12/02/2017 -
VI Domingo do tempo comum – 1ª. Leitura
Eclesiástico 15, 16-21 – “a vida ou a morte!”
Por meio
desta leitura nós poderemos nos situar e examinar até que ponto as nossas
escolhas estão influenciando a nossa vida pessoal e comunitária. O autor do
Livro do Eclesiástico põe como referencial para que tenhamos uma feliz
existência, a observância dos mandamentos de Deus, apesar de sermos homens e
mulheres livres para vivenciá-los ou recusá-los. Entretanto ele coloca no condicional a
consequência feliz ou não do nosso livre arbítrio. “Se quiseres”! A Palavra de
Deus nos dá o norte e nos revela o que é o bem e o que é o mal mostrando-nos o
caminho certo e nos dando oportunidade para escolhermos, a vida ou a morte. Ela
esclarece ainda, como que abrindo a nossa mente, que “os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem”. Temer a Deus é respeitá-Lo e ter horror ao
pecado com o intuito de não desagradar Àquele que nos deu a vida e nos ensina a
ser feliz. Todos nós receberemos aquilo
que preferirmos, diz a leitura, porque Deus não deu a ninguém licença para
pecar. Somos pecadores, mas cometer o pecado é, também, uma opção nossa. Resta-nos, portanto, fazer a opção e assumir o ônus que incide sobre as nossas preferências.
Muitas vezes nós caímos nas artimanhas do inimigo ou na nossa própria vontade
decaída pelo pecado e quando as coisas dão erradas procuramos um bode
expiatório para acusar. Nós precisamos, então, nos conscientizar de que as
nossas ações passam pelo nosso crivo e nós temos que admitir as suas
consequências sem querer colocar a culpa em Deus ou dizer que somos “azarados”. Apesar da nossa tendência pecaminosa, todos
nós podemos viver aqui na terra como os que vivem no céu, seguindo fielmente a
Palavra que nos é revelada para a nossa felicidade. Para isso, temos a ajuda do
Espírito Santo que recebemos no nosso Batismo. – O que você tem preferido seguir: a Palavra
de Deus ou a sua própria vontade? – Você é temente a Deus? – Você assume as
consequências do seus erros? – A quem você acusa quando algo fracassa? – Você
acredita em sorte ou azar?
Salmo 118 – Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do
Senhor Deus vai progredindo”
O pecado nos
afasta de Deus e nos isola da comunhão com os filhos de Deus. Por isso, o
pecado é cacimbão de infelicidade e, quanto mais pecamos, mais mergulhamos no
atoleiro que nos absorve. Como o salmista canta o homem que progride na lei do
Senhor e observa seus preceitos, procura a Deus de todo o coração, por isso, é
feliz. A Lei do Senhor foi escrita no nosso coração e só teremos paz se
colocarmos em prática o desejo de santidade que foi inoculado em nós. Nunca
deixaremos de ser pecadores, mas a Palavra de Deus nos afasta da atuação de um
ser pecador.
2ª. Leitura – 1 Coríntios 2, 6-10 -
“ a verdadeira sabedoria”
Para o mundo
a sabedoria de Deus é um mistério, pois a sua mentalidade traduz sabedoria,
como astúcia, esperteza, manha. Entre nós, aqueles que fomos batizados em Jesus
Cristo e fomos marcados com o sinal da fé temos a convicção de que o Espírito
Santo é o Amor entre o Pai e o Filho, e, somente Ele pode nos revelar a
misteriosa sabedoria que Deus, desde a eternidade destinou para nossa
glória. Portanto, a verdadeira
sabedoria é o Amor de Deus agindo em nós por meio do Espírito Santo. Por isso,
é que São Paulo repete para nós as palavras que estão escritas no Livro da
Vida: “o que Deus preparou para os que o
amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram, nem coração algum
jamais pressentiu.” Às vezes nós
podemos pensar que esta promessa será cumprida somente depois da nossa morte,
no céu, todavia, o próprio São Paulo nos explica que esse mistério nos é
revelado pelo Espírito Santo, pois Ele esquadrinha tudo, mesmo as profundezas
de Deus. O Espírito Santo tem o poder de nos fazer vivenciar já aqui na terra
as primícias do que viveremos no céu, pela manifestação do Amor em nós e
através de nós. O Amor de Deus é a sabedoria do homem. Tudo o quanto fizermos
com Amor será realizado em consonância com a vontade do Pai que está no
céu. Essa experiência é muito clara
para nós quando saímos de nós mesmos e nos voltamos para ajudar a alguém, de
coração, sem interesse próprio, fazendo por amor, despojados de toda e qualquer
consideração pessoal. Sentimos o nosso coração rejubilar, experimentamos a
presença de Deus e a alegria do céu vive dentro de nós por algum tempo. Nós nunca
conseguiremos esquecer esses momentos. Não precisamos esperar a hora da nossa
morte, vivamos o tempo presente com sabedoria, saboreando o amor, partilhando o
amor, guiados pelo Espírito de Deus que sonda o nosso coração e nos leva a
viver em harmonia com o pensamento do Senhor. – Você já experimentou este
“estado de espírito”? – Você conhece muitos sábios nesse mundo? – E a sabedoria
de Deus, você conhece? – Você já experimentou sair de si mesmo e fazer algo por
alguém? – Como você se sentiu? – Você está esperando para viver esta sabedoria
só depois de morrer?
Evangelho Mateus 5, 20 -22.27-28.33-34.37 – “ encolerizar-se é o
mesmo que matar”
Diante do
que Jesus nos expõe neste Evangelho nós precisamos parar para refletir como
estamos vivendo os nossos relacionamentos em qualquer esfera da nossa
trajetória no dia a dia. Ele é muito claro quando nos diz que não veio abolir a
lei e os profetas, mas sim fazer com que a Palavra de Deus seja cumprida. Às
vezes nós costumamos pensar que algumas coisas do Evangelho hoje podem ser
consideradas diferentes do que eram antes, porém, neste Evangelho Jesus
esclarece alguns pontos que podem passar desapercebidas por nós quando nos
ajuizamos de homens e mulheres justos. Todos nós podemos argumentar a fim de
contar vantagens a nosso favor, que não cometemos certos delitos, por isso,
estamos vivenciando a justiça. Afinal, nós não matamos, não roubamos, não
traímos, não levantamos falso testemunho, não escandalizamos o próximo, vivemos
com honestidade, portanto, vivemos a justiça na acepção da palavra. Todavia, na
maioria das vezes, nós nos esquecemos de que a Palavra nos ensina que
encolerizar-se é o mesmo que matar; pensar é o mesmo que realizar; omitir é o
mesmo que mentir. Não matamos literalmente, mas cultivamos rancor e cólera no
nosso coração contra alguém que nos contrariou, por isso, cortamos relações e o
damos como “morto”. Não queremos nem conversa com tal pessoa. Dizemos que não
traímos, mas ruminamos maus pensamentos, desejos proibidos, adulterando a
pureza do nosso coração. Somos capazes de tirar as “mangas de fora” na hora de
dar testemunho de alguma coisa que presenciamos, para não nos comprometer.
Facilmente caímos nas malhas do maligno e não somos transparentes e sinceros. Por
isso, Jesus nos adverte: “Eu vos digo: Se
a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus,
vós não entrareis no Reino dos Céus.” Os fariseus anotavam tudo que os
outros faziam contra os seus preceitos, e tiravam o ânimo do povo que buscava a
Deus. O reino de Deus é um estado de espírito vivenciado por nós, onde
predomina o pensamento de Deus que é o Rei e Senhor da nossa vida e das nossas
ações. Se não agimos, porém, pensamos, lógico que não viveremos em harmonia com
Deus e ficaremos de fora do Seu reino. Vigiemos, pois, os nossos pensamentos e
sentimentos para que não sejamos pegos de surpresa na hora do julgamento final.
- O que você descobriu refletindo sobre
este Evangelho? – A quem você tem matado pelo pensamento? – Você tem se
encolerizado? – Você costuma fugir para não se comprometer? – Como está a sua
justiça?
Obrigado !!!
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