25 de Fevereiro - Quinta - Evangelho - Lc 16,19-31
Esta parábola é uma seqüência de parábolas
mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o
administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro.
Existe uma suposição de que Jesus queria dizer
através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após
a morte, porém esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de
interpretação, é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade
fundamental.
2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado
a partir do contexto geral da Bíblia.
Na verdade Jesus nesta parábola não estava
tratando do estado do homem na morte, nem do tempo quando se darão as
recompensas. Ademais interpretar que esta parábola ensina que os homens recebem
sua recompensa imediatamente após a morte, é contradizer claramente o que a
Bíblia apresenta por um todo (Mt 16:27, 25:31-40, ICo 15:51-55, Isa 4:16, 17,
Ap 22:12), dentre outros textos.
Obviamente nesta parábola Jesus estava fazendo
uma clara distinção entre a vida presente e a futura, pretendendo através desta
relação mostrar que a salvação do judeu-fariseu, ou de qualquer homem, seria
individual e não coletiva, como criam, e isso através da verdadeira
consideração a imutável lei de Deus aos profetas (Lc 16:27-31).
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de
ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita
as oportunidades nesta vida.
Em conexão com o contexto da parábola anterior do
administrador infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das
riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” Lc 16:11.
Sendo assim, compreende-se que os fariseus não
administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam
arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta
parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios
encontrados nas escrituras. Fosse essa história uma narrativa real,
enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar
onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com
os outros.
As lições apresentadas nesta parábola são claras
e convincentes, porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente
no dia da ressurreição (Jo 14:12-15,20 e 21, Sl 6:5, 115:17, Ec 9:3-6 e Isa
38:18).
Na verdade esta parábola traça um contraste entre
o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os
Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem
descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu desagrado para com os
ímpios.
O problema não estava no fato do homem ser rico,
mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia
afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram
do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a
ti mesmo” Mt 22:39.
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