas não se comunicaram mais. Até as visitas à família eram feitas em dias diferentes, para não se encontrarem. Os pais estavam preocupados com a situação, e rezavam.
Um dia, a família teve uma idéia: todos da casa se reuniram e escreveram uma carta para cada uma. Mas, fingindo distração, trocaram a segunda folha da carta. Quando as duas receberam, logo perceberam o engano. Uma delas, mais curiosa por saber o conteúdo da outra folha, telefonou à sua irmã. Esta confirmou o engano e as duas se encontraram para trocar as páginas. Pronto, voltaram a se relacionar normalmente.
Nós também temos uma bela carta de Deus. Mas esta carta está incompleta, falta uma página, que está com o nosso irmão. E para ele ou ela também falta uma página, a qual está conosco. Mesmo que tenhamos alguma rixa, precisamos superá-la e nos encontrarmos, para trocar as páginas, que são os tesouros de conhecimentos que o Espírito Santo nos dá.
No último versículo do Evangelho de hoje, Jesus nos lembra a obrigação que temos de atender às necessidades do nosso próximo, seja ele quem for: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. Quem pede alguma coisa, ou pede emprestado, é porque está precisando, e não podemos recusar.
A mãe nunca é vingativa, muito menos ela se vinga dos filhos. Que Maria Santíssima nos ajude a seguir essas orientações do seu Filho.
Amai os vossos inimigos.
Neste Evangelho, Jesus nos pede também, para amarmos os nossos inimigos. E ele baseia o pedido na frase: “Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos”. Os filhos se parecem com os pais; nós precisamos ser parecidos com o nosso Pai do Céu. E no final deste Evangelho, Jesus fala: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.
A nossa meta é arrojada, alta e bonita: ter Deus Pai como modelo de vida e imitá-lo. Ser cada vez mais parecidos com ele. E Jesus é para nós a “imagem de Deus invisível”. Imitar a Deus é imitar a Jesus, nosso caminho, verdade e vida. Quem pensa que já alcançou esta meta, é sinal que está bem longe dela, porque o amor de Deus é infinito.
Todos temos inimigos. São aquelas pessoas que nos fazem o mal, que nos prejudicam, que nos detestam, que são ruins para nós. O que faz a diferença do cristão é o amor a essas pessoas. Amor prático, manifestado na oração por elas e por fazer bem a elas. A própria oração pela pessoa nos acalma e desperta em nós o amor a ela.
Em seguida, Jesus se refere à obrigação que temos de dar testemunho, tendo um comportamento “extraordinário”, em relação ao comportamento do mundo pecador: “Se amais somente aqueles que vos amam... E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa?” O nosso comportamento no mundo deve ser extraordinário, porque o comportamento “normal” do mundo pecador é amar os amigos e detestar os inimigos. Esse comportamento diferente nos torna luz, sal e fermento no meio de Deus no mundo.
Como os nossos inimigos geralmente não reconhecem o bem que lhes fazemos, Deus reconhece e nos recompensará. E a recompensa de Deus nós conhecemos: é uma medida cheia, sacudida e transbordante, quer dizer, é muito maior do que a ação boa que fizemos.
“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dê e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes para os outros, servirá também para vós” (Lc 6,37-38).
Havia, certa vez, um homem que era muito bravo e violento. Andava sempre com um revólver na cintura, e do outro lado uma faca. Todo mundo no bairro tinha medo dele. A esposa tentava mudá-lo, mas não conseguia. Então ela arrumou um terço, deu para ele e disse: “Só peço uma coisa para você: Ande sempre com este terço no bolso. Não o abandone para nada”. O homem começou a carregar o terço, o revolver e a faca. Tempo depois, ele largou o revólver e ficou com a faca de um lado e o terço do outro. Ele dizia para a esposa: “A faca eu carrego porque preciso dela de vez em quando para descascar uma laranja etc”. A esposa ficou calada e continuou rezando. Logo ele deixou também a faca e ficou só com o terço.
Quem conta essa história é o próprio filho desse homem. E ele concluiu dizendo: “Foi assim que meu pai morreu, como um homem pacífico e bom”. Nossa Senhora é mãe. Devagarinho, ela vai mudando os corações dos seus filhos e filhas. Se carregar o terço já é bom, imagine rezá-lo!
“Quem semeia ventos colhe tempestade” Quem semeia paz, colhe paz e alegria. Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz, pois nos deu o seu Filho Jesus, a própria paz encarnada. Por isso foi coroada como Rainha. Rainha da paz, rogai por nós!
Amai os vossos inimigos.



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