18/02/2016 -
5ª. Feira I semana da quaresma – (Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh - “Todo tempo é tempo de conversão”
Assim como
aconteceu com a rainha Esther, há momentos na nossa vida em que experimentamos
a solidão, a orfandade, o deserto, a humilhação que são a nossa incapacidade e
impotência diante dos acontecimentos. No entanto, são estes os momentos de
maior graça que vivemos, porque podemos avaliar a nossa dor e fazer uma
reflexão para concluir até que ponto nós mesmos (as) nos expomos ao perigo. Ester reconheceu: “eu mesma me expus ao perigo”. Somos muitas vezes responsáveis pelas
coisas que acontecem erradamente e nem sempre temos consciência do que
realmente está acontecendo dentro do nosso interior e o que está motivando as
nossas ações. Nestas horas, porém, somos motivados a procurar refúgio no
Senhor. A oração de Ester para nós é um
convite à conversão e também um modelo de reflexão sobre o momento atual da
nossa vida. A maior parte da nossa vida
nós a passamos na tranquilidade, no bem bom, na rotina como se não
precisássemos de mais ninguém. O tempo da “aparente felicidade” é, portanto, o
tempo da desgraça, isto é, da nossa indiferença à graça de Deus, quando nos bastamos,
quando nos saciamos com os frutos da carne e, por isso, nos expomos aos
perigos. Este tempo da quaresma nos é propício para voltarmo-nos para o Senhor
e mesmo que não estejamos passando por nenhum tormento, nos conscientizarmos de
que somos eternos devedores diante de Deus. É tempo de nos prostrarmos por
terra, reconhecendo a nossa limitação, o nosso pecado, a nossa insensatez e
pedir clemência ao nosso juiz e ajuda para podermos enfrentar os “leões” no
tempo da peleja. Prostrar-se significa: humilhar-se, render-se, entregar-se.
Todo tempo é tempo de conversão e toda hora é hora de buscar refúgio no Senhor.
Não esperemos o tempo ruim, aproveitemos o tempo da graça do Senhor que é
constante. – Você tem consciência do tempo que está vivendo? É tempo de penúria
ou de “felicidade”? – Você reconhece a sua orfandade, sua limitação? Quem
poderá ajudá-lo (a)? - Você busca
refúgio no Senhor quando tudo está bem?
Salmo 137 – “Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó
Senhor!”
Precisamos
tomar consciência de que somos uma obra de Deus inacabada e que Ele ainda tem
muitos planos a realizar na nossa vida. No entanto, é necessário que estejamos
atentos (as) aos Seus acenos, pois somente assim compreenderemos qual seja o
nosso papel. A nossa vida é uma caminhada em busca da perfeição, ou melhor, da
nossa condição de sermos imagem e semelhança de Deus. Por isso, precisamos
sempre pedir o auxílio do Senhor a fim de que Ele nos modele e nos restaure dia
a dia. Não podemos baixar guarda nem desanimar, estejamos vigilantes, pois um
dia, perante os anjos, nós também cantaremos e nos prostraremos no templo do
Senhor que é a Casa do Pai.
Evangelho – Mateus 7, 7-12 -
“Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho”
Precisamos
tomar consciência das palavras de Jesus neste Evangelho a fim de percebermos a
profundidade das Suas promessas, e nunca desanimemos diante dos desafios da
nossa vida. “Pedi e vos será dado!
Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta!” O pedir o procurar e
o bater são ações de caráter indispensável da nossa existência humana. Vivemos
continuamente este movimento no nosso dia a dia. Normalmente, no entanto, nós
pedimos, procuramos e batemos em busca das coisas que consideramos essenciais e
absolutamente necessárias para saciar a nossa fome de prazer, de possuir e de
poder. Na verdade, nós nos submetemos diante dos reis e dos governantes da
terra por um punhado de sucesso, de reconhecimento do nosso potencial humano ou
então nos degradamos e nos corrompemos para conquistar um lugar ao sol ou ainda
nos humilhamos para nos apossar do coração de alguém. Fazemos mil e uma voltas
para buscar, fora, o pão que mata a nossa fome de amor. Porém, não percebemos
que o que poderá alimentar a nossa alma e o nosso corpo está escondido dentro
de nós e faz parte da essência da nossa alma, pois vem da fonte que jorra
dentro de nós. Dentro de nós há uma fonte de amor para a qual deveremos nos
voltar a fim de pedir, procurar e bater em busca das “coisas” de que precisamos
realmente. A fé no amor de Deus é o alimento imprescindível da nossa existência
humana. Deus sabe que precisamos do Seu amor como alimento, todavia, Ele espera
a nossa livre vontade, o nosso querer e o nosso desejar para abrir as comportas
e nos conceder tudo o que queremos alcançar. O Pai está no céu do nosso coração
e espera a nossa adesão e o nosso desejo de possuir aquilo que Ele já designou
para nos presentear. Pedir, procurar,
bater, é perseverar na vivência do Evangelho com esperança e determinação. Não podemos nos escusar nem perder a grande
chance da nossa vida buscando fora de nós pedra e cobra quando o Pai nos
oferece pão e peixe, hoje. Por isso, também não podemos deixar para pedir,
procurar e bater somente amanhã o que hoje nos é oferecido. Todo aquele que pede recebe, quem procura
acha, e a quem bate, a porta se abre. Alimentados com o pão do amor conseguiremos
também cumprir o que a lei e os profetas nos propõem: fazer aos outros tudo
aquilo que desejamos que nos façam. - O que
você tem pedido a Deus: pão ou pedra; peixe ou cobra? – O que na verdade você
precisa pedir a Deus? Reflita! – Aonde você tem buscado alimento e proteção? –
Você tem batido nas portas dos homens para receber o que está à sua disposição
dentro do seu coração?
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