terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho-Helena Serpa

18/02/2016 - 5ª. Feira I semana da quaresma –   (Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh - “Todo tempo é tempo de conversão”
Assim como aconteceu com a rainha Esther, há momentos na nossa vida em que experimentamos a solidão, a orfandade, o deserto, a humilhação que são a nossa incapacidade e impotência diante dos acontecimentos. No entanto, são estes os momentos de maior graça que vivemos, porque podemos avaliar a nossa dor e fazer uma reflexão para concluir até que ponto nós mesmos (as) nos expomos ao perigo.  Ester reconheceu: “eu mesma me expus ao perigo”. Somos muitas vezes responsáveis pelas coisas que acontecem erradamente e nem sempre temos consciência do que realmente está acontecendo dentro do nosso interior e o que está motivando as nossas ações. Nestas horas, porém, somos motivados a procurar refúgio no Senhor.  A oração de Ester para nós é um convite à conversão e também um modelo de reflexão sobre o momento atual da nossa vida.  A maior parte da nossa vida nós a passamos na tranquilidade, no bem bom, na rotina como se não precisássemos de mais ninguém. O tempo da “aparente felicidade” é, portanto, o tempo da desgraça, isto é, da nossa indiferença à graça de Deus, quando nos bastamos, quando nos saciamos com os frutos da carne e, por isso, nos expomos aos perigos. Este tempo da quaresma nos é propício para voltarmo-nos para o Senhor e mesmo que não estejamos passando por nenhum tormento, nos conscientizarmos de que somos eternos devedores diante de Deus. É tempo de nos prostrarmos por terra, reconhecendo a nossa limitação, o nosso pecado, a nossa insensatez e pedir clemência ao nosso juiz e ajuda para podermos enfrentar os “leões” no tempo da peleja. Prostrar-se significa: humilhar-se, render-se, entregar-se. Todo tempo é tempo de conversão e toda hora é hora de buscar refúgio no Senhor. Não esperemos o tempo ruim, aproveitemos o tempo da graça do Senhor que é constante. – Você tem consciência do tempo que está vivendo? É tempo de penúria ou de “felicidade”? – Você reconhece a sua orfandade, sua limitação? Quem poderá ajudá-lo (a)?  - Você busca refúgio no Senhor quando tudo está bem?

Salmo 137 – “Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!”
Precisamos tomar consciência de que somos uma obra de Deus inacabada e que Ele ainda tem muitos planos a realizar na nossa vida. No entanto, é necessário que estejamos atentos (as) aos Seus acenos, pois somente assim compreenderemos qual seja o nosso papel. A nossa vida é uma caminhada em busca da perfeição, ou melhor, da nossa condição de sermos imagem e semelhança de Deus. Por isso, precisamos sempre pedir o auxílio do Senhor a fim de que Ele nos modele e nos restaure dia a dia. Não podemos baixar guarda nem desanimar, estejamos vigilantes, pois um dia, perante os anjos, nós também cantaremos e nos prostraremos no templo do Senhor que é a Casa do Pai.

Evangelho – Mateus 7, 7-12 -  “Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho”


Precisamos tomar consciência das palavras de Jesus neste Evangelho a fim de percebermos a profundidade das Suas promessas, e nunca desanimemos diante dos desafios da nossa vida. “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta!” O pedir o procurar e o bater são ações de caráter indispensável da nossa existência humana. Vivemos continuamente este movimento no nosso dia a dia. Normalmente, no entanto, nós pedimos, procuramos e batemos em busca das coisas que consideramos essenciais e absolutamente necessárias para saciar a nossa fome de prazer, de possuir e de poder. Na verdade, nós nos submetemos diante dos reis e dos governantes da terra por um punhado de sucesso, de reconhecimento do nosso potencial humano ou então nos degradamos e nos corrompemos para conquistar um lugar ao sol ou ainda nos humilhamos para nos apossar do coração de alguém. Fazemos mil e uma voltas para buscar, fora, o pão que mata a nossa fome de amor. Porém, não percebemos que o que poderá alimentar a nossa alma e o nosso corpo está escondido dentro de nós e faz parte da essência da nossa alma, pois vem da fonte que jorra dentro de nós. Dentro de nós há uma fonte de amor para a qual deveremos nos voltar a fim de pedir, procurar e bater em busca das “coisas” de que precisamos realmente. A fé no amor de Deus é o alimento imprescindível da nossa existência humana. Deus sabe que precisamos do Seu amor como alimento, todavia, Ele espera a nossa livre vontade, o nosso querer e o nosso desejar para abrir as comportas e nos conceder tudo o que queremos alcançar. O Pai está no céu do nosso coração e espera a nossa adesão e o nosso desejo de possuir aquilo que Ele já designou para nos presentear.  Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho com esperança e determinação.  Não podemos nos escusar nem perder a grande chance da nossa vida buscando fora de nós pedra e cobra quando o Pai nos oferece pão e peixe, hoje. Por isso, também não podemos deixar para pedir, procurar e bater somente amanhã o que hoje nos é oferecido.  Todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e a quem bate, a porta se abre. Alimentados com o pão do amor conseguiremos também cumprir o que a lei e os profetas nos propõem: fazer aos outros tudo aquilo que  desejamos que nos façam.   - O que você tem pedido a Deus: pão ou pedra; peixe ou cobra? – O que na verdade você precisa pedir a Deus? Reflita! – Aonde você tem buscado alimento e proteção? – Você tem batido nas portas dos homens para receber o que está à sua disposição dentro do seu coração? 

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